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27 de mai. de 2012

SLIDES SOBRE BIOTECNOLOGIA

13 de abr. de 2011

Biotecnologia

O que é biotecnologia e o que ela tem a ver com você
Como funciona? O que estuda? Como surgiu? E quais as vantagens de sua utilização? Essas são algumas duvidas freqüentes que aparecem quando o assunto é biotecnologia. Mas, antes de responder a este questionário, vamos antes tentar entender o que é essa ciência.

A palavra biotecnologia é formada por três pequenas palavras de origem grega:

•bio significa vida
•tecnos representa o uso prático da ciência
•logos significa conhecimento
De acordo com o dicionário, a palavra biotecnologia tem o seguinte significado: aplicação de processos biológicos à produção de materiais e substâncias para uso industrial, medicinal, farmacêutico, etc. Simplificando, nada mais é do que a ciência que estuda a engenharia genética dos alimentos.

A palavra biotecnologia só começou a ser utilizada no século XX, mas suas técnicas já existiam há muito tempo, mais ou menos desde o ano 1800 a.C.. Naquela época, o homem já fabricava vinho, cerveja, pão, queijo e outros produtos que eram feitos por meio da fermentação. De lá pra cá, muitas técnicas foram desenvolvidas em várias áreas diferentes. Hoje em dia, a biotecnologia já abrange a agricultura, a medicina, as indústrias farmacêutica e têxtil, entre outras áreas.

Foi depois dos anos 70, com cientistas americanos, que a biotecnologia concentrou suas atenções nas pesquisas com o DNA (material genético) e com isso foi possível criar os organismos geneticamente modificados (OGMs), também conhecidos como transgênicos. Depois de conseguir transferir genes de uma espécie para outra, foi possível evoluir as técnicas para a criação de medicamentos, hormônios, plantas modificadas e outros produtos.

Por meio de pesquisas, os cientistas podem usar a biotecnologia e a modificação dos genes para, por exemplo, transformar um alimento convencional em outro que seja mais tolerante aos herbicidas, ou desenvolver variedades de produtos enriquecidos nutricionalmente, ou ainda que ajudem os seres humanos no combate a determinadas doenças.

Não, não é magia, é biotecnologia!
Você pode estar se perguntando: o que eu tenho a ver com isso? A resposta é: tem tudo a ver! A biotecnologia é um campo que não pára de crescer e ainda tem muito que evoluir.

Ao longo de nossa convivência com você, internauta ligado na ciência, a idéia sobre a biotecnologia e as perguntas que envolvem o tema ficarão mais claras, com os exemplos da aplicação dessa técnica que já tem trazido benefícios para diversas comunidades no mundo todo. Explore as seções do Biotec pra Galera, conheça mais sobre o assunto, tire suas dúvidas com os cientistas. Descubra que a biotecnologia tem tudo a ver com você!

Aplicações
medicina
A medicina utiliza muitos conhecimentos da biotecnologia. Graças a ela, hoje em dia já é possível tratar algumas doenças.
Um grande avanço da medicina foi a produção de insulina humana utilizando bactérias. A insulina é essencial para os doentes de diabetes. Antigamente, ela era produzida apenas em animais e não tinha um efeito tão bom quanto a humana. Com a transferência de genes também é possível produzir hormônios humanos, como o do crescimento.
Há também algumas técnicas para prevenir doenças. É o caso das vacinas, que, tanto para seres humanos como para animais, também contam com a biotecnologia.

agricultura
Hoje, em vários países, já existem plantações de alimentos geneticamente modificados. Esses alimentos são resistentes a pragas ou doenças e, por isso, utilizam menos agrotóxicos. Há também plantas tolerantes a herbicidas, que permitem que agricultores também usem menos agroquímicos para combater plantas daninhas. Com isso, diminuem os gastos dos produtores, além de aumentar a qualidade dos alimentos que vão pra nossa mesa. Por enquanto, esses são os maiores avanços da biotecnologia na agricultura. Mas já existem muitas pesquisas nesta área e, num futuro bem próximo, será possível produzir alimentos com mais vitaminas e nutrientes, plantas resistentes à seca, frutas que demoram mais para amadurecer, e outros produtos cheios de vantagens. Uma pesquisa bem legal está sendo feita para criar plantas que servirão como vacinas contra várias doenças.

outras áreas
A biotecnologia não trabalha apenas com alimentos e indústria farmacêutica, há também pesquisas em outros campos. Um exemplo é a indústria de tecidos, onde já existem pesquisas para criar um tipo de algodão que já seja colorido naturalmente. Isso aumentaria a resistência das fibras e diminuiria os gastos com o tingimento, que também causa impactos ambientais.
Já é possível também produzir plástico utilizando bactérias. Este tipo de plástico pode ser utilizado em embalagens e outros produtos e é biodegradável, ou seja, ajuda a preservar o meio ambiente.
Há também pesquisas para buscar outras formas de gerar energia. Utilizando materiais como madeira, girassol, milho, soja e cana-de-açúcar, os cientistas utilizam a biotecnologia para produzir biocombustíveis, que não prejudicam o meio ambiente e que sejam mais baratos.

Fonte: www.biotecpragalera.org.br

Biotecnologia
A biotecnologia consiste na aplicação de processos biológicos no desenvolvimento de produtos e serviços que são revertidos em benefícios à sociedade através dos avanços promovidos em áreas tais como saúde humana e animal, agricultura e manejo do meio-ambiente.

O termo biotecnologia (bio = vida, tecno = utilização prática da ciência e logos = conhecimento) é relativamente novo, mas seus princípios são anteriores à Era Cristã. Gregos e Egípcios produziam vinho e cerveja por meio da fermentação da uva e da cevada. Os produtos, expostos ao ar livre, apresentavam reações orgânicas que resultavam nas bebidas, constituindo uma forma primitiva de biotecnologia (CIB).

Nos últimos anos, porém, o termo vem sendo utilizado para se referir às técnicas desenvolvidas a partir dos avanços científicos no ramo da Biologia Molecular, sendo uma de suas vertentes a Engenharia Genética, que possibilitou a interferência controlada e intencional no DNA, o código da “construção biológica” de cada ser vivo. Isso significa que os cientistas podem inserir genes de interesse específico em qualquer organismo ou mesmo retirá-los, originando os chamados OGMs (organismos geneticamente modificados). Estes conceitos têm definido e delimitado o que se denomina biotecnologia moderna, diferenciando-a da biotecnologia antiga.

Deposita-se na biotecnologia moderna a perspectiva de melhoria da qualidade de vida e de seu prolongamento através do desenvolvimento de vacinas mais eficientes, medicamentos mais específicos e com menos efeitos colaterais, métodos diagnósticos mais sensíveis, alimentos mais nutritivos, enfim, uma série de avanços que irão retornar diretamente para a humanidade. Várias destas promessas já são realidade. Como exemplo de substâncias ou produtos produzidos atualmente pela biotecnologia pode-se citar interferon humano (substância natural sintetizada no organismo humano para defesa contra vírus), insulina humana, hormônio de crescimento humano, plantas resistentes a vírus, plantas tolerantes a insetos e plantas resistentes a herbicidas. No entanto, vários outros avanços ainda estão por vir.

Alguns exemplos do que a biotecnologia poderá fazer pelo ser humano no futuro (ABRABI):

tratamento de doenças que ocorrem por problemas genéticos (terapia gênica)

produção de órgãos e tecidos para transplante, sem o problema de rejeição

plantas que poderão ser utilizadas como vacinas

ampliação da utilização de microrganismos geneticamente modificados para produção de substâncias úteis para o homem

vegetais enriquecidos em termos de nutrientes, tais como vitaminas, proteínas e provitaminas

utilização de microrganismos geneticamente modificados para biorremediação (despoluição).

Fonte: www.biominas.org.br

Cultura de doenças

Uso criativo de células-tronco pode acelerar o desenvolvimento de drogas para enfermidades debilitantes
por Stephen S. Hall
Em 26 de junho de 2007, Wendy Chung, diretora de genética clínica da Columbia University, foi ao bairro nova-iorquino de Queens com um pedido delicado para duas irmãs croatas, de 82 e 89 anos: a doação de algumas células de sua pele para um experimento ambicioso e incerto. Se fosse bem-sucedido, o teste prometia uma dupla compensação. Primeiro, poderia acelerar a busca por tratamentos para a doença incurável que afeta a família das irmãs. Segundo, permitiria estabelecer um novo e valioso uso para as células-tronco – células não especializadas capazes de originar vários tipos diferentes de células no corpo. “Tivemos um almoço muito agradável e voltamos para casa para fazer as biópsias”, lembra Chung.

As irmãs sofriam de esclerose lateral amiotrófica (ELA), distúrbio neurodegenerativo e lentamente paralisante, também conhecido como doença de Lou Gehrig (referência ao jogador de beisebol americano, vítima da doença em 1939, morto dois anos depois). A mais velha mostrava poucos sinais da doença, mas a outra tinha dificuldade para andar e deglutir. Embora os casos de ELA não sejam, em sua maioria, hereditários, vários membros dessa família foram afetados, pois herdaram a mutação de uma forma mais branda da doença, de lento progresso. Chung rastreou-a por várias gerações da família na Europa e nos Estados Unidos. “A doença de Lou Gehrig não é uma maneira bonita de morrer”, conta. “Cada vez que a família se reunia nos funerais, os membros da geração mais nova pensavam se seriam os próximos.”

Em poucos minutos, Wendy realizou a biópsia – duas fatias de pele, com 3 milímetros de diâmetro cada, da parte interna do braço. As células dessas amostras, assim como a de dezenas de outros doadores com ELA e voluntários saudáveis, foram quimicamente tratadas para formar células-tronco pluripotentes induzidas (iPS). Ou seja, transformaram-se em neurônios motores, células nervosas que controlam os músculos e são afetadas pela ELA. As culturas de tecidos produzidas mostraram os mesmos defeitos moleculares que fi zeram seus doadores adoecer.

Em outras palavras, os pesquisadores tinham recriado a doença em uma placa de Petri. Com isso, poderiam estudar o que ocorre nas células nervosas dos pacientes e tentar desenvolver drogas eficientes. Se bem-sucedido, o cultivo das células em laboratório permitiria compreender melhor diversas doenças e encontrar medicamentos mais eficazes. Isso porque seria possível testá-las em culturas feitas sob medida e verificar sua toxicidade. As células-tronco induzidas estão sendo também usadas para mimetizar dezenas de enfermidades, incluindo a anemia falciforme, diversas doenças hemáticas e o Parkinson. Pesquisadores alemães já criaram células cardíacas que batem irregularmente, imitando vários tipos de arritmia cardíaca. Indústrias farmacêuticas, já atentas às células-tronco como empreendimento comercial, começam a mostrar maior interesse, porque o desenvolvimento de doenças na placa de Petri complementa a forma tradicional da descoberta de drogas industriais.

O primeiro fruto do experimento com ELA foi publicado em 2008. Como na maioria dos casos de inovação, o sucesso dependia não apenas de a ideia ser boa, mas de as pessoas certas aderirem a ela. Nesse caso, a equipe, além de Wendy, incluía Lee L. Rubin, egresso da indústria de biotecnologia que se tornou chefe de medicina translacional do Instituto de Células-Tronco de Harvard, e Kevin C. Eggan, pesquisador de células-tronco de Harvard que colaborava com Christopher E. Henderson e outros especialistas em neurônios motores na Columbia University.


29 de ago. de 2010

Vida Sintética e Ética



Técnicas de manipulação genética estimulam novas discussões jurídicas
por FÁBIO ULHOA COELHO
A experiência de criação em laboratório de “vida sintética” inevitavelmente iniciou discussões sobre desdobramentos éticos e jurídicos. A equipe de Craig Venter, partindo do arquivo eletrônico com a descrição do sequenciamento do genoma de uma bactéria, reproduziu-o com bases químicas, inserindo-o numa célula de outra bactéria, da qual extraíram previamente o DNA. O ser assim gerado se desenvolveu e se reproduziu.Essa experiência deve se repetir com animais mais complexos, como mamíferos e, evidentemente, o ser humano. Conhecido o sequenciamento do genoma de uma pessoa qualquer – digamos, Albert Einstein –, será possível aglutinar em laboratório timinas, adeninas, guaninas e citosinas rigorosamente na mesma ordem, implantá-las numa célula reprodutiva humana sem DNA, transpô-las ao útero de uma mulher e aguardar que o ciclo natural da gestação cuide do resto. Einstein renascerá? Não é possível ter certeza disso, pois ainda são inconclusas as discussões sobre a extensão da influência do meio sobre o desenvolvimento da personalidade. Quer dizer, se o bebê não for amado ou desamado na mesma forma que foi o pequeno Albert, na Alemanha do último quarto do século 19, é quase certo que terá perfil psicológico diferente. Além disso, será uma pessoa nascida em outro tempo e lugar, com outra história. É provável, assim, que se frustrem as expectativas depositadas no futuro desempenho intelectual do rebento. O temor dessa variante de clonagem é injustificado. Se certa memória da história de cada um de nós se imprime, de algum modo, em nossas timinas e demais bases químicas do DNA, a pessoa gerada a partir da reprodução do mesmo esquema de sequenciamento de genoma de outra não transportará essa memória, as a eventualmente contida nas bases empregadas pelos cientistas. Outro uso da técnica objeto do experimento é que deve preocupar as discussões éticas e jurídicas. Se com as pesquisas genômicas descobrirmos como desenhar em computador um ser humano ideal, inapto a desenvolver as doenças conhecidas de origem genética, será possível à medicina curar esses males desde o início. O casal com propensão a gerar filhos com determinada doença poderia contratar os serviços de uma clínica de fertilização que ajustaria o sequenciamento das células reprodutivas ao projeto ideal de ser humano, eliminando o risco. Aqui reside a questão crucial, de ordem ética e jurídica. Deve a lei reconhecer aos casais que desejam ter apenas filhos saudáveis o direito de utilizar essa técnica? Sendo a saúde apenas uma de muitas características portáveis por nós, a questão se abre igualmente a uma gama imensa de possibilidades – tipo de inteligência, compleição física etc. Essa discussão interessa apenas a quem não crê num Deus criador e ordenador. Aqueles que acreditam ter o homem, com essa conquista científica, definitivamente avançado o sinal e afrontado a vontade divina não necessitam do aclaramento da dúvida ética ou jurídica. Basta-lhes a crença para inibi-los a utilizar a técnica, ao gerarem seus filhos. A discussão deve ser contextualizada, assim, numa questão filosófica altamente complexa e, por isso mesmo, constantemente evitada: a de quanto a atual sociedade democrática enfraquece a espécie humana. A seleção natural é, evidentemente, o processo de supremacia do mais forte, do mais apto a relacionar-se com o meio ambiente. A cultura liberta o ser humano dessa cruel imposição da seleção natural. Permite à espécie humana, após longo processo civilizatório, integrar também membros desafortunados, portadores de limitações físicas ou mentais. Mas, ao desafiar o princípio básico da seleção natural, dando chance de viver e se reproduzir a todos os homens e mulheres, e não somente aos mais aptos, a cultura acaba envolvendo a espécie humana numa estratégia arriscada. A discussão é altamente complexa e constantemente evitada, porque pode resvalar em execráveis postulações de controle da “pureza” da espécie humana. Não é disso que se trata. A sociedade democrática deve continuar a abrigar todos os homens e mulheres, sem qualquer distinção, em vista da plena igualdade de dignidade que cada um de nós carrega. Mas, sem abrir mão desse valor fundamental, conquistado a duras penas, talvez não devamos deixar de nos preocupar com a pertinência das estratégias adotadas enquanto espécie em evolução. A técnica prometida por aquele experimento pode atender à delicadíssima questão evitando-se as limitações na origem. O ser humano caminha para ter nas mãos o controle da evolução. Assim como deverá, um dia, de controlar a evolução da própria espécie, poderá também submeter à mesma lógica a das demais. Os dois vetores tendem a se desenvolver simultaneamente. O processo de evolução das espécies, que hoje designamos como “seleção natural”, corre o risco de se transformar em algo próximo ao que poderíamos deduzir da expressão “seleção cultural”. Isto só aumenta a já enorme responsabilidade do Homo sapiens.

19 de mar. de 2010

Medicina do Futuro

Todo organismo pluricelular é composto por diferentes tipos de células. Entre as cerca de 75 trilhões de células existentes em um homem adulto, por exemplo, são encontrados em torno de 200 tipos celulares distintos. Todos eles derivam de células precursoras, denominadas ‘células-tronco’. O processo de diferenciação, que gera as células especializadas — da pele, dos ossos e cartilagens, do sangue, dos músculos, do sistema nervoso e dos outros órgãos e tecidos humanos — é regulado, em cada caso, pela expressão de genes específicos na célula-tronco, mas ainda não se sabe em detalhes como isso ocorre e que outros fatores estão envolvidos. Compreender e controlar esse processo é um dos grandes desafios da ciência na atualidade.

A célula-tronco prototípica é o óvulo fertilizado (zigoto). Essa única célula é capaz de gerar todos os tipos celulares existentes em um organismo adulto, até os gametas — óvulos e espermatozóides — que darão origem a novos zigotos. A incrível capacidade de gerar um organismo adulto completo a partir de apenas uma célula tem fascinado os biólogos desde que o fisiologista alemão Theodor Schwann (1810-1882) lançou, em 1839, as bases da teoria celular.

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Células Tronco Embrionária

As células-tronco embrionárias são estudadas desde o século 19, mas só há 20 anos dois grupos independentes de pesquisadores conseguiram imortalizá-las, ou seja, cultivá-las indefinidamente em laboratório. Para isso, utilizaram células retiradas da massa celular interna de blastocistos (um dos estágios iniciais dos embriões de mamíferos) de camundongos. Essas células são conhecidas pela sigla ES, do inglês embryonic stem cells (células-tronco embrionárias), e são denominadas pluripotentes, pois podem proliferar indefinidamente in vitro sem se diferenciar, mas também podem se diferenciar se forem modificadas as condições de cultivo (figura 3).

De fato, é preciso cultivar as células ES sob condições muito especiais para que proliferem e continuem indiferenciadas, e encontrar essas condições foi o grande desafio vencido pelos cientistas.

Células Tronco Adultas

Sabe-se, desde os anos 60, que alguns tecidos de um organismo adulto se regeneram constantemente. Isso acontece com a pele, com as paredes intestinais e principalmente com o sangue, que têm suas células destruídas e renovadas o tempo inteiro, em um complexo e finamente regulado processo de proliferação e diferenciação celular.

Os estudos feitos há décadas sobre a hematopoiese (processo de produção de células sangüíneas) a partir de células-tronco multipotentes, localizadas no interior dos ossos, mostraram que elas originam células progressivamente mais diferenciadas e com menor capacidade proliferativa. Essas células-tronco podem gerar as linhagens precursoras mielóide e linfóide, que terminam por dar origem a todos os nove tipos celulares presentes no sangue, de hemácias a linfócitos. A renovação do sangue é tão intensa que diariamente entram em circulação cerca de 8 mil novas células sangüíneas. É assombroso que o organismo consiga controlar um processo proliferativo tão exuberante, impedindo, em circunstâncias normais, que o número de células produzidas exceda o necessário e que as células liberadas na circulação estejam no estágio correto de diferenciação.

É relativamente recente a constatação de que, além da pele, do intestino e da medula óssea, outros tecidos e órgãos humanos — fígado, pâncreas, músculos esqueléticos (associados ao sistema locomotor), tecido adiposo e sistema nervoso — têm um estoque de células-tronco e uma capacidade limitada de regeneração após lesões. Mais recente ainda é a idéia de que essas células-tronco ‘adultas’ são não apenas multipotentes (capazes de gerar os tipos celulares que compõem o tecido ou órgão específico onde estão situadas), mas também pluripotentes (podem gerar células de outros órgãos e tecidos).

O primeiro relato incontestável dessa propriedade das células-tronco adultas foi feito em 1998 por cientistas italianos, após um estudo — liderado pela bióloga Giuliana Ferrari, no Instituto San Rafaelle-Telethon — em que células derivadas da medula óssea regeneraram um músculo esquelético. Embora esse tipo de músculo também tenha células-tronco (‘células-satélite’), os pesquisadores usaram células da medula óssea, geneticamente marcadas para identificação posterior. Essas células, quando injetadas em músculos (lesados quimicamente) de camundongos geneticamente imunodeficientes, mostraram-se capazes de se diferenciar em células musculares, reduzindo a lesão.

Em outro experimento, em vez da injeção de células medulares diretamente na lesão muscular, os camundongos imunodeficientes receberam um transplante de medula óssea. Feito o transplante, os pesquisadores verificaram que as células-tronco (geneticamente marcadas, e por isso identificáveis como do animal doador) migraram da medula para a área muscular lesada do animal. Isso demonstrou que, existindo uma lesão muscular, células-tronco medulares adultas podem migrar até a região lesada e se diferenciar em células musculares esqueléticas.

O trabalho, portanto, estabeleceu duas novas e importantes idéias: células-tronco de medula óssea podem dar origem a células musculares esqueléticas e podem migrar da medula para regiões lesadas no músculo. Nesse trabalho, porém, as células-tronco de medula, de reconhecida plasticidade, deram origem a células não medulares mas de mesma origem embriológica, já que tanto o tecido muscular quanto as células do sangue derivam do mesoderma (uma das três camadas germinais que aparecem no início da formação do embrião).

Um resultado ainda mais surpreendente foi relatado em janeiro de 1999 por cientistas liderados por dois neurobiólogos, o canadense Christopher Bjornson e o italiano Angelo Vescovi. Em seu trabalho, publicado na revista Science, com o título ‘Transformando cérebro em sangue: um destino hematopoiético adotado por uma célula-tronco neural adulta in vivo’, eles demonstraram que células-tronco neurais de camundongos adultos podem restaurar as células hematopoiéticas em camundongos que tiveram a medula óssea destruída por irradiação.

Esse achado revolucionou os conceitos até então vigentes, pois demonstrou que uma célula tronco-adulta derivada de um tecido altamente diferenciado e com limitada capacidade de proliferação pode seguir um programa de diferenciação totalmente diverso se colocada em um ambiente adequado. Também deixou claro que o potencial de diferenciação das células-tronco adultas não é limitado por sua origem embriológica: células neurais têm origem no ectoderma e células sangüíneas vêm do mesoderma embrionário.

Ainda em 1999, em outros estudos, células-tronco adultas da medula óssea de camundongos transformaram-se em precursores hepáticos e, pela primeira vez, células-tronco adultas de medula óssea humana foram induzidas a se diferenciar, in vitro, nas linhagens condrocítica (cartilagem), osteocítica (osso) e adipogênica (gordura). Em junho de 2000, um grupo do Instituto Karolinska (Suécia), liderado por Jonas Frisen, confirmou que células-tronco neurais de camundongos adultos têm capacidade generalizada de diferenciação, podendo gerar qualquer tipo celular, de músculo cardíaco a estômago, intestino, fígado e rim, quando injetadas em embriões de galinha e camundongo. Esse resultado quebrou todos os dogmas, indicando que uma célula-tronco adulta é capaz de se diferenciar em qualquer tipo de célula, independentemente de seu tecido de origem, desde que cultivada sob condições adequadas.

Essa pluripotencialidade das células-tronco adultas coloca a questão do uso medicinal dessas células em bases totalmente novas. São eliminadas não só as questões ético-religiosas envolvidas no emprego das células-tronco embrionárias, mas também os problemas de rejeição imunológica, já que células-tronco do próprio paciente adulto podem ser usadas para regenerar seus tecidos ou órgãos lesados. Torna ainda possível imaginar que um dia não haverá mais filas para os transplantes de órgãos, nem famílias aflitas em busca de doadores compatíveis. Em breve, em vez de transplantes de órgãos, os hospitais farão transplantes de células retiradas do próprio paciente. Não há dúvida de que a terapia com células-tronco será a medicina do futuro.

Fonte: www.educacaopublica.rj.gov.br

Conceitos e Linguagem das Células Tronco


Células-tronco são as células com capacidade de auto-replicação, isto é, com capacidade de gerar uma cópia idêntica a si mesma e com potencial de diferenciar-se em vários tecidos.

Quanto a sua classificação, podem ser
Totipotentes, aquelas células que são capazes de diferenciarem-se em todos os 216 tecidos que formam o corpo humano, incluindo a placenta e anexos embrionários. As células totipotentes são encontradas nos embriões nas primeiras fases de divisão, isto é, quando o embrião tem até 16 - 32 células, que corresponde a 3 ou 4 dias de vida;

Pluripotentes ou multipotentes, aquelas células capazes de diferenciar-se em quase todos os tecidos humanos, excluindo a placenta e anexos embrionários, ou seja, a partir de 32 - 64 células, aproximadamente a partir do 5º dia de vida, fase considerada de blastocisto. As células internas do blastocisto são pluripotentes enquanto as células da membrana externa destinam-se a produção da placenta e as membranas embrionárias;

Oligotentes, aquelas células que se diferenciam em poucos tecidos;

Unipotentes, aquelas células que se diferenciam em um único tecido.

Constitui um mistério para os cientistas a ordem ou comando que determina no embrião humano que uma célula-tronco pluripotente se diferencie em determinado tecido específico, como fígado, osso, sangue etc. Porém em laboratório, existem substâncias ou fatores de diferenciação que quando são colocadas em culturas de células-tronco in vitro, determinam que elas se diferenciem no tecido esperado. Um estudo está sendo desenvolvido pela USP para averiguar o resultado do contato de uma célula-tronco com um tecido diferenciado, cujo objetivo é observar se a célula-tronco irá transformar-se no mesmo tecido com que está tendo contato. As células-tronco da pesquisa foram retiradas de cordão umbilical.

Quanto a sua natureza, podem ser
Adultas, extraídas dos diversos tecidos humanos, tais como, medula óssea, sangue, fígado, cordão umbilical, placenta etc. (estas duas últimas são consideradas células adultas, haja vista a sua limitação de diferenciação). Nos tecidos adultos também são encontradas células-tronco, como medula óssea, sistema nervoso e epitélio. Entretanto, estudos demonstram que a sua capacidade de diferenciação seja limitada e que a maioria dos tecidos humanos não podem ser obtidas a partir delas.

Embrionárias, só podem ser encontradas nos embriões humanos e são classificadas como totipotentes ou pluripotentes, dado seu alto poder de diferenciação. Estes embriões descartados (inviáveis para a implantação) podem ser encontrados nas clínicas de reprodução assistida ou podem ser produzidos através da clonagem para fins terapêuticos.

Podem ser obtidas
Por Clonagem Terapêutica é a técnica de manipulação genética que fabrica embriões a partir da transferência do núcleo da célula já diferenciada, de um adulto ou de um embrião, para um óvulo sem núcleo. A partir da fusão inicia-se o processo de divisão celular, na primeira fase 16-32 são consideradas células totipotentes. Na segunda fase 32-64 serão células pluripotentes, blastocisto que serão retiradas as células-tronco para diferenciação, in vitro, dos tecidos que se pretende produzir. Nesta fase ainda não existe nenhuma diferenciação dos tecidos ou órgãos que formam o corpo humano e por isso podem ser induzidas para a terapia celular.

Do Corpo Humano as células-tronco adultas são fabricadas em alguns tecidos do corpo, como a medula óssea, sistema nervoso e epitélio, mas possuem limitação quanto a diferenciação em tecidos do corpo humano.

De Embriões Descartados (inviáveis para implantação) e Congelados nas clínicas de reprodução assistida

Podem ser utilizadas
Terapia Celular: tratamento de doenças ou lesões com células-tronco manipuladas em laboratório.

O que é Clonagem Reprodutiva?
É a técnica pela qual se forma uma cópia de um indivíduo. O procedimento basea-se na transferência do núcleo de uma célula diferenciada, adulta ou embrionária, para um óvulo sem núcleo com a implantação do embrião no útero humano. Gêmeos univitelinos são clones naturais.

Principal diferença das técnicas de Clonagem Terapêutica e Reprodutiva

Nas duas situações há transferência de um núcleo de uma célula diferenciada para um óvulo sem núcleo. Mas na técnica de clonagem para fins terapêuticos as células são multiplicadas em laboratório para formar tecidos específicos e nunca são implantados em um útero.

Vantagens e limitações da Clonagem Terapêutica para a obtenção de células-tronco

A principal vantagem dessa técnica é a fabricação de células pluripotentes, potencialmente capazes de produzir qualquer tecido em laboratório, o que poderá permitir o tratamento de doenças cardíacas, doença de Alzheimer, Parkinson, câncer, além da reconstituição de medula óssea, de tecidos queimados ou tecidos destruídos etc, sem o risco da rejeição, caso o doador seja o próprio beneficiado com a técnica. Mas a principal limitação é que no caso de doenças genéticas, o doador não pode ser a própria pessoa porque todas as suas células têm o mesmo defeito genético.

A clonagem para fins terapêuticos não pode reproduzir seres humanos, porque nunca haverá implantação no útero. As células são multiplicadas em laboratório até a fase de blastocisto, 32-64 células, sendo a partir desse estágio manipuladas para formação de determinados tecidos. Além disso, nessa fase o pré-embrião é constituído por um aglomerado de células que ainda não tem sistema nervoso.

Fonte: www.ghente.org

Células-Tronco

Como na maioria das novidades, esta área esta sendo superestimada se for considerada a realidade atual, entretanto não há duvidas sobre suas enormes potencialidades, pois com a evolução das pesquisas, em breve poderemos esperar um novo tipo de Medicina. Na verdade o que se tem hoje são perspectivas, devidos estudos já realizados com animais, mas em um futuro próximo, será estendido a humanos.

Podemos definir células-tronco, como as células encontradas em embriões, no cordão umbilical e em tecidos adultos, como o sangue, a medula óssea e o trato intestinal, por exemplo. Ao contrário das demais células do organismo, as células-tronco possuem grande capacidade de transformação celular, e por isso podem dar origem a diferentes tecidos no organismo. Além disso, as células-tronco têm a capacidade de auto-replicação, ou seja, de gerar cópias idênticas de si mesmas.

Fundamento teórico
Após a fecundação, a célula formada é denominada zigoto. O zigoto é uma célula totipotencial, ou seja, tem a capacidade de originar todo o individuo, com a sua complexa estruturação diferenciada. A célula originaria totipotencial, tem capacidade de desenvolver outro individuo, enquanto a célula pluripotencial não tem essa capacidade, mas ambas podem gerar qualquer outra célula do corpo. São essas duas as células, que podem ser chamadas de “células-tronco”.

Essas células podem ser classificadas como adultas e embrionárias:

1.Células-tronco adultas
Encontradas em partes já diferenciadas do organismo formado, como na medula e no fígado. Porém, são mais utilizadas para fins medicinais as células de cordão umbilical, da placenta e medula óssea. Pelo fato de serem retiradas do próprio paciente, oferecem baixo risco de rejeição nos tratamentos médicos. Apresentam uma desvantagem em relação às células-tronco embrionárias: a capacidade de transformação é bem menor

2.Células-tronco embrionárias
Encontradas apenas em embriões. Como característica principal apresenta uma grande capacidade de se transformar em qualquer outro tipo de célula. Embora apresentem esta importante capacidade, as pesquisas médicas com estes tipos de células ainda encontram-se em fase de testes.

Perspectiva de aproveitamento
Várias áreas da Medicina estão em período experimental de aproveitamento de células-tronco.

Segue as principais experiências e seu aproveitamento:

1. Neoangiogênese
A formação de novos vasos sanguíneos a partir do uso de células- tronco esta sendo cada vez mais evidenciada. Entidades pesquisadoras: Sta Casa de Porto Alegre, CONEP, etc...

2. Cardiologia
A equipe da UFRJ desenvolve, trabalhos na linha de tratamento de cardiopatias. Nesses estudos, foram realizados os transplantes de células-tronco adultas em 20 pacientes que aguardavam o transplante cardíaco. Desses 16 pacientes foram estudados por um longo prazo, demonstrando que a terapia celular trouxe consideráveis melhorias clínicas.

3. Neurologia
Foram apresentados resultados de experimentos em ratos adultos, com células-tronco isoladas do sistema nervoso central transplantado, que apontaram à possibilidade de tratamentos futuros para doenças neurodegenerativas. Outras linhas de pesquisa com células-tronco também apresentam resultados promissões, entre elas do tratamento de lesões traumáticas em que se utiliza uma injeção local de células-trono medulares

4. Ortopedia
As aplicações das células-tronco estendem-se, também, a engenharia biotecidual, que utiliza rápido potencial de crescimento de tecidos, tais como ossos, pele e cartilagem, que são cultivados e reimplantados nos pacientes em casos de lesões.

5. Endocrinologia
Estudos tem sido realizados em pacientes com diabete tipo 1. Essa doença é causada pela redução de disponibilidade ou perda de sensibilidade à insulina, hormônio que regula os níveis de açúcar no sangue e é secretado pelo pâncreas. Foram feitos transplantes e em 90% dos casos os pacientes ficaram livres da insulina.

Situação atual da regulamentação de pesquisas com células-tronco no Brasil:

As leis brasileiras não são específicas para a clonagem terapêutica (com finalidade de curar determinadas doenças, e não de reproduzir seres). Elas proíbem a manipulação de células germinativas humanas (Volnei Garrafa).

Projeções futuras
No serviço de cirurgia plástica da Santa casa de Porto Alegre, foi criado o grupo GESC (grupo de Estudos Stem Celisc), o grupo faz encontros, para discutir assuntos voltados a células-tronco. Os planos incluem um centro de pesquisas clinicas e de difusão do conhecimento sobre células-tronco.

Discussões
Questões éticas e religiosas
As pesquisas genéticas e os tratamentos com células-tronco recebem fortes críticas de diversos setores da sociedade, em especial dos religiosos. Por considerarem os embriões como sendo uma vida em formação, religiosos conservadores afirmam que manipular ou sacrificar embriões de seres humanos constitui um assassinato. Em países mais conservadores, as pesquisas estão paradas ou limitadas à utilização das células adultas.

Polêmica em torno da lei
Para explorar as células-tronco usando as técnicas conhecidas hoje, é necessário retirar o chamado "botão embrionário", provocando a destruição do embrião. Esse processo é condenado por algumas religiões – como a católica - que consideram que a vida tem início a partir do momento da concepção. Há perspectivas de que no futuro se encontre técnicas capazes de preservar o embrião, o que eliminaria as resistências religiosas.

Fonte:/www.humanas.unisinos.br

Células-Tronco



Células-tronco são células capazes de multiplicar-se e diferenciar-se nos mais variados tecidos do corpo humano (sangue, ossos, nervos, músculos, etc.). Sua utilização para fins terapêuticos pode representar talvez a única esperança para o tratamento de inúmeras doenças ou para pacientes que sofreram lesões incapacitantes da medula espinhal que impedem seus movimentos.

As células-tronco existem em vários tecidos humanos, no cordão umbilical e em células embrionárias na fase de blastócito. Pesquisas com células-tronco, porém, estão cerceadas pela desinformação ou por certas posições religiosas que vêem nelas um atentado contra a vida em vez de um recurso terapêutico que possibilitará salvar muitas vidas.

Fonte: www.drauziovarela.com.br

TRANSGÊNICOS

TRANSGÊNICOS
Você sabe o que são OGM's? Organismos geneticamente modificados. São seres, de qualquer grupo de classificação, que tiveram seu genoma modificado no sentido de acrescentar-se ou suprimir genes objetivando o aparecimento ou desaparecimento de alguma característica.
Parece ficção mais é a mais pura realidade. No caso das plantas os objetivos da manipulação genética podem ser a melhora do valor nutritivo, o maior tempo de amadurecimento levando a um período maior de conservação e aumento da resistência do cultivar ao uso de inseticidas.
A manipulação gênica de alimentos é hoje um processo irreversível. Para se ter uma idéia, em 1990 não havia lavouras comerciais de soja transgênica. Já em 1998, a área cultivada superou os 28 milhões de hectares em todo o mundo e até o fim de 2000 essa área será de mais de 40 milhões de hectares. Os principais cultivos de transgênicos hoje são de soja, milho, algodão e batata. Entretanto, já existem no mercado, ou em fase de testes, alimentos transgênicos como banana, brócolis, café, cenoura, melão, morango e trigo. Os Estados Unidos lideram em termos de área cultivada, 74% seguidos da Argentina com 15% e Canadá com 10%. No Brasil, a EMBRAPA, com sede em Brasília, estuda os transgênicos desde 1981. O primeiro projeto introduziu genes da castanha-do-pará no feijão para aumentar seu valor nutricional em um projeto conhecido como Feijão Maravilha. Hoje a EMBRAPA trabalha com soja, banana, algodão, abacaxi, batata, entre outros.
Os produtos modificados geneticamente estão no prato de 2,5 bilhões de pessoas no mundo. Alguns produtos modificados geneticamente que possuem soja transgênica que você pode estar consumindo são: sorvetes, achocolatados, salsichas, balas, chocolates, biscoitos, coberturas de sorvetes, cereais, bebidas com soja, queijos com leite de soja, carne de soja, leite em pó, alimentos para bebês. Alguns produtos que podem conter milho transgênicos são: sucrilhos, pipoca, óleo de milho e com tomate transgênico o catchup, molhos e sucos.
Hoje a discussão sobre os transgênicos não é apenas biológica. É também ética e econômica. Para o atual presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Renan Proença "a discussão sobre os organismos geneticamente modificados não pode restringir-se ao campo ideológico ou do puro palpite. A agricultura de hoje é muito poluidora e a biotecnologia tem como uma das funções resolver esse problema". Para ele a engenharia genética "é uma conquista para incrementar o progresso humano e não um monstro que deve ser combatido como um inimigo".
Como todos sabem a Genética tem evoluído muito nos últimos anos. Avanços como a clonagem da ovelha Dolly e recentemente o sucesso da codificação do genoma humano e de vários outros seres como o do bactéria causadora do amarelinho em laranjeiras e o do cólera abriram uma nova perspectiva no estudo e manipulação dos genes. Essa não é uma história recente, há muito tempo o homem vem manipulando geneticamente vários seres.
Estaremos correndo algum risco com os transgênicos?
Levamos cerca de 35 anos para descobrir que o gás CFC é extremamente prejudicial para a camada de ozônio. Em 1947 quando se iniciou o uso do DDT em lavouras, só se conheciam seus efeitos positivos. Foram necessários 20 anos para que os malefícios à saúde humana pudessem ser comprovados. A pergunta acima ainda não tem resposta. Existem poucos estudos no sentido de provar a neutralidade dos transgênicos para a saúde do homem e para o ambiente, ao contrário dos estudos para a produção dos mesmos. Sendo assim, os prováveis efeitos a longo prazo da transgênica permanecem uma incógnita. A DuPont investiu cerca de 10 milhões de dólares para lançar a soja Optium, com menor teor de gordura saturada, mais sabor e adequada à fritura. Espera-se um retorno de mais de 500 milhões de dólares nos próximos anos.
Um provável efeito dos alimentos modificados seria a alergia. Nos Estados Unidos cerca de 2,5 a 5 milhões de pessoas, a maioria de crianças, apresentam reações alérgicas associadas a uma soja transgênica. Esta possui genes da castanha-do-pará para aumentar o nível de methionina, aminoácido importante para as atividades cerebrais.
Outro possível efeito colateral dos vegetais transgênicos seria a migração horizontal do gene introduzido para ervas daninhas ou outras culturas agrícolas plantadas na vizinhança. Em uma área de cultivo, a soja modificada, mais resistente ao herbicida poderia transferir o gene da resistência a outras plantas e causar desequilíbrios ecológicos com conseqüências imprevisíveis.
Outra questão fundamental acerca dos transgênicos gira em torno da biossegurança. A toxicidade ambiental ou humana não é facilmente definida porque ainda está em estágio inicial de desenvolvimento. A soja Roundup ready, produzida pela multinacional Monsanto, foi alterada geneticamente para resistir a aplicação de herbicidas aplicados contra as ervas daninhas que crescem no mesmo cultivo. Assim, mesmo impregnada de produtos químicos ela tem garantida sua produtividade. Imagine os riscos ambientais do aumento do uso de agrotóxicos. O conhecimento humano sobre substâncias químicas é muito limitado. Um ser vivo possui inúmeros processos bioquímicos que podem ser influenciados a médio ou longo prazo e das formas mais variadas.
Cientistas do mundo todo alertam sobre a falta de dados científicos capazes de certificar a segurança dos alimentos transgênicos para o ambiente e para a saúde do homem. Depois dos estudos com as larvas da borboleta Monarca, agora é a vez das cotovias. Em um estudo teórico os pesquisadores da Escola de Ciências Ambientais e Biológicas da Universidade de East Anglia (Reino Unido) criaram um modelo de computador que simula o ambiente de campos cultivados com beterrabas geneticamente modificadas resistentes a herbicida. As outras espécies modeladas no estudo são a erva daninha ancarinha branca (Chenopodium album) e a cotovia (Alauda arvensis). A conclusão é que, com a adoção da beterraba transgênica, a pulverização diminuirá a população de ancarinhas e, indiretamente, a de cotovias, que se alimentam das sementes da erva, isso dependendo do manuseio do solo.
O uso de plantas geneticamente modificadas para resistir ao ataque de ervas daninhas pode prejudicar as aves - não porque as mudanças genéticas sejam danosas a eles, mas porque matar as ervas significa menos alimento para esses animais. Em Norwich (Reino Unido), algumas das fazendas onde esses vegetais são empregados registraram uma queda de até 90% na quantidade de ervas - ótima notícia para os fazendeiros, mas péssima para aves famintas. Mais uma vez é preciso reforçar que esse é um estudo teórico, que deve ser usado como uma ferramenta a mais para a análise dos efeitos das culturas geneticamente modificadas para o ambiente e para o homem.
Outro aspecto a ser analisado é que apenas 10 países respondem por 84% dos recursos para pesquisa e desenvolvimento no mundo e controlam 95% das patentes. Pessoas ou empresas de países industrializados detém os diretos sobre 80% das patentes concedidas nos países subdesenvolvidos. Quais seriam os efeitos de tamanha dependência nesse setor? Como ficariam as populações de países em desenvolvimento que não podem pagar o preço dessa nova tecnologia? Por que embarcar em uma tecnologia que sequer provou apresentar vantagens em termos produtivos sobre as atuais? Uma tecnologia que "nasce" em um meio de tantas divergências?
Diante de tanta incerteza não há como predizer se os efeitos da ampla adoção de seres geneticamente modificados serão benéficos ou maléficos, principalmente para as futuras gerações.

Clonagem

Clonagem
O que é Clonagem?
R.: A palavra clone, para identificar indivíduos idênticos geneticamente, foi introduzida na língua inglesa no início do século XX. A sua origem etimológica é da palavra grega klon, que quer dizer broto de um vegetal. A clonagem é uma forma de reprodução assexuada que existe naturalmente em organismos unicelulares e em plantas. Este processo reprodutivo se baseia apenas em um único patrimônio genético. Nos animais ocorre naturalmente quando surgem gêmeos univitelinos. Neste caso ambos novos indivíduos gerados tem o mesmo patrimônio genético. A geração de um novo animal a partir de um outro pré-existente ocorre apenas artificialmente em laboratório Os indivíduos resultantes deste processo terão as mesmas características genéticas cromossômicas do indivíduo doador, ou também denominado de original.

A Clonagem é um processo artificial?
R.: Na verdade, há organismos na natureza que se reproduzem assexuadamente, como bactérias, leveduras e protozoários, gerando descendentes geneticamente idênticos; eles apresentam, portanto, processos de clonagem. No entanto, alguns seres mais complexos também apresentam clonagem, como certos moluscos e crustáceos. Enquanto muitas das espécies que apresentam exclusivamente reprodução assexuada correm maior risco de extinção, diante de mudanças que possam ocorrer no ambiente, a reprodução sexuada que acontece na natureza aumenta a variabilidade genética de tantas outras. Há espécies que apresentam uma curiosa forma de reprodução, conhecida como partenogênese, em que um óvulo se desenvolve em um novo indivíduo, sem ter ocorrido fecundação. É o caso da espécie de crustáceo Artemia parthenogenetica, que tem sobrevivido por no mínimo 30 milhões de anos, mesmo tendo essa forma de reprodução. O pulgão de planta, ou afídio, reproduz-se por partenogênese freqüentemente e apenas em algumas gerações se reproduz sexualmente. Talvez, um dia, a humanidade venha a ter esse padrão reprodutivo.

Gêmeos idênticos constituem um clone?
R.: Eles apresentam a mesma carga genética, sendo, teoricamente, um clone. No entanto, as características dos indivíduos dependem do ambiente em que são criados e também de como se processa sua gestação no útero. Durante o desenvolvimento embrionário, o indivíduo é exposto, no útero, a uma série de fatores relacionados com o organismo da mãe e que estão sujeitos a grandes variações, como nutrição, ingestão de álcool, uso de drogas e mesmo um eventual "estresse hormonal". Tudo isso pode influenciar o desenvolvimento físico e mental do novo indivíduo. Assim, gêmeos idênticos, apesar de terem a mesma carga genética, podem se tornar diferentes em alguns aspectos, caso eles tenham sido gerados em úteros diferentes, como, por exemplo, os bebês de proveta.

A clonagem pode ajudar em transplantes?
R.: No futuro, uma pessoa poderia utilizar um clone seu para o fornecimento de "peças sobressalentes"? Mas esse procedimento envolveria uma série de aspectos éticos, visto que o clone seria um ser humano como outro qualquer e poderia não estar disposto a agir, em vida, como um doador de órgãos. Há também dificuldades técnicas, pois seria necessário esperar alguns anos até que os órgãos do clone estivessem suficientemente maduros para se efetuar o transplante. Além disso, ainda não teríamos certeza de que os problemas de rejeição seriam inteiramente eliminados. Por outro lado, na área de transplantes está ocorrendo um rápido progresso, com o esclarecimento dos mecanismos de rejeição de tecidos e na busca de soluções. Assim, antes que as técnicas de clonagem tornem disponível o coração de um clone para transplante, é mais provável que pessoas necessitadas recebam, sem problemas de rejeição, o coração de um porco.

Seria possível clonar apenas órgãos isolados?
R.: Teoricamente, sim, mas ninguém está nem mesmo perto de saber como. O nascimento de Dolly mostrou que é possível reprogramar a célula de um adulto (ou no mínimo seu genoma) de forma que ele comece a se desenvolver novamente. Isso significa que um dia poderá ser possível reprogramar células da pele ou do sangue, para que elas cresçam em tecidos e órgãos "sobressalentes" em vez de organismos inteiros. Mas os obstáculos técnicos serão enormes.

É possível criar homens Superinteligentes?
R.: Possivelmente sim, embora não se saiba ainda o suficiente sobre genética humana para "melhorar" as pessoas. O aprimoramento genético de seres vivos é algo que se faz há muito tempo, bem antes da descoberta das técnicas de clonagem: um cavalo puro sangue, por exemplo, é essencialmente resultante de um processo de melhoramento genético. Até agora, devido a essas e outras preocupações éticas, os geneticistas estão concentrados em encontrar as causas das doenças genéticas e sua cura.

Quais os perigos da clonagem?
R.: Experiências com cinco espécies de mamíferos já clonadas mostraram que as chances de sucesso são baixas. A grande maioria das gestações envolvendo clones se desenvolveram muito mal. Na maior parte, os clones morreram, e em quase todas havia risco de vida para a mãe e o bebê. Em muitos dos casos os clones cresceram mais do que o normal, ameaçando romper o útero, que também ficou inchado com a quantidade de líquidos. Quase todas as grávidas de clones sofreram abortos espontâneos. A ovelha Dolly, o primeiro clone de um mamífero, foi o primeiro sucesso depois de 247 gestações.

Quais as perspectivas para um clone humano?
R.: Do número mínimo (pouco mais de 1%) de clones animais que sobreviveram ao período de gestação, a maioria tem anomalias: mal funcionamento do fígado, anomalias venosas e problemas cardíacos, pulmões atrofiados, diabetes, deficiências no sistema imunológico e possíveis defeitos genéticos não identificados. Várias das vacas clonadas sofreram deformidades na cabeça e nenhuma sobreviveu por muito tempo. Mas alguns pesquisadores alegam que têm como fazer um "controle de qualidade" de embriões, escolhendo apenas os "saudáveis". No atual estágio das pesquisas, acredita-se que nenhum processo de seleção seja seguro. Normalmente, os bebês são formados pela união dos genes do óvulo e do espermatozóide. Os genes são "impressos" - um processo pouco compreendido, mas que evita confusão genética entre genes parecidos do pai e da mãe. Há provas de que nos clones esta "impressão" não funciona bem. No momento não há como detectar este problema num embrião.

Quais as conseqüências a longo prazo?
R.: Sabe-se muito pouco sobre as conseqüências a longo prazo. Há algumas evidências de que os clones provavelmente não viveriam tanto como os animais concebidos da maneira convencional, e de que eles podem ter problemas de saúde.

A criança seria uma cópia exata do pai/mãe genético?
R.: Não. No campo genético, o clone seria 99,9% igual ao doador do DNA. Ele não seria uma cópia exata porque há alguns genes importantes que seriam fornecidos pelo doador do óvulo. Esses genes ficam do lado de fora do núcleo do óvulo. Além disso, o clone estaria sujeito a fatores ambientais diferentes e a uma criação diferente de seu pai ou mãe genético. Isso poderia resultar em personalidade e aparência diferentes.

Como a clonagem pode ser alcançada?
R.: O modelo é a ovelha Dolly, clonada por cientistas britânicos em 1997. Apesar da tecnologia ter sido aplicada a vários animais, ela ainda não é desenvolvida o suficiente e os mecanismos envolvidos são pouco conhecidos. O processo envolve a remoção do DNA do núcleo de um óvulo da mãe. Este material genético é então substituído pelo DNA retirado de uma célula do pai - talvez da pele. Uma descarga elétrica pode se usada na célula para que ela comece a se dividir, como qualquer embrião normal. O óvulo então é implantado no útero, num procedimento de rotina em clínicas de fertilidade. As técnicas usadas estão descritas detalhadamente em publicações científicas, mas ainda não se sabe muito sobre a tecnologia, e há perigos para a mãe e para o bebê.

Em que estágio estão as tentativas de clonar humanos?
R.: O especialista em fertilidade americano Panos Zavos e o embriologista italiano Severino Antinori estão no centro do acalorado debate sobre clonagem humana. Eles defendem a técnica como uma forma moralmente aceitável de ajudar casais com problemas de infertilidade a ter filhos. Os médicos afirmam que já têm mais de 1.500 casais interessados em se submeter ao tratamento, que poderia ser iniciado já nas próximas semanas. O plano provocou discussões morais sobre o procedimento e especialistas duvidam que os dois vão conseguir realizar a clonagem. Suspeita-se que outros cientistas estariam tentando clonar humanos, mas Zavos e Antinori são os "advogados públicos" da causa.

Em que local a 1ª clonagem humana poderá ser realizada?
R.: Apesar da clonagem humana ser contra a lei em vários países, nem todas as nações tomaram medidas para proibir especificamente a prática. No Brasil, o Conselho Nacional de Medicina tem uma norma ética proibindo o uso de embriões em pesquisas - o que em tese impede a clonagem humana - mas não há uma legislação específica a respeito. Na Grã-Bretanha a lei existe, mas permite o uso limitado de clonagem para o desenvolvimento de novas terapias celulares. Os Estados Unidos estão em processo de aprovar uma lei neste sentido. As autoridades médicas italianas estão considerando a cassação da licença médica do Dr. Antinori, se ele continuar as experiências. Ele já declarou que pode levar o processo adiante num país não identificado no Mediterrâneo, ou num barco, em águas internacionais, para evitar as restrições legais. Mas há pesquisadores Americanos que já estão bem avançados neste objetivo.

O Brasil já efetuou alguma clonagem?
R.: No dia 21 de março o Ministro da Agricultura e do Abastecimento, Marcus Vinícius Pratini de Morae, anunciou em Brasília, o nascimento do primeiro animal clonado brasileiro, a bezerra Vitória da raça Simental, nascida na Fazenda Sucupira, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura. As pesquisas em reprodução animal na Embrapa começaram em 1984, e são o resultado da tecnologia de transferência nuclear, a bezerra Vitória é resultado de núcleos transferidos de um embrião de cinco dias coletado de uma vaca Simental pela técnica de transferência de embriões clássica.

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