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6 de ago. de 2010

REPRODUÇÃO DOS RÉPTEIS


Os répteis se reproduzem sexualmente da mesma forma que outros vertebrados. Antes de procriar, muitas espécies de répteis entram em rituais de acasalamento que podem levar horas ou até dias. O comportamento entre eles durante o acasalamento é amplo e varia entre as diferentes ordens. Os lagartos machos podem mudar de cor ou esvoaçar a pele localizada ao redor da garganta; algumas cobras entram em processos complexos de entrelaçamento e perseguição; as tartarugas e jabutis podem golpear seus prováveis companheiros com as suas patas e os crocodilos e jacarés costumam a berrar ou rosnar, indicando que estão prontos para o acasalamento. Em muitas espécies, as demonstrações de acasalamento dos machos estão feitas para intimidar outros machos e atrair as fêmeas. O ato de acasalamento pode ser incômodo e muito perigoso, principalmente entre as grandes tartarugas e crocodilos, pois estão menos preparados para movimentos ágeis na terra. As tartarugas marinhas costumam a acasalar na água, pois o meio ajuda a suportar seus corpos pesados.

A maioria dos répteis coloca ovos. As fêmeas defendem seus ovos com violência até os filhotes nascerem.

A maioria dos répteis é ovíparo, isto significa que colocam ovos. A desova pode ser feita de muitas maneiras no mundo dos répteis. Algumas espécies podem colocar grandes quantidades de ovos, que se desenvolvem sozinhos, muitas vezes em ninhos escondidos e bem protegidos, embaixo da terra ou na areia. Tartarugas marinhas como as tartarugas-verdes, por exemplo, chegam na praia para desovar na areia, onde os ovos são deixados para se desenvolverem sozinhos. Em outras espécies como as dos crocodilos ou pítons, as fêmeas defendem o ninho com agressividade, passando longos períodos ao redor do local e afastando qualquer predador.

A maioria das espécies de répteis é ovovivípara, o que significa que os embriões se desenvolvem em ovos de casca fina dentro do corpo da mãe. Os ovos chocam antes de serem colocados para fora do corpo, por isso pode parecer que as espécies ovovivíparas geram os filhotes vivos. A Ovoviviparidade pode ser encontrada em várias espécies de lagartos e cobras.

Fonte: animalplanetbrasil.com

EVOLUÇÃO DOS RÉPTEIS

Os répteis estão entre os mais antigos grupos de animais terrestres do mundo. Os primeiros répteis, como são conhecidos hoje em dia, evoluíram dos anfíbios há 250 ou 300 milhões de anos atrás e proliferaram com rapidez até se transformarem numa criatura terrestre. Provavelmente, os primeiros répteis eram fisicamente parecidos com os que existem hoje em dia. Suas peles grossas e impermeáveis os ajudaram a manter a umidade e os ovos em conchas permitiram-lhes se desenvolver em ambientes secos. Estas adaptações os ajudaram a completar seus ciclos de vida na terra. Dessa forma, eles foram capazes de colonizar quase todo o ambiente terrestre muito rapidamente.

Os répteis que conhecemos hoje em dia representam um pequeno exemplo daquelas primeiras criaturas, a maioria evoluiu rapidamente em outras direções. Registros de fósseis mostram que os dinossauros e seus parentes, por exemplo, foram descendentes dos primeiros répteis, e não ao contrário. Com o tempo, vários grupos de répteis se diversificaram. Nos registros comparativos de fósseis, aparecem répteis parecidos aos mamíferos. A descoberta do famoso fóssil do Archaeopteryx , em 1861, demonstrou que os pássaros também evoluíram destes primeiros reptilianos.

Fonte: animalplanetbrasil.com

Classe Amphibia




A Classe Amphibia inclui as cecílias (Ordem Gymnophiona), as salamandras (Ordem Caudata) e os sapos, rãs e pererecas (Ordem Anura). Embora existam variações na forma do corpo e nos órgãos de locomoção, pode-se dizer que a maioria dos anfíbios atuais tem uma pequena variabilidade no padrão geral de organização do corpo. O nome anfíbio indica apropriadamente que a maioria das espécies vive parcialmente na água, parcialmente na terra, constituindo-se no primeiro grupo de cordados a viver fora da água. Entre as adaptações que permitiram a vida terrestre incluem pulmões, pernas e órgãos dos sentidos que podem funcionar tanto na água como no ar. Dos animais adaptados ao meio terrestre, os anfíbios são os mais dependentes da água. Foram os primeiros a apresentar esqueleto forte e musculatura capaz de sustentá-los fora d'água.

Sua pele é bastante fina e para evitar o ressecamento provocado pela exposição ao sol, possui muitas glândulas mucosas. Estas liberam um muco que mantém a superfície do corpo úmida e lisa, diminuindo o atrito entre a água e o corpo durante o mergulho.

A epiderme também possui pouca quantidade de queratina, uma proteína básica para a formação de escamas, placas córneas, unhas e garras. A ausência destas estruturas os torna frágeis em relação à perda de água e também quanto à sua defesa de predadores. Por isso, alguns anfíbios desenvolveram glândulas que expelem veneno quando comprimidas.

A respiração dos anfíbios pode ocorrer através de brânquias e da pele (na fase larval e aquática) e da pele e de pulmões quando adultos e terrestres.

São ectotérmicos, ou seja, a temperatura do corpo varia de acordo com a temperatura do ambiente. Por isso, em épocas frias ou muito secas, muitas espécies enterram-se sob o solo aí permanecendo até a época mais quente e chuvosa. Este comportamento, em muitos locais do Brasil, deu origem à lenda de que os sapos caem do céu, pois, com a umidade provocada pelas chuvas, os anfíbios saltam das covas onde estavam em estado de dormência, para a atividade.

Também dependem da água para se reproduzirem: a fecundação ocorre fora do corpo da fêmea e o gameta masculino necessita do meio aquoso para se locomover até o óvulo da fêmea. Esta dependência ocorre também porque os ovos não possuem proteção contra a radiação solar e choques mecânicos. O desenvolvimento da larva é indireto, ou seja, a larva após a eclosão do ovo, passa por várias transformações até atingir a forma adulta, como acontece com o girino.

A maioria das espécies de anfíbios apresenta hábitos alimentares insetívoros, sendo, portanto, vertebrados controladores de pragas. Muitas espécies, sensíveis a alterações ambientais (desmatamento, aumento de temperatura ou poluição) são consideradas excelentes bioindicadores. A diminuição de certas populações tem sido atribuída a alterações globais de clima e para certos biomas do Brasil, como a Mata Atlântica, os declínios populacionais ou mesmo extinção de anfíbios têm sido atribuídos ao desmatamento.

Algumas espécies, como a perereca-da-folhagem (Phyllomedusa bicolor) e o sapinho pingo-de-ouro (Brachycephalus ephipium) têm sido alvo de estudos bioquímicos e farmacológicos, para isolamento de substâncias com possíveis usos medicinais. Estes são apenas dois exemplos de uso potencial de anfíbios, que têm despertado interesse científico e comercial internacional e gerado problemas de "pirataria biológica" devido a falta de uma política clara sobre o uso da biodiversidade do Brasil.

Fonte: www.vivaterra.org.br

Classe Amphibia
QUE TIPO DE ANIMAL É UM ANFÍBIO?
Os anfíbios foram os primeiros vertebrados a conquistar o ambiente terrestre. Do ponto de vista evolutivo constituem um grupo situado entre os peixes e os répteis. Apesar de muitas espécies poderem viver fora do ambiente aquático, os anfíbios sempre apresentam grande dependência da água, pelo menos durante a fase reprodutiva. Seus ovos, desprovidos de casca, necessitam de umidade constante. Os filhotes, ao nascerem, vivem na água, onde respiram através de brânquias e, com seu desenvolvimento, passam para a terra, onde respiram por pulmões. Daí o nome anfíbio que significa, em grego, duas vidas, referindo-se às fases aquática e terrestre.

A temperatura do corpo desses animais não é constante, variando conforme a temperatura do ambiente. Sua pele é quase sempre úmida, o que causa a sensação de serem "gelados" e "pegajosos". Essa umidade é importante para que eles possam realizar respiração cutânea, além da pulmonar. Diferentemente dos outros vertebrados, a pele dos anfíbios é nua, não possuindo escamas, pêlos ou penas. Assim, eles são muito suscetíveis à perda de água. Para contornar esse problema, uma das estratégias que utilizam é a de serem, na grande maioria das espécies, animais noturnos.

Embora seus antepassados pré-históricos tenham atingido tamanhos muito grandes, a maioria dos anfíbios atuais não passa de 20 cm de comprimento, os menores podendo chegar a menos de 1 cm.

Por todas essas características, os anfíbios tendem a habitar as regiões próximas ao Equador, sendo mais concentrados na região tropical. Apesar disso, algumas espécies podem desenvolver adaptações que lhes permitem viver em regiões frias, em grandes altitudes e até em desertos. Dessa maneira, existem cerca de 4.500 espécies descritas de anfíbios que se distribuem por todos os continentes, exceto a Antártida.

COMO SÃO CLASSIFICADOS?
A classe Amphibia é dividida em 3 ordens:

1.Anura
2. Caudata
3. Gymnophiona

ORDEM ANURA - sapos, rãs e pererecas
Os Anuros são assim chamados por não apresentarem cauda na fase adulta. Possuem dois pares de patas. Há no mundo cerca de 3.800 espécies e sua distribuição é predominantemente tropical. A fauna brasileira é a mais rica em anfíbios anuros, contando com aproximadamente 600 espécies conhecidas.

ORDEM CAUDATA OU URODELA - Salamantras e Tritões
Como o nome diz, possuem cauda e, em geral, 2 pares de patas na fase adulta, embora estas possam ser reduzidas dependendo do hábito de vida do animal. Contém cerca de 500 espécies de distribuição predominantemente temperada e setentrional. No Brasil conhecemos, até o momento, somente uma espécie de salamandra que vive na região Amazônica.

ORDEM GYMNOPHIONA OU ÁPODA- Cecílias ou cobras-cegas.
Apresentam o corpo vermiforme, são cegos e não possuem patas. Possuem um par de tentáculos entre os olhos e as narinas, órgãos sensoriais típicos desses animais. Por viverem quase sempre no ambiente subterrâneo, são raras as oportunidades de nos deparararmos com as cecílias. que são, dessa forma, bastante desconhecidas. Há cerca de 170 espécies nessa ordem, com distribuição tropical e meridional. No Brasil existem mais ou menos 20 espécies.

SAPOS, RÃS E PERERECAS


Dentre os anfíbios anuros podemos distinguir 3 categorias de animais, baseadas no seu aspecto externo:

Sapos (imagem 4) Englobam as várias espécies de animais de hábitos mais terrestres. Geralmente apresentam a pele rugosa e mais seca em relação às rãs e pererecas. Possuem um par de protuberâncias glandulares, uma atrás de cada olho, conhecidas como parotóides, e locomoção lenta, quase sempre a pequenos saltos.

Rãs (imagem 5), são animais essencialmente aquáticos, com pele muito lisa e úmida, dedos de ponta afilada, e locomoção rápida com saltos de grande extensão.

Pererecas (imagem 6), Uma característica das pererecas é serem dotadas de discos adesivos nas pontas dos dedos, o que lhes confere a capacidade de subir na vegetação ou em paredes. Possuem pele lisa e úmida e locomovem-se rapidamente através de saltos, como o seu próprio nome em tupi indica (pere’reg = ir aos saltos). Aliás, é daí também que vem o nome do Saci Pererê!

PORQUE OS ANUROS CANTAM?


Se estivermos perto de um brejo, de uma lagoa, ou de um riacho, numa noite quente, e prestarmos bastante atenção, poderemos distinguir variados sons, alguns parecidos com assobios, outros com o toque de buzina, latidos de cão, pingos d´água caindo, ferro batendo, etc. Todos esses sons provêm dos machos de sapos, rãs e pererecas que cantam à noite chamando as fêmeas para o acasalamento.

Cada espécie tem seu canto bem característico. Para produzí-lo, o macho possui um (ou dois) sacos vocais que se enchem de ar e funcionam como uma caixa amplificadora do som que pode, assim, ser ouvido a grandes distâncias.

COMO OS ANUROS SE REPRODUZEM?


Quando uma fêmea, atraída pelo canto, encontra um macho da mesma espécie, é por ele agarrada pelas costas, num abraço nupcial.

A seguir, os ovos são postos em um local úmido, podendo ser dentro d´água, debaixo de pedras, no interior de uma toca no chão, sobre uma folha, na axila de uma bromélia, etc.

À medida que a fêmea, estimulada pelo abraço nupcial, põe os ovos, estes vão sendo fertilizados pelo sêmen expelido pelo macho. Já nas cecílias, existe no macho um órgão copulador. Em certas salamandras ocorre, ainda, uma outra forma de fecundação onde o macho deposita no chão bolsas contendo os espermatozóides, os espermatóforos, que são então recolhidos pela fêmea através da cloaca.

Tanto o aspecto dos ovos como o arranjo que eles apresentam após a postura variam muito, dependendo da espécie considerada. Os ovos podem formar um cordão gelatinoso, podem aderir-se a plantas, pedras, ou folhas enroladas, ou podem ficar protegidos dentro de um ninho de espuma. Com a eclosão dos ovos, nascem os girinos, que representam a primeira fase da vida dos anuros, conhecida como fase larval. Os girinos vivem na água e se assemelham a peixes, geralmente de cor escura. São providos de cauda, não têm patas e respiram por meio de brânquias. Para que atinjam a forma adulta eles passam por uma transformação total do organismo conhecida como metamorfose. Durante essa transformação os animais adquirem patas, perdem a cauda (se forem anuros), deixam gradualmente o ambiente aquático e passam a respirar através dos pulmões e da pele.

Em algumas espécies não existe fase larval visível e todas as transformações do embrião ocorrem dentro do ovo. Nesse caso, os animais já nascem com a forma dos adultos.

PROTEÇÃO DA PROLE


Diversos grupos de anfíbios desenvolveram meios de proteger seus filhotes. Algumas espécies podem guardar temporariamente os filhotes na boca, no estômago, ou em pregas da pele semelhantes às bolsas dos marsupiais. No sapo-aru (também conhecido como pipa), os ovos, após fecundados, são conduzidos pelo macho ao dorso da fêmea, onde ficam protegidos dentro da pele até o nascimento dos filhotes.

A nossa rã mais comum, a rã-pimenta, monta guarda permanente desde a postura dos ovos até a metamorfose dos girinos, tornando-se muito agressiva com os eventuais predadores.

As cecílias terrestres cuidam de seus ovos enrodilhando-se em torno deles e assim permanecendo por um longo tempo, mesmo após o nascimento dos filhotes. Estes, durante vários meses, permanecem junto à mãe.

OS ANFÍBIOS SÃO VENENOSOS?
Apesar de serem inofensivos aos seres humanos, todos os anfíbios, incluindo as cecílias e as salamandras, possuem glândulas espalhadas por toda a pele que podem produzir secreções tóxicas. Em muitos casos existem regiões especiais da pele que possuem acúmulos dessas glândulas, tais como as parotóides dos sapos. As secreções cutâneas dos anfíbios podem ser constituídas por inúmeras substâncias que, na sua maioria, possuem propriedades e composição química ainda muito mal conhecidas.

A finalidade dessas substâncias é a proteção dos anfíbios contra o ataque de predadores e a defesa da pele contra infecções por bactérias e fungos. No entanto, os anfíbios, diferentemente das cobras, não dispõem de meios para injetar os venenos que produzem.

Praticamente não existem registros de envenenamento por anfíbios em seres humanos. Já em cães podem ocorrer acidentes se molestarem ou morderem sapos. Nesse caso, a pressão da mordida sobre as parotóides faz com que essas glândulas espirrem o veneno esbranquiçado e pastoso que, entrando em contato com a mucosa dos olhos, nariz ou boca, pode causar danos ao organismo ou até mesmo levá-lo à morte.

É muito comum ouvirmos falar que a urina dos anuros é venenosa e pode cegar. Isso não é verdade. O líquido que esses animais soltam ao se sentirem molestados, nada mais é do que uma solução aquosa, muito diluída, armazenada na bexiga. Essa "urina", quando liberada, pode ser esguichada a grande distância, sendo, no entanto, completamente inofensiva.

Algumas espécies de sapos coloridos da Amazônia, os dendrobatídeos, possuem uma secreção cutânea muito venenosa que é utilizada pelos índios para envenenar suas flechas (ou zarabatanas) para a caça.

O PAPEL DOS ANFÍBIOS NO EQUILÍBRIO ECOLÓGICO
Os anfíbios, assim como todos os outros seres vivos, são parte integrante da natureza, sendo importantes elos na grande teia alimentar de nossos ecossistemas. Seus ovos e girinos servem de alimento a peixes, aves e a uma infinidade de outros seres aquáticos. Os jovens e adultos entram na composição da dieta de muitas cobras, lagartos, aves, mamíferos, peixes e outros anfíbios.

A maioria dos girinos é vegetariana, alimentando-se principalmente de algas. Já a alimentação dos adultos é exclusivamente carnívora. As espécies menores se alimentam de insetos e outros invertebrados enquanto que espécies de grande porte, como o sapo cururu podem ingerir pequenos vertebrados como cobras, lagartos, ratos, pássaros, e até mesmo outros anfíbios.

POR QUE OS ANFÍBIOS ESTÃO DESAPARECENDO?
Nas últimas décadas tem sido observada uma diminuição ou o desaparecimento de algumas populações de anfíbios, tanto anuros como salamandras, em vários locais do mundo. Ainda não se sabe ao certo o motivo desse fenômeno, embora existam muitas suposições. Para os anfíbios, animais extremamente sensíveis às mudanças ambientais, qualquer pequena modificação, tanto de ocorrência natural como pela ação do homem, pode ser crucial para a sua sobrevivência.

Assim, a devastação de florestas, a introdução de áreas para pastagem de gado, a agro-indústria, o garimpo e outras atividades humanas podem estar contribuindo diretamente para a sua diminuição. Ainda, a poluição do ar e das águas por agentes químicos e a redução da camada de ozônio com o conseqüente aumento da intensidade dos raios ultravioleta do sol podem ter uma influência muito negativa sobre esses animais.

RANICULTURA
Em muitos lugares do mundo a carne tenra de certas espécies de rãs é apreciada como alimento. Aqui no Brasil, a criação de rãs em cativeiro, particularmente da espécie americana Rana catesbeiana, tem aumentado bastante nas últimas décadas, mostrando-se um negócio lucrativo.

OBTENÇÃO DE NOVOS FÁRMACOS
O estudo das secreções cutâneas dos anfíbios tem demonstrado a existência de uma infinidade de novas substâncias, muitas delas com efeitos farmacológicos muito interessantes que poderiam ser utilizados pelos seres humanos. Por este ponto de vista, os anfíbios representam uma enorme riqueza dentro da biodiversidade de nosso planeta, que temos a obrigação de preservar.

OS ANFÍBIOS E OS SERES HUMANOS
Os anfíbios, em toda a história da humanidade, sempre estiveram ligados a manifestações culturais de muitos povos. O Brasil é muito rico em lendas e tradições envolvendo anfíbios que, infelizmente, nem sempre se referem a esses animais de modo positivo. Para muita gente, persiste até os dias atuais a idéia de que eles são "feios, inúteis e repugnantes". É exatamente essa idéia que justificou o tratamento brutal ao qual eles, muitas vezes, foram (e ainda são) submetidos. Entretanto, com o atual avanço dos conceitos ecológicos, felizmente os anfíbios estão sendo cada vez mais respeitados.

Para a garantia de sua sobrevivência, além dos esforços de preservação de cada um de nós, esses animais, assim como todos os integrantes da nossa fauna e flora, estão atualmente protegidos por lei.

OS ANFÍBIOS NO INSTITUTO BUTANTAN
Nas últimas duas décadas um grupo de pesquisadores do Laboratório de Biologia Celular do Instituto Butantan vem se dedicando ao estudo dos anfíbios. Além de realizarem trabalhos sobre a história natural de várias espécies, eles estudam características morfológicas e fisiológicas, principalmente da pele desses animais, que lhes permite adaptar-se aos diversos ambientes em que vivem.

Ainda, oferecem todos os anos cursos básicos e de extensão cultural sobre esses animais, de modo que podendo conhecê-los melhor, todos possam respeitá-los e apreciá-los como parte da riqueza que compõe a nossa fauna.

Fonte: www.butantan.gov.br

Vertebrados

Características Gerais
Vertebrados que conquistaram efetivamente o meio terrestre, pois são de fecundação interna, ovíparos (ovos com casca) na maioria, vivíparos (sucuri) ou ovovivíparos (cascavel). Possuem anexos embrionários: saco vitelino, córion, âmnion, alantóide. Excretam ácido úrico. Não sofrem metamorfose e a pele é seca e impermeável, protegida por escamas ou placas de queratina (proteína). A respiração é sempre pulmonar, desde o nascimento, inclusive nos aquáticos.

São cordados, vertebrados, deuterostômios, tetrápodes, celomados, amniotas, alantoidianos, pecilotérmicos. O esqueleto é predominantemente ósseo.

Estão adaptados para viverem na água (tartaruga, jacarés) ou na terra (cobras, lagartos, lagartixas), mas todos respiram por pulmões.

O padrão circulatório dos répteis é semelhante ao dos anfíbios. Seu coração tem três câmaras (dois átrios e um ventrículo), e são os mesmos dois circuitos: circulação pulmonar e circulação sistêmica. Entretanto, o ventrículo único dos répteis é parcialmente dividido pelo septo de Sabatier, o que torna a mistura de sangue arterial e venoso apenas parcial. O sangue que flui pela circulação sistêmica para os tecidos do corpo é mais saturado em oxigênio que aquele recebido pelos tecidos dos anfíbios.

Apesar dessa diferença anatômica e funcional, a circulação dos répteis também é dupla e incompleta, pelos mesmos motivos expostos anteriormente para a circulação dos anfíbios.

A exceção é a circulação dos répteis crocodilianos, como os crocodilos e os jacarés. O ventrículo desses animais é completamente dividido, e o coração perfaz quatro câmaras: doi átrios e dois ventrículos. Entretanto, na emergência das artérias pulmonar e aorta, há uma comunicação, o forame de Panizza, pelo qual ainda ocorre mistura de sangue arterial e venoso.

A articulação do crânio com a 1a vértebra é feita por um côndilo ocipital, o que permite movimentos da cabeça mais amplos, quando comparados com os anfíbios.

Possuem boca com dentes, exceto as tartarugas que possuem bico. O tubo digestivo é completo e termina na cloaca, juntamente com os aparelhos reprodutor e excretor.

Enquanto peixes e anfíbios apresentam rins mesonefros (torácicos), de répteis em diante os rins serão metanefros (abdominais), melhorando muito a capacidade filtradora do sangue.

Ovo com estruturas que protejam o embrião contra a perda excessiva de água. Esse tipo de ovo, citado nesse último item, é chamado genericamente de ovo terrestre. Possui uma casca protetora, resistente e porosa, e um sistema de membranas e de bolsas internas, os anexos embrionários:

Cório: protege contra abalos mecânicos e contra a penetração de microorganismos;

Âmnio: evita a evaporação;

Saco vitelínico: contém o vitelo, que alimenta o embrião durante o seu desenvolvimento;

Alantóide: permite o armazenamento de resíduos metabólicos, na forma de uma pasta semi-sólida, e realiza trocas gasosas com o ar que penetra através da casca porosa. Na realidade, as trocas gasosas acontecem na região de fusão do alantóide com o cório.

Sistema Nervoso dos Repteis



No sistema nervoso dos répteis ocorre uma mudança do centro de atividade encefálica que nos anfíbios estava situado no mesencéfalo e nos répteis muda para os hemisférios cerebrais (cérebro). Tal mudança resulta da invasão do palio por muitas células nervosas (camada cinzenta) para começar a formar o neopalio. O cerebelo dos répteis é mais desenvolvido do que dos anfíbios porém não se compara ao das aves e mamíferos.

O encéfalo apresenta dois longos lobos olfativos ligados aos grandes hemisférios cerebrais; atrás destes ficam dois lobos ópticos ovais. Depois vem o cerebelo mediano, com forma de pêra, maior que nos anfíbios. O mielencéfalo expande-se lateralmente por baixo do cerebelo, depois estreita-se formando a medula espinal. Ventralmente, entre as bases dos hemisférios cerebrais estão os tratos ópticos e nervos ópticos, seguidos pelo infundíbulo e pela hipófise. Há 12 pares de nervos cranianos e nervos espinais pares para cada somito do corpo. Há botões gustativos na língua e órgãos olfativos a cavidade nasal. Os olhos têm glândulas lacrimais para manter a córnea úmida fora da água. Os ouvidos são do tipo característico de vertebrados terrestres.

Células Nervosas dos Répteis


As células tem origem de ramificações ventrais não cruzadas, que tem uma posição similar à das células homóloga nos anfíbios, constituindo grupos que são um pouco diferente arranjadas no canal central e bordas mais ou menos próximas à substância branca. Determinados dendritos agem através dessa substância branca e formam ramificações (rede) nervosas que não se apresentam tão grandes como em anfíbios, estando mais concentradas às partes laterais e ventrais da coluna.

As células que contribuem para essa formação ou um início de rede nervosa apresentam-se de vários tipos: células de projeção ventral, células funiculares, células de junção ventral ou anterior, células de von Lenhossék na medula cervical e possivelmente alguns outros neurônios. O arranjo das projeções dos nervos ventrais, variam de animal para animal e, em um nível consideravelmente grande.

Existe a possibilidade das ramificações ventrais não serem limitadas por somente um miótomo (célula muscular em desenvolvimento embrionário), porém, pode conter algumas fibras miotomais adjacentes. Na medula torácica das tartarugas, as células originadas de fibras somáticas eferentes estão ausentes devido à falta de musculatura rígida. A maioria dos grupos de células, consistem em corpos celulares de neurônios no pescoço, e musculatura dorsal com grupos de células mais laterais particularmente bem desenvolvidas na sua forma, que estão presentes na medula cervical e lombar concentrando-se na região de enervação motora dos membros.

Nas serpentes a substância cinza tem arranjo regular, as projeções laterais mostram alguma similaridade com os tubarões. Essas células motoras são provavelmente comparáveis a grupos médios de tartarugas e crocodilos.

Nos crocodilos a enervação da musculatura rígida se apresenta pelo prolongamento da medula, assim como em serpentes, onde grupos laterais aparecem na região lombar, e um alongamento cervical como em tartarugas. A medula espinhal de crocodilos apresenta algumas peculiaridades. Em primeiro a posição frontal diferente do canal central. Figura 91B, onde a substância cinza aparece na projeção ventral, bem abaixo do canal. Segundo, o aparecimento de núcleos na periferia das células.

Os neurônios que constituem o grupo de células periféricas afiladas, formam feixes funiculares laterais.

Fonte: www.pucrs.br

Filo Artrópodes

Características Gerais dos Artrópodes
O filo Arthropoda é o mais extenso do reino Animal, existindo ainda muitas espécies por identificar. Este grupo inclui as aranhas, os crustáceos, as centopeias e os insectos, entre muitos outros seres vivos. Desde o final do Pré-Câmbrico, há cerca de 570 milhões de anos, que são encontrados artrópodes no registo fóssil (Hickman et al., 1997).

Estes seres vivos têm órgãos sensoriais bem desenvolvidos e um exosqueleto com quitina. A sua estrutura primitiva consiste numa série linear de segmentos, cada um com um par de apêndices constituídos por diferentes artículos. No entanto, verificou-se a tendência para os segmentos se fundirem entre si, originando grupos funcionais, e os apêndices estão frequentemente diferenciados, de modo a existir uma divisão do trabalho. Poucos são os artrópodes que apresentam dimensões superiores a 60 cm de comprimento: o maior é um caranguejo japonês, com aproximadamente 4m de largura, e o mais pequeno é um ácaro com menos de 0,1 mm (Hickman et al., 1997).

Os artrópodes são geralmente animais activos e energéticos. A maioria destes seres vivos são herbívoros, mas existem também artrópodes carnívoros e omnívoros. Tendo em conta a sua enorme abundância, vasta distribuição ecológica e elevado número de espécies, a sua diversidade não é ultrapassada por nenhum outro grupo de animais. São encontrados em todos os tipos de ambiente, desde zonas oceânicas profundas até regiões de elevada altitude, bem como desde o equador, até aos pólos. Muitas espécies estão adaptadas à vida no ar, em meio terrestre, em água doce, salobra ou salgada. Outras vivem ainda sobre ou no interior de plantas ou de outros animais (Hickman et al., 1997).

Apesar dos artrópodes competirem com o Homem por alimento e provocarem doenças, são essenciais para a polinização de muitas plantas e são também utilizados como alimento e para a produção de produtos como a seda, o mel e a cera (Hickman et al., 1997).

1. Principais Características
Encontram-se seguidamente enumeradas algumas das características deste grupo de seres vivos:

1. A simetria é bilateral e o corpo é segmentado, estando os segmentos geralmente agrupados em duas ou três regiões distintas: cabeça e tronco; cabeça, tórax e abdómen; ou cefalotórax e abdómen (Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

2. Existem apêndices constituídos por um conjunto de artículos. Tipicamente cada segmento apresenta um par de apêndices, mas esta organização surge frequentemente modificada, com segmentos e apêndices adaptados a funções especializadas: natação, manipulação do alimento, reprodução, entre outras (Hickman et al., 1997).

3. Existe um exosqueleto com proteínas, quitina, lípidos e, muitas vezes, carbonato de cálcio. Trata-se de um esqueleto externo, segregado pela epiderme, que possibilita uma grande protecção. Para além disso, evita a desidratação, permite a fixação dos músculos e confere protecção contra as radiações solares. Um dos principais constituintes do exosqueleto é a quitina, um polissacarídeo resistente e insolúvel em água, existindo igualmente nos crustáceos impregnações de carbonato de cálcio. Devido à existência de zonas do exosqueleto que não são expansíveis, os artrópodes para crescerem têm que libertar esta cobertura após determinados intervalos de tempo, produzindo um novo exosqueleto, de maiores dimensões. Este processo denomina-se por mudas. Até atingirem a idade adulta, os artrópodes podem passar por quatro a sete mudas, podendo continuar a sofrer mudas durante a idade adulta (nesse caso, podem chegar a passar por 50 mudas). Como o exosqueleto é relativamente pesado, este é um dos factores que condiciona as dimensões destes seres vivos (Hickman et al., 1997; Mader, 2001).

4. O sistema muscular é complexo e utiliza o exosqueleto como suporte para os músculos, adaptados a movimentos rápidos (Hickman et al., 1997).

5. O sistema circulatório é aberto, correspondendo a maior parte da cavidade do corpo ao hemocélio, que está repleto de hemolinfa (Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

6. O sistema digestivo é completo, com peças bucais resultantes da modificação de apêndices e adaptadas a diferentes tipos de alimentação (Hickman et al.,1997).

7. A respiração ocorre através da superfície do corpo, de brânquias, de traqueias ou de pulmões laminares. A maioria dos artrópodes terrestres tem um sistema de traqueias altamente eficiente, que entrega o oxigénio directamente aos tecidos, permitindo uma elevada taxa metabólica. Este sistema limita igualmente o tamanho destes seres vivos. Os artrópodes aquáticos respiram principalmente por um sistema de brânquias, igualmente eficiente (Hickman et al., 1997).

8. Os órgãos sensoriais estão bem desenvolvidos, existindo uma grande variedade de estruturas: para o tacto, audição, olfacto, equilíbrio e visão. Em relação aos órgãos visuais, podem existir olhos compostos e/ou olhos simples (ocelos). Os olhos compostos são constituídos por unidades (omatídios) que variam em número (entre 1 e cerca de 10.000) e que operam individualmente, permitindo que o ser vivo veja simultaneamente em quase todas as direcções. Quando o número de omatídios é muito elevado, obtém-se a conhecida imagem em “mosaico” dos insectos. A visão inicia-se na gama dos ultravioleta, estendendose apenas até ao laranja (Hickman et al., 1997).

9. Os sexos são geralmente separados, sendo a fecundação maioritariamente interna. Podem ser ovíparos ou ovovivíparos (Hickman et al., 1997).

10. Durante o desenvolvimento, podem ocorrer metamorfoses, existindo por vezes uma fase larvar muito diferente da forma adulta. Nesta situação, as duas formas têm geralmente exigências alimentares e ecológicas diferentes, diminuindo assim a competição intraespecífica (Hickman et al., 1997).

O filo Arthropoda inclui quatro subfilos: Trilobita (extinto); Chelicerata, com três classes (Arachnida, Merostomata e Pycnogonida); Crustacea, com dez classes; e Atelocerata, com cinco classes (Diplopoda, Chilopoda, Pauropoda, Symphyla e Insecta) (Triplehorn & Johnson, 2005). Seguidamente encontra-se uma breve descrição de algumas classes deste filo (Arachnida, Chilopoda, Diplopoda e Insecta), bem como de algumas ordens (Acari, Araneae, Collembola, Diptera, Hemiptera e Hymenoptera).

2. Características de Algumas Classes
2.1. Classe Arachnida
Esta classe inclui as aranhas, os escorpiões, os pseudoescorpiões e os ácaros, entre outros (Figura 1). Estão descritas cerca de 65.000 espécies, organizadas em onze ordens, tais como: Scorpiones (escorpiões), Opiliones (opiliões), Araneae (aranhas), Acari (ácaros e carraças) e Pseudoscorpiones (pseudoescorpiões). Estes seres vivos são mais comuns em regiões quentes e secas, do que em qualquer outro local. O corpo encontra-se dividido em cefalotórax e abdómen, apresentando o cefalotórax um par de quelíceras, um par de pedipalpos e quatro pares de patas locomotoras. Assim, não existem mandíbulas nem antenas. A maioria dos aracnídeos são predadores, podendo existir pedipalpos modificados em forma de pinças, como nos escorpiões. As presas são capturadas e mortas pelas quelíceras e pedipalpos, sendo ingeridos posteriormente os fluidos e tecidos moles. O seu sistema respiratório é constituído por traqueias e/ou pulmões laminares (Borror & DeLong, 1988; Ruppert & Barnes, 1994; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

Os aracnídeos foram os primeiros artrópodes a ocupar o meio terrestre e, em geral, são inofensivos para o Homem, alimentando-se de insectos prejudiciais. No entanto, existem aracnídeos que podem provocar picadas dolorosas ou mesmo mortais, e alguns podem transmitir doenças ou danificar culturas (Hickman et al., 1997).



2.2. Classe Chilopoda
Este grupo corresponde aos centípedes (do Grego, chilo = lábio e poda = pé/apêndice), artrópodes terrestres com o corpo achatado dorsoventralmente, que podem apresentar até 177 segmentos. Estão descritas 2.500 espécies, organizadas em quatro ordens (Ruppert & Barnes, 1994; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

Cada segmento, excepto o primeiro e os últimos dois, apresenta um par de apêndices locomotores (Figura 2). Os apêndices do primeiro segmento estão modificados para formar um par de garras venenosas. Na cabeça existe um par de antenas (com 14 ou mais artículos), um par de mandíbulas e dois pares de maxilas. Os olhos, quando presentes, correspondem geralmente a um conjunto de ocelos. A respiração ocorre através de traqueias, existindo normalmente um par de espiráculos em cada segmento. Contudo, o padrão de distribuição dos espiráculos varia nos diferentes grupos. Em relação à reprodução, estes seres vivos são ovíparos, podendo os indivíduos jovens apresentar ou não o número total de segmentos dos indíviduos adultos (Ross et al., 1982; Borror & DeLong, 1988; Ruppert & Barnes, 1994; Hickman et al., 1997; Mader, 2001; Triplehorn & Johnson, 2005).

As centopeias preferem locais húmidos e são carnívoras, alimentando-se fundamentalmente de outros insectos. A maioria tem hábitos nocturnos, escondendo-se durante o dia e alimentando-se de noite. As presas são mortas com as suas garras venenosas e posteriormente são trituradas com as mandíbulas (Ross et al., 1982; Borror & DeLong, 1988; Ruppert & Barnes, 1994; Hickman et al., 1997; Mader, 2001; Triplehorn & Johnson, 2005).

2.3. Classe Diplopoda
Os seres vivos pertencentes a esta classe são designados muitas vezes por milípedes, existindo cerca de 10.000 espécies, organizadas em dez ordens. O seu corpo cilíndrico ou ligeiramente achatado, é constituído por 25 a 100 segmentos, existindo na maior parte deles dois pares de patas (do Grego, diplo = dois/duplo e poda = pé/apêndice), uma vez que resultam da fusão de dois segmentos (Figura 3). Na cabeça encontra-se um par de antenas curtas (com sete artículos), um par de mandíbulas, um par de maxilas e geralmente dois conjuntos de ocelos. Os milípedes são ovíparos e são menos activos do que os centípedes. Deslocam-se lentamente, sem o movimento ondulatório das centopeias, e, em geral, são saprófagos, alimentando-se maioritariamente de detritos vegetais. Contudo, também se podem alimentar de plantas vivas e alguns são predadores. Estes seres vivos preferem normalmente locais húmidos e escuros (Borror & DeLong, 1988; Ruppert & Barnes, 1994; Hickman et al., 1997; Mader, 2001; Triplehorn & Johnson, 2005).


Figura 3 – Esquema de um exemplar da classe Diplopoda, retirado de Ruppert & Barnes (1994).

2.4. Classe Insecta
Os insectos são o grupo mais abundante e diversificado de todos os artrópodes, existindo cerca de 900.000 espécies descritas. Assim, existem mais espécies de insectos do que de todos os restantes animais em conjunto. Os indivíduos deste grupo caracterizam-se por apresentarem o corpo dividido em três regiões: cabeça, tórax e abdómen. No tórax encontram-se três pares de patas, podendo existir ainda um ou dois pares de asas, enquanto que no abdómen encontra-se a maior parte dos órgãos internos. O seu tamanho varia entre 1 mm e 20 cm de comprimento, tendo a maioria menos de 2,5 cm (Hickman et al., 1997; Mader, 2001). Estes artrópodes encontram-se em praticamente todos os habitats. São comuns em águas doces e salobras, bem como na areia das praias, mas poucos são marinhos. São igualmente abundantes no solo e nas florestas (especialmente na copa das árvores das florestas tropicais), sendo também comuns nos desertos e no topo das montanhas. Muitos são parasitas na superfície ou no interior de plantas e animais. A sua vasta distribuição deve-se, entre outras características, à sua capacidade de voo e enorme adaptabilidade. Além disso, os seus ovos podem sobreviver a condições adversas e ser transportados a longas distâncias (Hickman et al., 1997).

O seu corpo apresenta um exosqueleto rígido, devido à presença de determinadas proteínas. Na cabeça existe geralmente um par de olhos compostos, um par de antenas e um máximo de três ocelos. As antenas podem funcionar como órgãos olfactivos, tácteis ou mesmo auditivos. As peças bucais incluem em geral um lábio superior (labrum), um par de mandíbulas, um par de maxilas, um lábio inferior (labium), um canal alimentar (hipofaringe) e um canal salivar (epifaringe). A sua alimentação determinou o tipo de peças bucais existentes. O tórax é constituído por três segmentos, apresentando cada um deles um par de patas. Na maioria dos insectos os dois últimos segmentos torácicos apresentam igualmente um par de asas. As patas são constituídas pelos seguintes segmentos: coxa, trocânter, fémur, tíbia e tarsos (pequenos artículos que podem variar em número, geralmente entre dois e cinco). O último artículo tarsal apresenta o pré-tarso, em geral, com um par de garras. As patas dos insectos podem apresentar modificações para funções específicas, como por exemplo: para o salto, para fixação, para se enterrarem, para a colecta de pólen ou para a natação. O abdómen é constituído embrionariamente por 11 segmentos. Nos adultos, em geral, visualizam-se de 6 a 8. Nas formas larvares podem existir apêndices no abdómen, que desaparecem no estado adulto. Nos últimos segmentos abdominais encontram-se as estruturas relacionadas com a reprodução e também podem existir estruturas de natureza sensorial (Ross et al., 1982; Borror & DeLong, 1988; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

As asas correspondem a expansões do exosqueleto, podendo ser exclusivamente membranosas, coriáceas ou córneas. As nervuras existentes são específicas de cada espécie e servem para conferir maior rigidez. As asas podem estar cobertas de pequenas escamas, como nas borboletas, ou apresentar muitos pêlos, como nos tisanópteros. O seu movimento é controlado por um complexo conjunto de músculos do tórax, que originam alterações na forma deste último. As asas dos insectos variam em número, tamanho, forma, textura, nervação e posição de repouso. Alguns insectos, como grilos e gafanhotos machos, conseguem produzir um som característico com as asas (a estridulação), friccionando as duas asas anteriores entre si ou as asas anteriores com as patas posteriores (Ross et al., 1982; Borror & DeLong, 1988; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

Dada a sua enorme diversidade, os insectos podem tirar partido de praticamente todos os recursos alimentares e abrigos. A maioria dos insectos alimenta-se de seiva elaborada e de tecidos vegetais, podendo alimentar-se de plantas específicas ou ser mais generalistas. Contudo, alguns alimentam-se de animais mortos e existem também insectos predadores, que se alimentam de outros insectos ou de outros animais. Vários insectos e larvas são parasitas, alimentando-se do sangue de outros animais ou vivendo no interior do seu corpo. Para cada tipo de alimentação, as peças bucais estão adaptadas de uma forma específica (Figura 4). Numa armadura bucal picadora-sugadora, existem peças bucais que permitem perfurar os tecidos de plantas e animais, sendo geralmente alongadas e em forma de estilete. É o que acontece no caso dos mosquitos e cigarras. Nas borboletas não existem mandíbulas e uma das partes constituintes das maxilas (as gáleas), encontram-se fundidas formando uma longa probóscis, que em repouso é mantida enrolada – armadura sugadora pura. Numa armadura bucal libadora-sugadora, como nas moscas, existe no ápice do labium um par de lóbulos (labelos) constituídos por canais semelhantes a traqueias (pseudotraqueias), que permitem absorver o alimento sob a forma líquida. Finalmente, numa armadura bucal mastigadora ou trituradora, como nos gafanhotos, as mandíbulas são fortes e apresentam pequenos dentes para a trituração do alimento (Matthes, 1959; Hickman et al., 1997).


Figura 4 – Esquema de diferentes tipos de armaduras bucais: A – mastigadora, adaptado de Matthes (1959); B – sugadora pura, adaptado de Matthes (1959); e C – picadora-sugadora (em repouso), adaptado de Hickman et al. (1997).
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Os insectos terrestres respiram por um sistema de traqueias, as quais se ramificam no interior do seu corpo e abrem para o exterior através de aberturas respiratórias pares (os espiráculos ou estigmas), existindo geralmente dois no tórax e sete ou oito no abdómen (um par por cada segmento). No caso dos insectos aquáticos existe um sistema de brânquias especializado (Hickman et al., 1997).

Os sexos são separados e a fecundação é maioritariamente interna, sendo produzido em geral um elevado número de ovos. A maioria dos insectos sofre metamorfose durante o seu desenvolvimento, isto é, alterações na sua forma. No caso de uma metamorfose holometabólica ou completa, as larvas vivem num nicho ecológico totalmente diferente das formas adultas, tendo também uma alimentação distinta. Após uma série de mudas, as larvas formam um casulo, no interior do qual sofrem um conjunto de alterações morfológicas, sem se alimentarem – pupa ou crisálida. Da pupa emerge o indivíduo adulto, que não sofre mudas. É o caso das borboletas, escaravelhos e moscas. Neste ciclo de vida, as asas desenvolvem-se internamente. Na metamorfose hemimetabólica ou incompleta, as fases juvenis denominam-se por ninfas e as suas asas desenvolvem-se externamente, aumentando de tamanho à medida que ocorrem as mudas sucessivas, até ser atingido o estado adulto. Ao longo das mudas ocorre também o aumento do tamanho das ninfas e o desenvolvimento dos órgãos reprodutores, designados por genitália. Nestes casos, as fases juvenis têm uma alimentação semelhante e encontram-se nos mesmos habitats que os indivíduos adultos. Exemplos deste tipo de desenvolvimento são as baratas e os gafanhotos. Alguns insectos têm um desenvolvimento directo, em que formas juvenis são morfologicamente idênticas aos adultos, excepto no que diz respeito ao tamanho e maturação sexual. Os insectos reproduzem-se geralmente apenas uma vez durante o seu tempo de vida. Assim, as populações são normalmente constituídas por indivíduos da mesma idade, existindo pouca ou nenhuma sobreposição de gerações sucessivas (Ross et al., 1982; Borror & DeLong, 1988; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).


Muitos insectos passam por um período de dormência no seu ciclo de vida anual. Nas zonas temperadas pode existir um período de dormência no Inverno (hibernação) e/ou um período de dormência no Verão (estivação). Muitos insectos entram em dormência quando um determinado factor ambiental, como a temperatura, se torna desfavorável. Contudo, outros apresentam essa fase no seu ciclo de vida, independentemente das condições ambientais. Neste caso, este tempo de dormência designa-se por diapausa e é geneticamente determinado, podendo ser activado, por exemplo, pela diminuição do número de horas de luz. O estádio hibernante pode ser o ovo, a ninfa, a larva ou o indivíduo adulto. Em geral, os insectos que vivem nos trópicos têm um desenvolvimento contínuo, sem existir um período de dormência. Muitos insectos têm mais do que uma geração por ano, podendo o número de gerações variar consoante as condições ambientais sejam mais ou menos favoráveis (Borror & DeLong, 1988; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

Os insectos comunicam entre si através de sinais visuais, auditivos, químicos e tácteis. Muitos insectos estão organizados em comunidades, comunicando entre si essencialmente por sinais químicos e tácteis. Algumas comunidades são temporárias e pouco organizadas, mas outras são permanentes (como nas abelhas, formigas e térmitas), existindo uma divisão do trabalho e diferentes castas (Hickman et al., 1997).

Os insectos desempenham importantes funções: são necessários para a polinização de muitas culturas e produzem materiais como o mel, a seda e a cera. Durante a evolução, insectos e plantas desenvolveram adaptações mútuas. Os insectos exploram as flores para se alimentarem e as flores utilizam os insectos para a polinização. A estrutura das flores está totalmente adaptada às características dos insectos que as polinizam. Para além do mais, muitos insectos predadores alimentam-se de insectos prejudiciais às culturas. Em termos ecológicos, os insectos são igualmente o recurso alimentar de muitas aves, peixes e outros animais. Contudo, existem também insectos transmissores de doenças (como malária, febre amarela, peste, tifo exantemático, doença das chagas e doença do sono). Além disso, muitos insectos, como as formigas, baratas e térmitas, podem causar a destruição de alimentos, de roupa e de outros materiais (Hickman et al., 1997).

3. Características de Algumas Ordens
3.1. Ordem Acari (Classe Arachnida)

Do conjunto de artrópodes do solo, esta é a ordem com um maior número de espécies e, frequentemente, com a maior abundância (Eisenbers & Wichard, 1984). Apesar de só terem sido descritas 30.000 espécies, deverão existir mais de 500.000, sendo esta a ordem de aracnídeos com uma maior riqueza específica. Nestes seres vivos o cefalotórax pode estar completamente fundido com o abdómen, sem existirem sinais externos de segmentação (Figura 5). Existem formas terrestres e aquáticas, de água doce ou salgada. As formas livres podem ser predadoras, herbívoras ou saprófagas, mas muitas espécies são parasitas, pelo menos durante parte do seu ciclo de vida. Deste grupo fazem parte os ácaros e as carraças. As carraças são um dos principais agentes transportadores de doenças provocadas por bactérias, vírus, protozoários e fungos (Borror & DeLong, 1988; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).


Figura 5 – Esquema de um exemplar da ordem Acari, retirado de Triplehorn & Johnson (2005).

3.2. Ordem Araneae (Classe Arachnida)
As aranhas formam um vasto grupo de artrópodes, correspondendo a mais de 38.000 espécies, distribuídas por todo o mundo. Encontram-se em geral com uma elevada riqueza específica em zonas naturais e agrícolas (Marc et al., 1999), sendo por vezes muito abundantes. O seu corpo está dividido em duas regiões (o cefalotórax e o abdómen) não segmentadas e ligadas entre si por uma região delgada (Figura 6). Todas as aranhas são predadoras, alimentando-se de insectos. As quelíceras, o seu primeiro par de apêndices, apresentam um aguilhão terminal ligado a glândulas de veneno, tendo este último a capacidade de liquefazer os tecidos das presas. O fluido resultante é posteriormente absorvido. Para além das quelíceras, existe também um par de pedipalpos, que intervem geralmente na manipulação do alimento, e quatro pares de patas locomotoras (Borror & DeLong, 1988; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).


Figura 6 – Esquema de uma aranha, adaptado
de Triplehorn & Johnson (2005).

Estes artrópodes apresentam geralmente muitos pêlos sensoriais, através dos quais recebem algumas informações sobre o meio exterior, como a existência de correntes de ar. Quando existem olhos simples, o seu número (de 1 a 8) e distribuição são características importantes na classificação dos diferentes grupos. Quanto ao sistema respiratório, as aranhas respiram por traqueias e/ou pulmões laminares. Estes últimos são exclusivos deste grupo, sendo constituídos por várias cavidades de ar paralelas. Em relação à reprodução, as aranhas são ovíparas e sofrem várias mudas até atingirem a idade adulta. Quando eclodem têm uma aparência muito próxima à dos adultos, sendo a metamorfose muito pequena durante o seu desenvolvimento (Borror & DeLong, 1988; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

Muitas aranhas elaboram teias, sendo a seda constituída por proteínas e produzida por glândulas existentes no abdómen. Existem diferentes tipos de teias, que variam de espécie para espécie: em forma de funil, irregulares, orbiculares, entre outras (Borror & DeLong, 1988; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

Os seus hábitos predadores permitem limitar o crescimento de outros animais, em geral, insectos, pelo que este grupo desempenha um importante papel nos ecossistemas (Borror & DeLong, 1988; Triplehorn & Johnson, 2005). A sua abundância e riqueza específica pode reflectir inclusivamente a abundância das suas presas (Miyashita et al., 1998)

3.3. Ordem Collembola (Classe Insecta)
Os colêmbolos (do Grego, coll = cola; embola = cunha) são um dos grupos mais abundantes da mesofauna do solo, atingindo por vezes elevadas densidades populacionais (até 100.000/m3). Este grupo engloba cerca de 2.000 espécies, correspondendo a insectos de reduzidas dimensões, raramente excedendo os 5mm, com peças bucais picadoras ou mastigadoras. A maioria apresenta uma estrutura terminal bifurcada, a fúrcula, que é utilizada para o salto e que se encontra sob o abdómen quando em repouso. No lado ventral existe no primeiro segmento abdominal uma estrutura em forma de tubo bilobado, o colóforo, com funções de absorção de água e de excreção, tendo também substâncias que permitem a adesão ao substrato (Figura 7). Em relação a estruturas sensoriais, pode ser encontrado na cabeça um número variável de ocelos, existindo também um par de antenas curtas, com quatro artículos. Este insectos apresentam metamorfose incompleta e podem ser saprófagos ou fitófagos, alimentando-se geralmente de matéria vegetal em decomposição e fungos. Algumas espécies podem danificar jardins, estufas e culturas de cogumelos (Borror & DeLong, 1988; Richards & Davies, 1988; Chinery, 1993; Triplehorn & Johnson, 2005).


Figura 7 – Esquema de um colêmbolo, adaptado de Cunha e colaboradores (1964).

A variação da densidade das populações de colêmbolos está, em geral, relacionada com factores ecológicos que alteram a actividade destes artrópodes. A humidade e a temperatura são os parâmetros mais importantes, dependendo deles também a migração vertical destes animais no solo. Em relação ao primeiro factor, vários autores verificaram que a temperatura tem um forte efeito sobre os colêmbolos, afectando, por exemplo, o número de ovos colocados. Quanto à humidade, os colêmbolos estão dependentes de um fornecimento constante de água, existindo deslocamentos verticais no solo e migrações horizontais para encontrarem as condições mais adequadas (Eisenbers & Wichard, 1984; Wolters, 1998). A sensibilidade que estes artrópodes apresentam em relação à modificação das suas condições ambientais já levou alguns autores a defender inclusivamente a sua utilização para o estudo da influência de factores físico-químicos e microbiológicos na fauna do solo (Pflug & Wolters, 2002).

A vegetação também influencia este grupo, tendo Berbiers et al. (1989) verificado que as zonas com um estrato herbáceo mais desenvolvido apresentam tendencialmente uma maior densidade de indivíduos, pois o ar encontra-se mais saturado e existem mais refúgios. No entanto, o tipo de solo também afecta as comunidades de colêmbolos (Pflug & Wolters, 2002). Além disso, verificou-se igualmente que o pisoteio das áreas em estudo intensifica a actividade destes artrópodes, originando amostras de maiores dimensões (Adis, in Borges, 1991).

3.4. Ordem Diptera (Classe Insecta)

Esta ordem compreende mais de 90.000 espécies, pertencendo a este grupo as moscas e os mosquitos. A maioria dos dípteros (do Grego, di = duas; ptera = asas) distingue-se dos outros insectos por apresentar apenas um par de asas, as anteriores, estando as asas posteriores transformadas num par de órgãos de equilíbrio, de pequenas dimensões, os halteres ou balanceiros (Figura 8). As peças bucais são fundamentalmente do tipo libador-sugador, mas existe uma grande variabilidade no interior desta ordem. A maioria dos indivíduos adultos alimenta-se de fluidos animais ou vegetais, em geral de néctar, mas também de seiva ou sangue. Na cabeça existe um par de olhos compostos relativamente grandes e, geralmente, três ocelos. Em relação ao seu desenvolvimento, estes artrópodes passam por metamorfose completa, sendo as larvas vermiformes e ápodas. Muitas delas são aquáticas, existindo larvas herbívoras, predadoras e saprófagas (Borror & DeLong, 1988; Richards & Davies, 1988; Chinery, 1993; Triplehorn & Johnson, 2005).


Figura 8 - Esquema de um díptero, adaptado de Dierl & Ring (1992).

Algumas espécies de dípteros podem tornar-se pragas para o Homem, para outros animais e para plantas cultivadas. Para além disso, podem igualmente transportar doenças, como a malária, a febre amarela, a doença do sono e o tifo exantemático. No entanto, muitos dípteros são úteis como saprófagos, predadores ou parasitas de outros insectos prejudiciais, e realizam a polinização de plantas importantes para o Homem (Borror & DeLong, 1988; Chinery, 1993; Triplehorn & Johnson, 2005).

3.5. Ordem Hemiptera (Classe Insecta)

Deste grupo fazem parte, por exemplo, as cigarras, os pulgões, as cochonilhas e os percevejos, correspondendo a cerca de 70.000 espécies. Trata-se de uma ordem diversificada, existindo variações consideráveis na forma do corpo, asas, antenas, ciclo de vida e hábitos alimentares. A característica comum a todos estes insectos é a armadura bucal, do tipo picadora-sugadora. Alguns apresentam um rostro segmentado, com origem na parte anterior da cabeça e que se estende ao longo do lado ventral do corpo, muitas vezes até à base das patas posteriores (Figura 9). Outros apresentam um rostro de dimensões mais reduzidas, com origem na parte posterior da cabeça. Em geral, alimentam-se da seiva das plantas, mas alguns alimentam-se de sangue (Borror & DeLong, 1988; Chinery, 1993; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).


Figura 9 – Esquema de um hemíptero, adaptado de Borror & DeLong (1988).

Os hemípteros apresentam geralmente dois pares de asas, existindo, no entanto, espécies ápteras. Alguns têm a parte basal das asas anteriores espessada, sendo a zona apical membranosa (Figura 9). Contudo, outros apresentam as asas anteriores com uma textura uniforme. Em repouso, as asas dos primeiros encontram-se horizontalmente sobre o abdómen, com as extremidades membranosas sobrepostas (do Grego, hemi = meio; ptera = asas). Nos segundos, as asas são colocadas em telhado sobre o corpo, sobrepondo-se ligeiramente no ápice. Em ambos os casos, as asas posteriores são totalmente membranosas (Borror & DeLong, 1988; Chinery, 1993; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

As antenas podem ser curtas ou longas, mas apresentam, em geral, quatro ou cinco artículos. Os olhos compostos estão na maioria dos casos bem desenvolvidos, podendo também existir ocelos, no máximo, três. Durante o seu ciclo de vida os hemípteros sofrem geralmente metamorfose incompleta, tendo alguns um ciclo de vida bastante complexo (Borror & DeLong, 1988; Chinery, 1993; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

A maioria das espécies é terrestre, mas existem muitas aquáticas. Algumas espécies podem ser uma praga para diferentes culturas, mas outras são predadoras, desempenhando um papel útil ao Homem. Os que se alimentam de sangue podem ser transmissoras de doenças (Borror & DeLong, 1988; Triplehorn & Johnson, 2005).

3.6. A Ordem Hymenoptera (Classe Insecta)

Esta ordem engloba nomeadamente as vespas, as abelhas e as formigas. Corresponde a cerca de 120.000 espécies, que apresentam geralmente dois pares de asas membranosas (do Grego, hymeno = membrana; ptera = asas), sendo as posteriores menores do que as anteriores (Figura 10). Estes dois pares de asas encontram-se ligados entre si por um conjunto de estruturas que variam em termos morfológicos. As asas apresentam poucas nervuras, sendo estas quase inexistentes nos himenópteros mais pequenos. Contudo, existem elementos desta ordem que não têm asas na maior parte do seu ciclo de vida, como é o caso das formigas (Figura 10). As peças bucais são do tipo mastigador ou mastigador-sugador. Na cabeça existe um par de antenas, geralmente com dez ou mais segmentos e, muitas vezes, em cotovelo. Existe igualmente um par de olhos compostos e, geralmente, três ocelos. No seu ciclo de vida ocorre metamorfose completa, sendo as larvas vermiformes. As pupas podem formar-se no interior de um casulo ou num hospedeiro, no caso de espécies parasitas. Esta ordem inclui muitos insectos parasitas ou predadores de insectos prejudiciais ao Homem e, também, os agentes polinizadores mais importantes: as abelhas (Borror & DeLong, 1988; Chinery, 1993; Triplehorn & Johnson, 2005).


Figura 10 – Esquema de um espécimen alado (A) e de um espécimen áptero (B) da ordem Hymenoptera, retirados de Chinery ( 1993 )

EQUINODERMOS - perte 1



O filo Echinodermata é constituído por cerca de 7.000 espécies distribuídas em seis classes: Crinoidea, Asteroidea, Ophiuroidea, Echinoidea, Holothuroidea e Concentricycloidea (Chia & Harrisson, 1994). O nome do grupo é derivado de duas palavras gregas: echinos, que significa ouriço, e derma, que significa pele, e se refere às projeções em forma de espinhos ou tubérculos presentes na superfície do corpo.

Trata-se de um grupo muito antigo, filogeneticamente relacionado aos Chordata (Hendler et al., 1995). Há indícios de um longo histórico pré-cambriano, pois parecem ter sido comuns em alguns habitats já no início do Cambriano, há cerca de 600 milhões de anos (Smith, 1992; Hendler et al., 1995). É deste período que datam os primeiros registros fósseis do filo, baseados nos restos de um animal pequeno, bentônico, bilateralmente simétrico e que provavelmente se alimentava de material em suspensão na água do mar (Chia & Harrisson, 1994). Deste ancestral primitivo teriam se originado dois outros grupos, hoje extintos: os carpóides e os helicoplacóides, estes últimos, precursores das formas atuais (Chia & Harrisson, 1994).

As classes de Echinodermata divergiram evolutivamente ainda no Pré-Cambriano (Ubaghs, 1967), sendo que as atuais surgiram no início do Paleozóico, há cerca de 550-450 milhões de anos (Smith, 1992). O registro fóssil do grupo conta atualmente com cerca de 16 classes e mais de 13.000 espécies extintas (Hendler et al., 1995).

Todos os representantes do filo são de vida livre, sendo raras as espécies comensais.

Em geral, os sexos são separados, sem dimorfismo sexual externo, com exceção dos Concentricycloidea, que apresentam, inclusive, órgão copulatório. Algumas espécies passam por um estádio larval planctônico, enquanto outras são vivíparas. Apesar de raro entre os Echinodermata, o hermafroditismo tem sido relatado em algumas espécies.

O alto poder de regeneração dos integrantes deste filo confere a algumas espécies a capacidade de se reproduzir assexuadamente por fissão, um processo de divisão do corpo que resulta em novos indivíduos completos e funcionais.

Embora a grande maioria das espécies seja marinha, algumas toleram a água salobra. Podem ser encontrados em todos os oceanos, latitudes e profundidades, da zona entremarés às regiões abissais, sendo mais abundantes na região tropical do que nas águas polares.

São predominantemente bentônicos, ocupando diversos tipos de substrato. Umas poucas espécies de holotúrias, porém, são pelágicas. Tendem a apresentar distribuição agregada, sendo encontradas em altas densidades. Em locais onde as condições são favoráveis, o substrato pode ficar totalmente coberto por ouriços-do-mar, ofiuróides ou estrelas-do-mar. Constituem o grupo mais abundante de animais dos fundos marinhos, chegando a compor 90% da biomassa total nas regiões abissais.

Muitos são adaptados para se fixar a substratos rochosos, enquanto outros vivem em substratos lodosos, arenosos, em madeira submersa ou em epibiose.

Organização Estrutural
A estrutura corporal dos equinodermas baseia-se na existência do sistema ambulacrário. Tomando como exemplo a estrela-do-mar, a face do corpo voltada para o solo ou outro substrato é a face oral; a oposta é a face aboral, onde está o ânus e a placa madrepórica. Essa placa é perfurada e permite a entrada de água do mar, que preenche todo o sistema. Pelo canal madrepórico, a água alcança o canal circular, onde existem dilatações chamadas vesículas de Poli. Dessas vesículas, saem cinco canais radiais, que se dirigem para os braços. Ao longo desses canais radiais, há centenas de pequenas bolsas, chamadas ampolas, de onde partem os pés ambulacrários.

As contrações da ampola forçam a água para dentro do pé ambulacrário, que então se distende e projeta-se para fora do corpo através de pequenos orifícios do esqueleto. Quando a ampola relaxa, o pé correspondente contrai e expulsa a água do seu interior, retraindo-se.

A contração e a retração contínuas e coordenadas dos pés ambulacrários permitem que a estrela-do-mar se locomova e use os pés com pequenas ventosas, podendo capturar alimentos, fixar-se a um substrato, abrir conchas de moluscos, etc.

Sistema digestivo
É completo. Os ouriços-do-mar possuem, na boca, uma estrutura raspadora chamada lanterna-de-Aristóteles. As estrelas-do-mar são capazes de everter o seu estômato, introduzindo-o no interior de conchas de moluscos, digeridos ainda vivos.



Sistema circulatório
Ausente ou é rudimentar, e a distribuição de materiais faz-se através da cavidade celomática. A excreção é feita diretamente através da água que ocupa o sistema ambulacrário, não havendo nenhuma outra estrutura excretora especializada.

O sistema nervoso
Formado por nervo anelar ao redor da faringe e nervos radiais,é rudimentar e não apresenta cefalização. Há células táteis e olfativas em toda a superfície do corpo. As estrelas-do-mar possuem células fotorreceptoras nas extremidades dos braços.

Sistema respiratório
Ocorre por difusão, entre a água do mar e a que ocupa o sistema ambulacrário. Nos pepinos-do-mar, há uma série de filamentos ao redor da boca, pelos quais passa o líquido celomático, que funcionam como brânquias. Não há pigmentos transportadores de oxigênio. Os ouriços-do-mar possuem brânquias dérmicas, análogas às brânquias periorais dos pepinos-do-mar e também ocupadas por líquido celomático. Entre as brânquias dérmicas e os numerosos espinhos, os ouriços-do-mar possuem apêndices chamados pedicelárias, dotados de pinças nas extremidades e empregados na limpeza de detritos que se depositam no corpo. Em algumas espécies, essas pedicelárias inoculam veneno.

Sistema esquelético
O endoesqueleto é constituído por placas calcárias, distribuídas em cinco zonas ambulacrais alternadas com cinco zonas interambulacrais. As zonas ambulacrais possuem numerosos orifícios, por onde se projetam os pés ambulacrais, estruturas relacionadas com a locomoção. Na face dorsal do esqueleto há uma placa central ou disco (onde se abre o ânus), rodeada por cinco placas, cada uma com um orifício genital. Uma dessas placas exibe, além do orifício genital, numerosos poros ligados ao sistema ambulacral: trata-se da placa madrepórica. Assentados sobre as placas estão os espinhos, dotados de mobilidade graças aos músculos presentes em sua base. Entre os espinhos, pequenas estruturas com a extremidade em forma de pinça, as pedicelárias, constituídas por dois ou três artículos, com funções de defesa e limpeza da superfície corporal.



O esqueleto é interno (endoesqueleto mesodermal), recoberto pela epiderme. O esqueleto é formado por placas calcárias fixas ou articuladas (móveis). As placas podem ter espinhos (daí o nome do filo) que se movem por meio de músculos e ainda pedicelárias que fazem a limpeza e defesa do corpo.


Esqueletos: vista dorsal à esquerda, vista ventral à direita.

Reprodução
Na reprodução sexuada os animais são dióicos e de fecundação externa. Nos ouriços-do-mar a larva é equinoplúteus, enquanto nas estrelas-do-mar as larvas são bipinária e braquiolária. São animais muito usados para estudos do desenvolvimento embrionário e partenogênese.

Desenvolvimento embrionário de uma estrela-do-mar.

Moluscos


Classe Cephalopoda ("pés na cabeça")
Moluscos sem concha externa, que apresentam uma estrutura interna e uma morfologia bastante diferentes dos demais. São o polvo, a lula, o náutilo e o calamar, animais exclusivamente marinhos. O pé dos cefalópodes é dividido em tentáculos.

Posição Sistemática
Reino: Animalia
Sub reino: Metazoa

Filo Mollusca
Classe Caudofoveata
Classe Solenogastres
Classe Polyplacophora
Classe Monoplacophora
Classe Gastropoda
Classe Cephalopoda
Classe Scaphopoda
Classe Bivalvia
Número de espécies
No mundo: 100.000
No Brasil: 1.600

Latim: molluscus = mole

Nomes populares: marisco, caramujo, mexilhão, caracol, polvo etc

Fonte: www.biomania.com.br

SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso dos moluscos é ganglionar, com três partes de gânglios nervosos de onde partem nervos para as diversas partes do corpo. Os cefalópodos possuem um grande gânglio cerebróide, semelhante ao encéfalo dos vertebrados.

O sistema nervoso possui dois pares de cordões que partem por detrás dos gânglios, ventralmente os cordões pedálicos, lateralmente os cordões pleuroviscerais. Nos primeiros constitui-se um par de gânglios (reunião de células nervosas) e nos segundos constituem-se três, os gânglios pleurais, parientais e viscerais. Todos os gânglios podem reunir-se à volta da faringe, num volumoso órgão central. Nos gastrópodes os gânglios são centralizados num anel nervoso.

Possuem órgãos sensoriais de tacto, olfacto, paladar, equilíbrio e em alguns, de visão, tendo assim olhos, estatocistos, e outros especiais, do sentido químico, os osfrádios. Têm também receptores tácteis e quimioreceptores ou olhos nos tentáculos.

CÉLULAS NERVOSAS
Sua visualização já possível logo que removida e dissecada da superfície do gânglio. Elas são ovais ou redondas nos cortes e variadas em seu tamanho, variando de 7 a 200 um. A presença de neurônios enormes nos moluscos pulmonados contrasta com todos os outros grupos de animais. Todos, com exceção dos menores neurônios, são poliplóides, e existem evidências de que diferentes replicações de DNA. Muito provavelmente, isso está ligado com o tamanho e a proporção de DNA que o neurônio possui, o que reflete na área total da célula. Quanto maior a área, mais porteínas são necessárias.

Os neurônios no Sistema Nervoso Central são, geralmente, monopolares. Uma característica importante das células nervosas dos moluscos é que eles podem mandar múltiplos estímulos no mesmo nervo, conectivo ou periférico. Uma explicação para este fato, e a que mais é aceita, é que este arranjo poderia aumentar a eficiência da liberação das moléculas mensageiras do neurônio para a fenda nervosa, e daí para a circulação sangüínea.

As sinapses entre os neurônios ocorrem com uma ultraestrutura semelhante as sinapses do sistema nervoso central dos vertebrados, exceto pela escassez de uma alta densidade pós-sináptica.

Fonte: www.pucrs.br

Filo Mollusca

Moluscos

Os moluscos representam um dos maiores e mais diversos filos de todo o reino animal. Junto aos artrópodes (insetos), estes possuem o maior número de animais descritos de todo o reino animal (Hickman, 1961). Tanto os moluscos extintos como os vivos compreendem cerca de 11% de todas as espécies animais que já existiram em todo o curso da história da terra.

O nome Mollusca é derivado da palavra em latin Molluscus, que significa mole. Uma das características mais distintas é um corpo interno mole que contrasta com uma concha exterior dura.

Moluscos são um diverso grupo de organismos que divergem de um ancestral comum chamado 'Arquimolusco'. Sua morfologia era composta de uma concha do tipo prato (apenas uma capa), um pé macio por onde se arrastava, um simples canal alimentar e um manto. Diferente dos moluscos modernos este organismo era segmentado.

Por todo o filo a estrutura do corpo é similar. Todos os organismos das diversas classes possuem uma cabeça para alimentação, um pé ventral e muscular usado para movimentação e víceras que compõem o resto do corpo acima do pé. As víceras também contêm orgãos internos que acomodam a cavidade do manto de onde todo o lixo é escretado.

Os moluscos são divididos em 8 (oito) classes, mas apenas 3 (três) possuem importância geológica. Estes são os bivalves, os cefalópodes e os gastrópodes.

Classes
A única classe extinta amplamente aceita é chamada de rostroconcha. Caracterizados por uma única concha pseudo-bivalve que encapsulava o manto e um pé para locomoção. Viveram entre o cambriano e o permiano. São considerados os ancestrais dos bivalves e dos escafópodes.

Os moluscos são encontrados em todos os ambientes. Existem moluscos vivendo em rios e lagos, no mar e em terra. Alguns vivem pressos a algum substrato, outros caminham ou nadam livremente e outros vivem interrados. Estes ainda podem ser carnívoros, parasitas, herbívoras e necrófagos.

Classe Monoplacófora
Em latin monoplacophora significa 'que possue apenas uma placa'.

Acreditavasse que estivessem extintos a pelo menos 400 millhões de anos, quando foram encontrados animais vivos em 1952 de Neopilina galatheae Lemche, 1957 - na costa do méxico a mais de 3500 metros de profundidade. Foi como encontrar um elo perdido entre os moluscos e os anelídios. Existem apenas 6 (seis) espécie conhecidas ainda viventes. São uma importante fonte de estudos evolucionários já que possuem um corpo que é base para a evolução de todos as outras classes de moluscos.

Embora tenham sido muito comuns no período Paleozóico em águas rasas, hoje não podem mais ser encontrados nestas áreas. O descobrimento de espécies de animais considerados extintos, nos leva a rever estas considerações. As águas rasas são fisicamente mais variáveis do que as águas profundas onde salinidades, pressão e temperatura são mais estáveis.

Ecologia
Considerados nada comuns em coleções particulares, devido as profundidades onde vivem, algumas espécies vivem em profundidades relativamente rasas. Na costa da Itália, espécimens de Veleropilina podem ser encontradas em profundidades de 180 metros. Mas a grande maioria ainda vive em profundidades abissais.

Estas profundidades não permitem que animais vivos sejam observados, então pouco se sobre a sua ecologia.

Observando-se a concha, baixa, que produz pouca resistência e o formato do pé, pode-se concluir que são animais adaptados para viver em águas rasas e de forte movimento. Talves este seja um legado dos tempos em que estes animais viviam em águas costeiras. Várias espécies têm sido encontradas em áreas com nódulos de ferro e mangânes, cascalho de coral, basalto e fundos lodosos ou rochosos.

Estrutura
São animais pequenos, que variam de 3 até 35 mm. Sua concha em forma de colher é composta de 3 camadas: perióstraco, uma camada prismática e uma nacarada.

Alimentação
Acredita-se que os Monoplacóforos alimentem-se de espólios. Há informações de vários tipos de alimentos como: protozoários, diatomácias, foraminíferos e esponjas.

Fonte: www.conchasbrasil.org.br

Filo Mollusca
Os moluscos são o segundo maior grupo de animais em número de espécies (cerca de 100.000 espécies), sendo suplantado apenas pelos artrópodes. Apresentam uma disparidade morfológica sem comparação dentre os demais filos de animais, reunindo os familiares caracóis (reptantes), ostras e mariscos (sésseis) e lulas e polvos (livre-natantes), assim como formas pouco conhecidas, como os quítons, conchas dente-de-elefante (Scaphopoda) e espécies vermiformes (Caudofoveata e Solenogastres).

Os moluscos invadiram quase todos os ambientes; costuma-se dizer que só não há moluscos voando. Ocorrem das fossas abissais até as mais altas montanhas; das geleiras da Antártica até desertos tórridos. Vários grupos de bivalves e gastrópodes saíram do mar e invadiram a água doce e, no caso dos gastrópodes, o ambiente terrestre. Existem moluscos predadores (até mesmo de vertebrados), herbívoros, ecto e endoparasitas, filtradores, comensais, sésseis, vágeis, pelágicos, neustônicos etc. Em certos ambientes representam grande biomassa e podem ser importantes na reciclagem de nutrientes.

Provas do contato do homem com os moluscos remontam a épocas pré-históricas. Conchas de moluscos fazem parte de jazigos arqueológicos, incluindo, aqui no Brasil, os "sambaquis". Os moluscos serviam de alimento e suas conchas eram utilizadas como ornamento e para a confecção de utensílios de corte, abrasão etc. Há relatos de muitas culturas em que conchas eram usadas como moedas ou mesmo ostentação de poder e sabedoria. Ainda hoje os moluscos são extremamente importantes na economia de muitos países, como fonte de alimento rico em proteínas, sendo coletados diretamente da natureza ou mesmo cultivados. Em muitos países, possibilitam até a existência de uma indústria de pérolas e de adornos de madrepérola. Apresentam interesse médico-sanitário, pois muitas espécies são vetores de doenças, enquanto outras, aparentemente, podem ser usadas no controle destas.

Morfologia
Os moluscos são animais triblásticos, celomados e protostômios. Apresentam o corpo mole, não segmentado, e com simetria bilateral. A cabeça ocupa posição anterior, onde abre-se a boca, entrada do tubo digestivo. Muitas estruturas sensoriais também localizam-se na cabeça, como os olhos. Sensores químicos também estão presentes nos moluscos e permitem pressentir a aproximação de inimigos naturais, quando o molusco rapidamente fecha sua concha, colocando-se protegido.

O pé é a estrutura muscular mais desenvolvida dos moluscos. Com ele, podem se deslocar, cavar, nadar ou capturar suas presas. O restante dos órgãos está na massa visceral. Nela, estão os sistemas digestivo, excretor, nervoso e reprodutor. Ao redor da massa visceral, está o manto, responsável pela produção da concha. Entre a massa visceral e o manto, há uma câmara chamada cavidade do manto. Nos moluscos aquáticos, essa cavidade é ocupada pela água que banha as brânquias; nos terrestres, é cheia de ar e ricamente vascularizada, funcionando como órgão de trocas gasosas, análoga a um pulmão.

Uma característica marcante da maioria dos moluscos é a presença da concha. Trata-se de uma carapaça calcária, que garante boa proteção ao animal. Nas lesmas e nos polvos, ela está ausente; nas lulas, é pequena e interna.

Organização Básica
Os moluscos são enterozoários (que têm cavidade digestiva) completos. Muitos deles possuem uma estrutura raladora chamada rádula. Com ela, podem raspar pedaços de alimentos, fragmentando-os em pequenas porções. A digestão dos alimentos se processa quase totalmente no interior do tubo digestivo (digestão extracelular). Algumas macromoléculas só completam a sua fragmentação no interior das células de revestimento do intestino (digestão intracelular).

A maioria dos moluscos apresentam sistema circulatório aberto ou lacunar, no qual o sangue é impulsionado pelo coração, passa pelo interior de alguns vasos e depois alcança lacunas dispostas entre os vários tecidos, nas quais circula lentamente, sob baixa pressão, deixando nutrientes e oxigênio, e recolhendo gás carbônico e outros resíduos metabólicos. Essas lacunas são as hemoceles. Os cefalópodos constituem uma exceção, pois têm sistema circulatório fechado.

Na cavidade celomática abrem-se os nefrídios, as estruturas excretoras. Pela abertura interna dos nefrídios (o nefróstoma), penetram substâncias presentes no sangue e no líquido celomático. Em alguns moluscos, como nos cefalópodos, os nefrídios encontram-se bastante agrupados, formando um "rim" primitivo.

Em quase todos os moluscos, a membrana do manto é vascularizada e permite a ocorrência de trocas gasosas entre o sangue e a água. Nos moluscos terrestres, como o caramujo-de-jardim (Helix sp.), a cavidade do manto é cheia de ar e comporta-se como um pulmão. Trata-se, portanto, de uma forma particular de respiração pulmonar. Nos moluscos aquáticos, existem lâminas ricamente irrigadas por vasos sangüíneos, no manto, e que formam as brânquias desses animais. Portanto, entre os moluscos podemos encontrar respiração pulmonar e respiração branquial.

O sistema nervoso dos moluscos é ganglionar, com três partes de gânglios nervosos de onde partem nervos para as diversas partes do corpo. Os cefalópodos possuem um grande gânglio cerebróide, semelhante ao encéfalo dos vertebrados o que permite a execução de atividades altamente elaboradas.

A locomoção da maioria dos representantes é lenta devida ao pé musculoso. Os que são rápidos, como as lulas e os polvos, locomovem-se graças à expulsão de jatos de água que saem através de um sifão. Muitos, porém, são fixos ao substrato, como as ostras e os mariscos na fase adulta.

Reprodução
A reprodução dos moluscos é sexuada e, na maioria dos representantes do grupo, a fecundação é interna e cruzada. O caramujo-de-jardim, por exemplo, é monóico. Na cópula, dois indivíduos aproximam-se e encostam seus poros genitais, pelos quais fecundam-se reciprocamente. Os ovos desenvolvem-se e, ao eclodirem, liberam novos indivíduos sem a passagem por fase larval (desenvolvimento direto).

Nos cefalópodes, o macho carrega um pacote de espermatozóides que é introduzido na cavidade do manto da fêmea para as fecundações. Após as fecundações, são liberados milhares de ovos, dotados de casca gelatinosa. As fêmeas de muitas espécies depositam os ovos em lugares protegidos , debaixo de rochas, no interior de cavernas etc. Certas fêmeas de polvos até cuidam dos ovos "arejando-os" com jatos de água expelidos pelo sifão. O desenvolvimento é direto, sem larva. A maioria dos filhotes que nasce servirá de alimento para diversos predadores. Poucos polvos e lulas chegam à vida adulta, pois a morte da progenitora coincide com o nascimento dos filhotes.

Fonte: www.sobiologia.com.br

Anelídios


Características Gerais dos Anelídeos
Posição Sistemática:

Reino: Animalia

Sub reino: Metazoa

Filo Annelida

Classe Polychaeta
Classe Oligochaeta
Classe Hirudinea

Número de espécies:

No mundo: 10.400 (Polychaeta)
No Brasil: 800 (Polychaeta)

11 (Oligochaeta)
4 (Hirudinea)


Anelídios

Os anelídeos são animais triploblásticos, ou seja, em seu desenvolvimento embrionário, formam-se três folhetos embrionários, que dão origem a todas as partes do seu corpo. São celomados (possuem uma cavidade corporal delimitada pelo mesoderma). Pelo celoma, circulam líquidos que facilitam a distribuição de materiais entre as várias partes do corpo. Na cavidade celomática, ficam alojados os órgãos do animal.

Em toda a extensão do corpo, a maioria dos anelídeos apresenta cerdas, expansões de quitina que se projetam externamente à cutícula. Elas comportam-se como apêndices de locomoção ou de fixação ao substrato sobre o qual o animal se encontra apoiado.

Ocorrem na água doce, salgada e solo úmido; podendo ser de vida livre, habitando galerias ou tubos.

Os anelídeos de vida livre são encontrados no solo, na água doce ou em ambientes marinhos.

Algumas espécies marinhas são fixas, habitando no interior de tubos calcários secretados pelo próprio verme. Outros se locomovem ativamente, explorando o ambiente à procura de alimento. Também podem ser ectoparasitas de vertebrados. A epiderme é constituída por epitélio simples, cilíndrico contendo células glandulares e sensoriais. Recobrindo-a encontramos uma cutícula permeável e não quitinosa.

Logo abaixo da epiderme aparecem duas camadas de células musculares: uma externa circular e outra interna longitudinal. Os anelídeos são os primeiros animais a apresentarem celoma.

O sistema digestivo é completo e apresenta forma tubular.

O sistema circulatório consiste de uma série de tubos ou vasos sangüíneos (sistema circulatório fechado). O sangue é bombeado através de vasos sangüíneos para outros órgãos do corpo por cinco pares de arcos aórticos ou corações. O sangue é constituído por placas que contém amebócitos livres e hemoglobina dissolvida.

A respiração pode ser por meio de brânquias em alguns habitantes de tubos, ou pela epiderme onde o oxigênio penetra e é transportado pelo sangue para outras partes do corpo. De maneira semelhante o dióxido de carbono e é eliminado através da cutícula.

O sistema excretor é constituído por nefrídeos, que removem excretas do celoma e corrente sangüínea diretamente para o exterior. Cada segmento ou metâmero possui um par de nefrídeos.

Os anelídeos apresentam reprodução sexuada; algumas espécies são hermafroditas (como a minhoca) outras são dióicas (por exemplo, muitos dos poliquetos marinhos).

Sistema Nervoso dos Anelídios

RESUMÃO

Simetria e Locomoção

Os animais assimétricos possuem diferentes formas que não possibilitam a separação do corpo em duas metades. (ex.: esponja)

Os animais simétricos radiais permitem a separação do animal em duas partes equivalentes. (ex.: cnidários).

Os animais bilaterais possuem lados esquerdo e direito,faces ventral e dor- sal e extremidades: anterior (fica localizada a central de comando, a cabeça) e posterior (é aquela que na maioria das vezes situa- se o ânus). (ex.: mamíferos)

OBS.: muitos animais que possuem esse tipo de simétria (bilateral) atuam como predadores.


1 - PORÍFEROS

O represente deste filo são as esponjas, os primeiros animais plurice- lulares a surgirem na Terra. São animais aquáticos fixos (vivem em rochas ou em outras estruturas submersas) e a maioria habita o ambiente marinho. As esponjas não apresentam praticamente nenhum tipo de mobilidade na fase adulta, sua alimentação depende da filtração de alimentos trazidos junto com a água.

A organização do corpo das esponjas é bem simples : não possuem órgãos nem sistema, apenas tecidos rudimentares. Não possuem boca, nem cavidade digestiva e muito menos as células, como as musculares e nervo- sas.

Uma esponja do tipo asconóide tem uma estrutura simples, lembra o aspecto de um vaso aberto em uma das extremidades.

Em esponjas desse tipo, a parede externa é constituída por células deno- minadas pinacócitos e a parede interna por células flageladas, os coanóci- tos, que forram o átrio. Entre as duas paredes têm um preenchimento com componentes do esqueleto e um grupo de células circulantes são os ame- bócitos. Na parede externa, inúmeros poros, são forrados por células tubu- lares, os porócitos. Os mesmos facilitam a entrada de água para o átrio. A água que chega até o átrio sai da esponja por um orifício chamado ósculo.
O esqueleto de uma esponja é constituído po finíssimas espícolas, que podem ser calcária ou siliosa, são produzidas pelas células circulantes especiais.

As espícolas de cálcio são características das esponjas calcárias. Já as espícolas siliosas são características das esponjas de vidro, são chamadas assim por causa da analogia à participação dos silicatos na confecção de vidros. Muitas espícolas, projetam- se para a camada externa e ao passar a mão pela superfície das esponjas podemos senti- las.

A organização das esponjas forma estruturas típicas, conhecidas como:

•Asconóide - possuem a forma de um vaso.

•Siconóide - possuem paredes pregueadas com a formação de canais inter- nos e externos.

•Leuconóide - o pregueamento é bem mais intenso, com camadas internas flageladas, repleta de coanócitos.
A água e os alimentos penetram pelos canais externos e atingem os canais internos flagelados, filtrada pelos coanócitos, a água atinge o átrio e abandona a esponja por um ou diversos ósculos.



REPRODUÇÃO DOS PORÍFEROS

As esponjas podem se reproduzir de duas formas :

Reprodução Assexuada

• Por Brotamento - é a forma mais comum, a partir desse processo, uma esponja produz brotos que se desenvolvem a partir de uam esponja-mãe. Esses brotos, permanecem ligados uns aos outros e organizam uma colônia.

• Por Formação de gêmulas - esse fenômeno ocorre em esponjas de água doce. Grupos de amebócitos e outras células se isolam e elaboram uma espessa membrana protetora contento espongina e espícolas. Essa fêmula forma- se em épocas de condições ambientais desfavoráveis, é uma forma de resistência - persiste longo tempo num ambiente e fica em estado metabólico até q ue as condições voltem ao normal. Nesse mo-mento a espessa membrana é rompida e as células retomam a atividade e reorganizam uma esponja.


Reprodução Sexuada

As esponjas podem ser seres monoícos ou dióicos. Não há órgãos reprodutores permanentes. Os espermatozóides como os óvulos são formados a partir de coanócitos, que diferenciam- se em gametas na estação reprodutiva.Nas esponjas monoícas não há auto fecundação. Os espermatozóides são liberados antes que haja a fecundação do óvulo, essa liberação ocorre pela corrente de água (que abandona a esponja pelo ósculo). Eles penetram em outra esponja, formam um zigoto, originando uma larva ciliada e natante que se fixa a um substrato dando origem a uma esponja adulta.


2 - CNIDÁRIOS ou CELENTERADOS

È um filo de animais aquáticos. As hidras são praticamente as únicas re- presentantes de água doce, além de fazerem parte do filo Coelenterata : as medusas (conhecidas como águas-vivas); as ânemonas-do-mar;os corais; as caravelas. Quando comparados aos poríferos, observamos muitas novi-ades : a presença de uma cavidade digestiva, "inaugurando" a digestão extracelular, e a existência de células nervosas.

Os celenterados são animais diblásticos, visto que seus tecidos originam-se de dois folhetos germinativos : a ectoderme e a endoderme.

Outra característica desse grupo é a existência de duas formas corporais:

Pólipo - é um bastão oco que contém uma abertura numa de suas extremidades, a boca rodeada de inúmeros braços(tentáculos).

Medusa - lembra a forma de um guarda-chuva cuja as margens são rodea- das por tentáculos que circundam uma boca central.


A HIDRA

A hidra verde, pólipo encontrados em lagoas, lagos e pequenos riachos de água limpa; servirá perfeitamente como padrão para melhor explicarmos os celenterados.

O pólipo de hidra é um bastão, em que uma das extremidades se apóia no substrato e a outra apresenta uma boca rodeada com os tentáculos (variam de 6 a 8 tentáculos longos). O tamanho da hira varia, chegando a 1,5cm com os tentáculos distendidos.

A cavidade intestinal é conhecida como cavidade gastrovascular e se estende até os tentáculos que são ocos.

Um exame na organização da parede do corpo da hidra revela a existência de tecidos verdadeiros que são formados por diferentes tipos de céulas or- ganizadas em duas camadas : uma interna forrando a cavidade digestiva, e outra externa de relação com o meio.

Entre essas camadas existe uma outra, sendo gelatinosa, chamada meso- gléia, não chega a constituir um tecido mas serve como mecanismo de suporte (parece com esqueleto). Em outros celenterados (principalmente nas medusas) a mesogléia é rigida, espessa e se assemelha muito com um tecido conjuntivo.

Na camada externa, podemos destacar dois tipos celulares : as células mioepiteliais e os cnidoblastos.
As mioepiteliais spossuem filamentos contráteis na base e servem à locomoção.

Os cnidoblastos são dotadas de um cílio na sua porção livre e de uma vesícula interna, o nematocisto, contendo um filamento enovelado.

Misturadas às células mioepiteliais e aos cnidoblastos, existem várias células sensoriais, dotadas de cílios. que ficam conectadas ao tecido nervoso.

Essas células constituem um importante mecanismo de relação da hidra com o ambiente, permitindo que ela atue como carnívora predadora, caça praticamente parada.

A camada interna é semelhante à externa, destacam-se também dois tipo celulares : as células glandulares e as epitélio-digestivas.

As células glandulares possuem várias vesículas de secreção cheias de enzimas digestivas, que são eliminadas para a cavidade digestiva.

As epitélio-digestivas são semelhantes às da parede externa, possuem dois flagelos e são também dotadas de filamentos contrátei, que torna o corpo da hidra elástico, principalmente quando o alimento é ingerido.
A digestão dos alimentos, é iniciada extracelularmente na cavidade digestiva e termina no enterior dessas células.

Junto à mesogléia, existe uma rede de neurônios que forma o tecido nervoso , esse tecido em rede é conectado às diversas cèlulas sensoriais espalhadas pelo corpo da hidra.
Não há um centro de controle, pois não há cérebro; trata- se de uma rede nervosa difusa de neurônios, é um mecanismo de coordenação primitivo, o primeiro que surge entre os animais pluricelulares.


REPRODUÇÃO DAS HIDRAS

Reprodução Assexuada

Essa reprodução é feita por brotamentos. Brotos laterais, em vários está- gios de crescimeno, ligados à hidra mãe e dela logo se destacam.


Reprodução Sexuada

As hidras são hermafroditas. Alguns testículos e apenas um ovário são for- mados, em épocas desfavoráveis do ano.

O único óvulo produzido é retido no ovário. Os esparmatozóides são libe- rados na ága, e vão à procura do óvulo. A fecundação ocorre no corpo da hidra, o zigoto é formado e circundado por uma espessa casca quitinosa e, após um certo tempo, o embrião, envolto pela casca protetora, destaca- se do corpo da hidra e permanece na casca durante toda a época desfavorável. Com a chegada da época favorável, esta casca se rompe e emerge a pequena hidra que cresce normalmente até sua fase adulta. Não há larva nesse desen- volvimento, o mesmo é direto.


CLASSIFICAÇÃO DOS CELENTERADOS

Os Hidrozoários

Esta classe possui inúmeros representantes, além da hidra. Todos os de- mais, são animais marinhos. Dentre eles, podemos citar a Obelia e a cara- vela (Physalia).

Na Obelia, a reprodução ocorre durante um ciclo em que se alternam pó- lipos (fase assexuada e duradoura) e medusas (fase sexuada e pouco du- radoura). podem existir dois pólipos : o nutridor e o reprodutor. Os póli- pos reprodutores geram medusas por brotamento, forma- se um zigoto ocor- re o desenvolvimento embrionário e surge uma larva ciliada, chamada plânula, que constitui uma importante forma de dispersão da espécie. Após fiixa a um substrato, a larva se transforma em um novo pólipo.


Os Cifozoários

Nesta classe, as fomas predominantes e sexuadas são bonitas medusas de coloridas, popularmente chamamos de "águas-vivas". Os pólipos são peque- nos e correspondem à fase assexuada.

As medusas têm formato de sino e são diferentes das do grupo dos hidro- zoários. Podem alcançar de 2 a 40cm de diâmetro, a gigante desse grupo situa- se no Atlântico, que pode chegar a ter 2m de diâmetro.
No caso da espécie Aurelia aurtita, a fecundação é interna. A plânula nada durante um tempo e origina um pólipo fixo, o cifistoma, esse pequeno pólipo é a geração assexuada e se reproduz por um processo conhecido por estroblização. Nesse processo, fragmentações sucessivas do corpo do póli- po formam uma pilha de discos que permanecem amontoados uns sobre os outros. Esses discos são chamados de éfira, eles se destacam após certo tempo e origina uma nova medusa, assim, fecha-se o ciclo.


Os Antozoários

Anêmonas e corais são os representantes mais conhecidos dessa classe.

A forma dos corais é variada, alguns possuem formato de pequenas árvore, outros possuem formato escultural, e ainda alguns possuem formato de cére- bro.

Os antozoários se reproduzem por brotamento ou fragmentação. A repro-dução sexuada envolve a formação e fusão de gametas e habitualmente exis- te uma larva (plânula) acontecendo na fase adulta.
Como nesta classe só há a forma de pólipo, não existe metagênese, após a reprodução sexuada, as plânulas se diferenciam em novos pólipos.



3 - PLATELMINTOS

Os platelmintos são vermes de corpo achatados (em forma de fita) dorci- ventramente.

Eles têm vida livre e são encontrados na água doce ou salgada ou ainda em terra úmida; alguns são parasitas, causando doenças em seres humanos e em outros animais.

A Planária

O estudo dos platelmintos pode ser feito a partir de um padrão, no qual usaremos a planária. As planárias podem viver em lagoas e riachos de pe - quena profundidade.

A primeira grande novidade deste grupo é o aparecimento de simetria bi- lateral. Na planária, isto é evidenciado por uma região ventral mais clara, que se apoia no substrato, e outra dorsal mais escura, que possui duas for- mações correspondentes aos "olhos".

Outras características marcante é a cefalização: a existência de uma "cabe- ça" como centro de comando do corpo, onde estão localizados os neurônios responsáveis pela organização dos gânglios "cerebróide" que funcionam como cérebro da planaria.

A percepção da luz é função dos "olhos", enviando estimulos ao "cérebro" que aciona a musculatura do animal e possibilita seu afastamento da fonte luminosa.

Alimentação e Digestão

O tubo digestivo da planária é incomplete, ao contrário do que se pode es-perar. A boca não é encontrada na cabeça, ela surge no meio da região ventral e fica na ponta de um tubo musculoso protátil, a faringe. O intestino possui três ramos principais : um que se dirige para a extremidade anterior e dois que se dirigem para extremidade posterior. Os três ramos são altamente ramificados, representa uma exelente adaptação para a difusão de alimento para todas as células corpóreas. Isso é bastante importante, já que as pla- nárias não possuem sistema circulatório. O intestino (amplamente rumifi- cado) é, um órgão de digestão, absorção e distribuição de alimentos.

A Excreção e as Trocas Gasosas

Pela primeira vez,surgem estruturas especializadas na osmorregulação e re- moção de resíduos tóxicos. Dois cordçoes laterais se abrem na parede do corpo e despejam o excesso de água que penetra (por osmose) no corpo da planária.

Esse excesso, é removido por células especiais globosas que contêm uma porção em forma de tubo, no interior do qual vários flagelos ficam em cons- tante batimento. esses batimentos recebem o nome de batimentos flagelares (lembram o piscar de uma chama de vela, motivo que dá o nome de células- flamas). Acredita- se que a principal função das células- flamas seja a de re- mover o excesso de água, provavelmente, também removem amônia e sais.


REPRODUÇÃO DAS PLANÁRIAS

Reprodução Assexuada

Pode ocorrer por simples fragmentação, duas metades, aos poucos, recons-tituem as porções faltantes, sendo que o fragmento anterior reconstitui o posteriorcom maior rapidez.

Reprodução Sexuada

Também é de grande ocorrência entre as planárias. Duas planárias se en-costam ventre a ventre e trocam espermatozóides, que são armazenados em vesículas apropriadas. Após trocarem gametas, elas se separam. Ocorrem as fecundações internas dos óvulos e cada animal deposita pequenos ovos junto á vegetação existente. Em cada ovo existe um embrião em desenvolvi- mento, do qual emerge uma planária. O desenvolvimento é direto, pois não há larva.


4 - NEMATELMINTOS

São vermes de corpo em forma de fio. Esses organismos pertencentes ao filo Nemathelminthes, também conhecidos como nemátodos ou nematóides. Têm o corpo cilíndrico, alongado e liso, o tubo digestivo é completo e termi- na no ânus (característi- ca que aparece pela primeira vez).

Os nematelmintos conquistaram os habitats marinho, dulcícola e terrestre. Embora haja muitos representantes de vida livre a maior parte é parasita de praticamente todos os tipos de plantas e animais.


A Lombriga

A lombriga é um representante típico do filo dos nematelmintos.

Uma doença muito comum no homem é a ascaridíase, causada pelo Asca- ris lumbricoides, a lombriga.
Seu corpo pode ser considerado um tubo dentro de outro tubo, o tubo ex-terno é a parede do corpo e o interno é o intestino retilíneo, que se estende da boca até o ânus.

Entre esses tubo existe uma cavidade, o pseudoceloma, onde se localizam vários órgãos, e um líquido que favorece a remoção de toxinas.

A parede do corpo é revestida por uma cutícula espessa, freqüentemente, durante o crescimento essa cutícula é trocada.

A locomoção de um lombriga é pouca. Suas células musculares são sim-ples e permitem apenas movimentos de flexão, por isso esses vermes são sempre vistos enrolados sobre si.

Reprodução dos Nematelmintos

Os sexos são separados.A fecundação é interna,de modo geral ocorre pos-tura de ovos e o desenvolvimento é indireto, com estágios larvais.


5 - ANELÍDEOS

Os anelídeos são vermes de corpo alongado e cilíndricos e divididos em anéis encontrados em ambientes terrestres, marinhos e dulcícola.

As estruturas excretoras, nervosas, digestivas etc. se repetem internamente em cada segmento, também chamado de metâmero, por isso, dizemos que o corpo dos anelídeos é metamerizado. Os metâmeros sâo separados uns dos outros por paredes divisórias conhecidas como septos.

Classificação do Anelídeos

Sâo três as classes mais importantes :

•Oligochaeta - possui representantes terrestres (minhocas) e de água do-ce (tubiflex). Apresentam corpo uniformemente segmentado de cerdas na região ventral; possuem uma porção bem diferenciada na região ante-reior do corpo, o clitelo, resultado da fusão de alguns segmentos, que desempenham importante papel na reprodução;
•Polychaeta - com representantes predominantemente marinhos, possuem expansões laterais em cada segmento do corpo, os parapódios, são dotados de muitas cerdas auxiliares da locomoção. Os organismos errantes deslocam- se livremente pelo solo oceânico e saem à procura de alimentos.
•Hirundinea ou Achaeta - é representada pelas sanguessugas, são encon- tradas em meio aquático ou terrestre, elas não possuem cerdas, possuem citelo. As sanguessugas, no passado, eram usadas para extrair sangue das pessoas doentes.

Minhoca

Usaremos a minhoca como "anelídeo padrão" para podermos estudá-los melhor.

A Pheretima hawayana (minhoca) tem em sua região dorsal,uma linha me- diana escura, que se estende da extremidade anterior à posterior, é o vaso sangüíneo dorsal reveladorda existência de sistema circulatório. Nele o sangue circula de trás para frente.

Na regiaão ventral, mais clara, pode- se ver outra linha mediana que cor-responde ao vaso sangüíneoventral. Este vaso flui em sentido contrário, de frente para trás.

O sangue é vermelho, contendo hemoglobina. Não há glóbulos vermelhos. O vaso dorsal é contrátil.O sangue é impelido para frente e atinge o vaso ventral por meio de quatro pares de vaos laterais de ligação, também contrá- teis, considerados os corações laterais da minhoca.

É um sistema circulatório fechado. o sangue nunca abandona os vaso e as trocas entre eles e os tecidos ocorrem pelas paredes dos capilares sangüí- neos.

A pele da minhoca é constituída de uma epiderme revestida por uma fina cutícula, mucosa de glândulas espelhadas pela parede do corpo. A umidade do solo em que vive, também contribui para o umidecimento da pele e faci-lita a troca de gases.

Se passarmos a mão pela região ventral, poderemos sentir certa aspereza da pele, decorrente da finissíma camada de cerdas.

Digestão

O tubo digestivo da minhoca é completo. À boca, segue de uma faringe sugadora de alimento, continuada por um longo esôfago, no meio do qual surge uma moela, que tem por função triturar os alimentos. Após o esôfago, o tubo digestivo começa a se alargar e constitui um longo intestino, que se abre no ânus.

Antes do intestino existem os chamados cecos intestinais, bolsas de fun-do cego que apliam a superfície de absorção de alimentos. Outro recurso destinado a ampliar a superfície de digestão e absorção do intestino é uma dobra chamada tiflossole, um pregueamento para dentro da parede intesti-nal,que aparece depois do ponto de surgimento dos cecos.

A Excreção

A excreção da minhoca é feita a partir de unidades pareadas que se repe-tem na maioria dos segmentos, chamados nefrídeos segmentos, cada um possui um funil ciliado (nefróstoma) mergulhado na cavidade celomática do segmento.

Do funil emerge um tubo enovelado que perfura o septo do segmento se- guinte e termina em um poro que se abre na parede lateral. O funil recolhe substâncias do líquido contido na cavidade celomática, mas ao longo desse tubo, ocorrem reabsorçõesde substaâncias utéis.

O produto de excreção é a uréia, outro fator de fertilização do solo já que é transformada em amônia, que pode ser aproveitada pelas plantas.

Reprodução das Minhocas

A minhoca é hermafrodita, mas não faz autofecundação.

Os espermatozóides amadurecem antes que os óvulos, o que é um recurso valioso para estimular a troca de gametas entre dois animais e favorecer a fecundação cruzada, gerando maior variabilidade nos descendentes.

O aparelho reprodutor masculino é formado por testículos e glândulas acessórias, com tubulos condutores de espermatozóides.

O aparelho reprodutor feminino consta de um par de ovários localizados no segmento anterior ao clitelo. Nos primeiros segmentos localizados na extremidade anterior existem vesículas, cada qual exteriorizando um poro, e conhecidas como receptáculos seminais. Esses receptáculos receberão os espermatozóides do outro e os amazenará até que ocorra a fecundação.

Os espermatozóides de cada uma passam para os receptáculos da outra e lá são armazenados, inicia- se assim o amadurecimento dos óvulos que são liberados pelo poro genital feminino no interior de um casulo aberto em ambas extremidades e produzido pelo clitelo, em seguida os animais se s
separam.

Os Hirudíneos

As sanguesssugas pertencem à essa classe e são encontradas no mar, na água doce e em meio terrestre úmido. Do mesmo modo em que as minho- cas, possuem corpo segmentado, clitelo e não têm cabeça diferenciada e muito menos parapódios. São hermafroditas e a reprodução é sexuada inclui os mesmos passos descritos para as minhocas. Não possuem cerdas, sendo por isso também chamadas de anelídeos aquetos, o corpo é levemente achatado dorsiventralmente.

A principal diferença entre as sangussugas e os ouros anelídeos é a pre-sença de ventosas fixadoras, que funcionam como "desentupidores de pia", localizam- se nas duas extremidades do corpo, a da região anterior abriga a boca e possui alguns dentículos raspadores e a da extremidade posterior não abriga o ânus, que se abre antes do local em que está a ventosa.

A maioria das sanguesseugas, como o nome deixa claro, atua como parasita de outros animais .
A locomoção delas se dá através de duas ventosas alternadamente, um mecanismo conhecido por "mede-palmos".


6 - MOLUSCOS

São animais de corpo mole, podemos citar alguns animais como exemplo: caracóis de jardim, caramujos, mariscos, ostras, lesmas, lulas e polvos.

Muitos moluscos podem ter uma concha calcária única ou formada por duas metades articuladas revestindo seu corpo, que funciona como esque-leto externo (exoesqueleto). Internamente, um conjunto de órgãos, conhecidos como massa visceral, é coberto por uma dobra de pele chama- da manto.

A locomoção da maioria da maioria dos moluscos devido a um pé mus-culoso. Outros são rápidos, como lulas e polvos, que se locomovem graças à expulsão de jatos de água que saem de um cifão. Muitos, são fixo e gru- dados ao substrato, como as ostras e os mariscos.

Podemos considerar o corpo dos moluscos composto por : cabeça, massa visceral e pé musculoso.

Classificação dos Moluscos

Os moluscos são dividos em três grandes classes :

•GASTROPODA - caramujos, caracóis, lesmas. Estão presentes na terra, na água doce e água do mar;
•BIVALVIA - ostras, mechilhões, mariscos. Estão presentes na água do mar e na água doce;
•CEPHALOPODA - lulas, polvos. Vivem em ambientes exclusivamen-te em ambientes marinhos.

Gastrópodos

O caracol de jardim representa bem essa classe. Quando o caracol está se movimentando, é possível perceber o pé musculoso estendido, é uma verdadeira sola musculosa que,ao movimentar o animal deixa um rastro mu-coso.

Acima do pé existem os órgãos internos, cujo conjunto é conhecido como massa visceral. Tudo está lá : estômago, intestino, coração, rim, pulmão, etc. Toda essa massa visceral fica coberta por um manto. Esse manto acaba formando uma cavidade interna que atua como pulmão. Junto à cabeça, há um orifício por onde o ar penetra passando à cavidade pulmo-nar. Em gastrópodos aquáticos essa cavidade abriga uma brânquia.

Junto ao orifício respiratório existe um outro, ânus, para eliminação dos restos alimentares.

A cabeça é outro importante componente do caracol, sendo o centro de comando e possui dois pares de tentáculos de função sensorial. Na ponta de cada tentáculo existe um olho.

A boca é ventral, onde existe uma língua raspadora (rádula). A rádula é uma adaptação de folhas, pois a celulose precisa ser bem fragmentada antes de chegar no tubo digestivo.

O habitat e a Reprodução do Caracol

Os caracóis de jardim sempre são encontrados debaixo de pedras, de madeiras e da vegetação, pois esse habitat mais úmido reduz a possibilida-de da perda de água por evaporação do corpo.

Os caracóis de jardim são hermafroditas. Só que o animal não se autofe- cunda, é preciso outro com o qual ele possa se juntar e efetuar a troca de gametas masculinos.

De cada ovo surgirá um novo caracol, com a forma igual a dos pais, mas com características genéticas diferentes, como resultado de uma reprodu- ção sexuada.

Circulação, Excreção e Coordenação Nervosa

Os sistemas circulatórios dos gastrópodos é do tipo lacunar ou aberto. De um coração simples sai um vaso que distribui o sangue para lacunas, onde se farão as trocas de alimentos e de gases respiratórios com os tecidos. Daí o sangue retorna ao coração.

O sangue da maioria dos moluscos contém um pigmento respiratório cha-mado hemocianina. A excreção é efetuada por rins simples. O sistema ner-voso é basicamente constituído por pares de gânglios ligados às tres prin-cipais regiões: cabeça, massa visceral e pé musculoso.

Os Cefalópodos

A classe dos cefalópodos incluem as lulas, os polvos, as sépias e os nau- tilus, dotados de locomoção de jato- propulsão, graças a eliminação de água, em jatos, por um cifão. A cabeça é muito modificada e rodeada, tem vários "braços" longos chamados de tentáculos.

A concha só existe nos nautilus que a têm enrolada, dotadas de várias câmaras, sendo que a última abriga o animal e as demais ficam cheias de gás, o que contribui para sua flutuação. Nas sépias, a concha é interna e constitui o chamado "osso de siba". Nas lulas, a concha interna é restrita a uma pena quitinosa leve. E nos polvos, a concha é inexistente.

A Forma do Corpo da Lula

A cabeça, volumosa, sofre modificações consideráveis e fica rodeada de diversos "braços" longos, os tentáculos.

O pé, também modificado passa a constituir o cifão. O manto envolve todo corpo, a massa visceral e a concha.

Duas expansões laterais do manto em forma de nadadeira permite a natação suave da lula.
Interna e lateralmente, na cavidade do manto existem duas brânquias que recebem continuamente água por oxigenação.

Sistema Circulatório

Ao contrário dos demais moluscos, sistema circulatório da lula é do tipo fechado possibilita o desenvolvimento de maior pressão sangüínea, favore- cendo o metabolismo e permitindo maior rapidez do animal.

Cabeça e o Sistema Nervoso

Dois olhos laterais permitem a construção de imagens. Muitos estudos revelam a sua semelhança com olho humano.

O sistema nervoso é bastante desenvolvido. Uma organização ganglionar que se assemelh a um verdadeiro cérebro permite a execução de atividades altamente elaboradas.

Neurônios gigantes conectam o cérebro a diversas partes do corpo. Cer-tos neurônios gigantes de lulas são muito utilizados nos estudos de neurofi-siologia.
Os equinodermos são animais exclusivamente marinhos, como a estrela-do-mar, o ouriço-do-mar e o pepino-do-mar. São cerca de 5500 espécies, de tamanhos médios, nunca sendo muito grandes ou pequenos.

São características exclusivas dos equinodermos:

Sistema hidrovascular, constituído por vasos em cujo interior, circula água;

Formações existentes na superfície do corpo dotadas de mandíbulas e acionados por músculos;

Endoesqueleto calcário: o esqueleto interno, recoberto pela epiderme de origem mesodérmica e constituído por placas calcárias que, em algumas espécies, emitem espinhos;

Resumindo as características do grupo, podemos dizer que os equinodermos são animais triblásticos, celomados, deuterostômios e de simetria radial de base pentarradiada quando adustos. As larvas apresentam simetria bilateral.

O corpo da estrela-do-mar apresenta-se formado por um disco central do qual partem, radialmente, cinco braços triangulares. Em algumas estrelas, o número de braços pode chegar a vinte ou mais.

Os secos são separados. Em cada braço há um par de gônados. Cada uma destas possui um pequeno canal que se abre num poro situado na parte superior do disco central. A estrela-do-mar possui um grande poder de regeneração.

O ouriço-do-mar, chamado de pindá pelos indígenas, vive em buracos de rochas onde chega a água domar. Seu corpo tem a forma de um globo achatado e é coberto por espinhos e, entre eles, pedicelárias.

Os pepinos-do-mar são animais de corpo alongado e mole. Suas placas calcárias são pequenas e não se soldam como ocorre no ouriço-do-mar.

Os equinodermos ofiuróides assemelham-se às estrelas-do-mar, mas seus braços são muito finos. Esses braços são articulados e capazes de movimentar água.

O lírio-do-mar possui um pedúnculo pelo qual se fixa ao solo marinho ou a recifes de corais. Na extremidade do pedúnculo existe um disco em forma de cálice do qual partem cinco braços ramificados. Alguns desses braços são capazes de se soltar e flutuar.

Artrópodes

O nome deste filo vem de arthros = articulação e poda = pé, os pés desses animais não são articulados, mas as pernas e outras extremidades como: as antenas e órgãos bucais são. artrópodes constituem o mais numeroso grupo animal existe na Terra, de cada 4 animais 3 são artrópodes. Em geral, o tórax é bem diferenciado do abdômen. Certos órgãos (antenas, olhos compostos, asas membranosas) são próprio desses animais. O desenvolvimento dos artrópodes pode envolver importantes metamorfoses e o crescimento só se efetua por mudas, pois o tegumento quitinoso não cresce.

Pertencem ao filo Artrópoda: borboletas, moscas, aranhas, caranguejos, escorpiões, centopéias, libélulas, besouros, tatu-bola e milhares de outros animais, distribuídos pelas 5 subdivisões existentes.

Insecta: São os insetos, é sem dúvida a divisão mais numerosa dos artrópodes, a maioria dos insetos são terrestres (solo e ar), mas existem algumas espécies que vivam em ambientes aquáticos, assim como a fase larval de alguns mosquitos como o Aedes Aegypti, Anopheles entre outros. os insetos possuem um par de olhos compostos, mandíbulas e sua respiração é realizada por traquéia. Alguns exemplos de insetos são: moscas, abelhas, traça, pulgas, borboletas e etc.

Crustacea: São os crustáceos, esse nome vem do fato de muitas espécies de crustáceos possuírem um exoesqueleto, formando uma crosta. A maioria desses animais são aquáticos como: lagostas siris, caranguejos, mas também existe alguns representantes terrestres, como o tatuzinho-de-jardim. E são raros os crustáceos fixos (anatipo, bálano). Existem crustáceos que não são visíveis a olho nú, como é o caso da dáfnia e plânctons.

Arachnida: Os aracnídeos incluem as aranhas, os escorpiões, os ácaros e os carrapatos. Os aracnídeos diferem - se dos demais artrópodes, por não possuírem antenas nem mandíbulas, alguns aracnídeos possuem veneno em sua armas, como uma forma de defesa e de paralisação de suas presas, como é o caso do escorpião e de algumas espécies de aranha.

Miriapoda: Estão incluídos nesse grupo, os animais que possuem muitas pernas articuladas, esse nome é apenas uma designação coletiva de dois grupos de animais: Chilopoda (quilópodes) e Diplopoda (diplópodes). Os quilópodes apresentam um par de pernas por segmento, sendo que o primeiro par e transformado em uma estrutura denominada de forcípula, que na extremidade possui uma glândula de veneno, usado para imobilizar suas presas, já que esses animais são carnívoros, ao contrário dos diplópodes, que são herbívoros e comem detritos vegetais. Um exemplo de quilópodes é a Lacraia. Os diplópodes não possuem forcípula e nem são venenosos e cada segmento do corpo possui 2 pares de pernas. Como forma de defesa, esses animais se enrolam e expelem de seu corpos uma substância com cheiro e gosto forte. Alguns exemplos de diplópodes são: Centopéia, piolho de cobra entre outros.

INTRODUÇÃO: Dentro do estudo dos invertebrados, o filo artrópodes merece atenção especial. Ele agrupa mais de 800 mil espécies, contia que supera todos os demais filos reunidos. Além disso, merecem citação a grande diversidade dessas espécies; Sua boa adaptação a diferentes ambientes; as vantagens em competição com outras espécies; a excepcional capacidade reprodutória; a eficiência na execução de suas funções; a resistência a substâncias tóxicas e a sua perfeita reorganização social, caso das abelhas, formigas e cupins.

O QUE SÃO ARTRÓPODES: Os invertebrados que possuem patas articuladas, nome formado de Athros, que significa articulações, o podes, que significa pés patas. Os artrópodes tem uma carapaça protetora externa, que é o seu esqueleto, formada por uma substância resistente e impermeável, chamada quitina, endurecida por conter muito carbonato de cálcio.

Ao crescer, o artrópode abandonam o esqueleto velho, pequeno, e fabrica outro, maior. Esse fenômeno é chamado muda. Ela ocorre várias vezes para que o animal possa atingir o tamanho adulto.

Os artrópodes, no entanto, não possuem apenas patas articuladas, mas sim todas as suas e extremidades, como as antenas e as peças bucais. Os seus membros inferiores são formados por partes que se articulam, ou seja, que se movimentam umas em relação às outras: os seus pés se articulam com suas pernas, que se articulam também comm suas coxas, que também se articulam com os ossos do quadril.

CLASSIFICAÇÃO DOS ARTRÓPODES: Os artrópodes podem ser classificados em cinco classes principais, usando como critério o número de patas.
INSETOS: São artrópodes com seis patas distribuída em três partes. Os insetos apresenta o corpo subdividido cabeça, tórax e abdome. Possuem um par de antenas e três pares de patas no tórax. Nas maioria das espécies, há dois pares de asas, mas há espécies com apenas um par e outros sem asas.

CARACTERÍSTICAS: O corpo dos insetos e formado por três regiões: cabeça, tórax e abdome.

Na cabeça das insetos, podemos notar antenas, olhos e peças bucais.

Antenas: São utilizadas para a orientação. Todos insetos tem um par de antenas.

Olhos: os insetos possuem dois tipos de olhos:

- 2 olhos compostos, isto é, formados por várias unidades, que permite enxergar em várias direções ao mesmo tempo;

- 3 olhos simples, também conhecidos por ocelos.

Esse conjunto de olhos proporciona aos insetos uma excelente visão. Eles podem enxergar coisas que não são visíveis ao homem.

Peças bucais: as peças bucais, todas dotadas de articulação, estão diretamente relacionadas com a alimentação. Assim, as peças bucais podem ser de vários tipos, conforme os hábitos alimentares dos insetos.

O tórax: dos insetos é dividido em três partes; em cada uma delas prende-se um par de patas.

É ainda no tórax que se prendem as asas, existentes na maioria dos insetos. Quando ao número de asas , existem 3 tipos de insetos: sem asas, com um par de asas e com dois pares de asas.

Respiração dos insetos: Os insetos respiram por traquéias, pequenos canais que ligam as células do interior do corpo com o meio ambiente. Ao longo de todo o corpo de um inseto podem ser ver os estimas , pequenas manhas onde se abrem as traquéias.

Reprodução dos insetos: Os insetos são animais de sexos separados e ovíparos. Depois que os ovos são botados pelas fêmeas, eles se desenvolvem e forma um novo inseto.

Alguns insetos tem desenvolvimento direto: do ovo nasce uma forma jovem, que já tem o aspecto do adulto, embora menor. É, por exemplo, o caso da traça. O desenvolvimento da mosca é indireto: ela nasce diferente do adulto, e passa por mudanças na forma do corpo, enquanto se transforma de recém- nascida em adulta. Dizemos que a mosca sofre metamorfose. Todas as formas que tem aspecto diferente do adulto chama-se larvas. Nem todos os insetos apresentam metamorfose, mas ela ocorre na maioria deles. Você já deve ter visto as lagartas das borboletas: elas são larvas que se transformarão em borboletas adultas.

A borboleta bota o ovo em uma folha, e desse ovo nasce uma lagarta, que é a primeira forma de larva desses insetos. Em seguida, a lagarta se transforma, passando por outras formas de larva, até originar a borboleta adulta.

Classificação dos insetos: Existem aproximadamente 800 mil espécies de insetos, distribuídas por mais de 30 ordens. Um dos critérios usados para a classificação dos insetos é o número e a forma das asas. Aqui você vai conhecer apenas 5 ordens, escolhidas como exemplo.
Os insetos e a ecologia: O equilíbrio ecológico, em todo ecossistema, é mantido graças a uma série de relações, algumas positivas e outras negativas. Uma relação altamente positiva é a que ocorre entre os insetos voadores e as flores. Para que as plantas se reproduzam há necessidade de que o grão de pólen de uma flor seja transportada até outra flor. Esse transporte chama-se polinização, e é realizado pelos insetos voadores e por vários outros agentes. O transporte do pólen, é realizado em grande parte pelos insetos, é de extrema importância na preservação de matas, florestas, jardins, pomares. É, enfim, essencial à preservação de numerosos ecossistemas. Um exemplo de relação negativa é o que ocorre entre o gafanhoto e as plantações. O gafanhoto é um predador voraz e vive em enormes bandos, capazes de destruir rapidamente plantações inteiras. Um outro inseto menos voraz é o bicho-da-seda, uma mariposa cujas larvas alimentam-se de folhas, principalmente de amoreiras.

Embora alimentam-se dessas folhas, as larvas do bicho-da-seda são muito úteis, pois produzem a seda, tão importante na industrialização de tecidos.

Os insetos e a saúde humana: Os insetos trazem poucos benefícios diretos à saúde humana. A abelha, no entanto, é um exemplo de benefício direto, pois produz o mel, que usamos como alimento e possui ótimo valor nutritivo. A maior parte das relações diretas entre os insetos e o homem é nociva. Assim, por exemplo, muitas abelhas, que são tão úteis, são também venenosas, e seus venenos podem provocar forte dor e grande reação local. As picadas de abelha, no entanto, geralmente não causam grandes males.

O maior mal que os insetos causam a saúde humana é a transmissão de outros seres vivos, que causam doenças.

É o caso, por exemplo, da mosca- doméstica, que pousa no lixo e em outros lugares contaminados e depois pousa nos nossos alimentos, trazendo sujeira e micróbios. Assim, ela pode causar diversas doenças, como a disenteria.

Outros exemplos de doenças transmitidas por insetos são a elefantíase, a malária, a febre amarela, a doença de chagas e o dengue.

ARACNÍDEOS: Os aracnídeos são representados pelas aranhas, pelos escorpiões e pelos carrapatos. Todos eles possuem um par de quelíceras e quatro pares de patas locomotoras.

As quelíceras são apêndices em forma de pinças, situados na parte anterior da cabeça. É um exemplo uma aranha jovem e uma adulta. Seus corpos têm a mesma forma.Todos os aracnídeos não sofrem metamorfose.

Outra característica importante dos aracnídeos é que eles têm a cabeça e o tórax numa peça só, chamada cefalotórax.

É fácil distinguir um aracnídeo de um inseto, pelo exame externo do corpo.

Classificação dos aracnídeos: Os Aracnídeos podem ser distribuídas por 3 ordens, com base no aspecto externo do corpo:
Araneídeos englobam todas as espécies de aranhas, venenosas ou não.

Escorpionideos, que reúne os escorpiões. O escorpião é um aracnídeo que provoca um certo receio nas pessoas, pelo seu aspecto e comportamento agressivo.

Ácaros, que são os carrapatos e alguns parasitas micróbicos.

CRUSTÁCEOS: Crustáceos são os artrópodes que possuem uma crosta protegendo o corpo. Os principais representantes dessa classe são os camarões, as lagostas,os caranguejos e os siris, todos com 5 pares de patas. São, portanto, decápodes( deca= dez; podes= patas, pés).

Na maioria dos decápodes, as 2 patas dianteiras são modificadas e bem desenvolvidas como adaptação à preenção de alimentos.

Classificação dos crustáceos: O número de patas é um bom critério, que permite dividir a classe dos crustáceos em duas ordens: Decápodes e Isópodes.

Os decápodes você já conhece: São crustáceos de dez patas.

Os isópodes são crustáceos que possuem numerosas patas, todas semelhantes. O exemplo mais conhecido é um isópodes encontrado em toda a costa litorânea do Brasil, conhecido por tatuí, tatuíra ou tatuzinho de de praia.

Revestimento do corpo dos crustáceos: O esqueleto é um sistema encarregado da sustentação do corpo, tanto em vertebrados como em invertebrados; nos vertebrados, o esqueleto fica dentro do corpo, e nos invertebrados fica fora, revestindo o corpo. Dizemos, então, que os vertebrados tem endoesqueleto (esqueleto interno) e que os invertebrados tem exoesqueleto (esqueleto externo).

Dentre os artrópodes, os crustáceos são os que possuem exoesqueleto mais volumoso e mais desenvolvido; Ele forma a crosta, que deu nome aos crustáceos, e que reveste e protege o corpo desses animais. Essa crosta é constituída por quitina e carbonato de cálcio.

Externamente, podemos reconhecer duas partes no corpo dos crustáceos: o cefalotórax e abdômen.

No cefalotórax localizam-se dois pares de antenas e um par de olhos compostos, que geralmente situam-se na extremidade de dois pedúnculos; são por isso, chamados olhos pedunculados. Esses olhos são movimentados pelos pedunculos, permitindo assim, uma ampla exploração do ambiente.

Os crustáceos são, na sua maioria animais aquáticos, e de respiração branquial.

Caranguejo ou siri?

Muita gente confunde caranguejo com siri.

Eles podem, no entanto, ser diferenciado facilmente por várias características

Duas delas muito evidentes:

- O corpo do siri é mais achatado do que o corpo do caranguejo, que é mais "arredondado"'.

-As patas traseiras do siri são largas, como remos, ao passo que as patas do caranguejo são pontudas.

Essas duas características devem-se ao fato de que os siris estão mais bem adaptados ao nado, do que os caranguejos.

Os crustáceos e a saúde humana: Os crustáceos são inofensivos ao homem. Além disso, são largamente utilizados na alimentação humana. Na verdade, praticamente todos os artrópodes utilizados como alimento são crustáceos: camarão, lagosta, siri, caranguejo, tatuíra etc...

Quilópodes e Diplópodes: Tem como principal característica a divisão de corpo em vários segmentos, onde se prendem as patas.

Os quilópodes e os diplópodes possuem um par de antenas e olhos simples, não possuindo olhos compostos.

Quilópodes: Principal exemplo: centopéia (lacraia, escolopendra).

Principais características:

- 1 par de patas em cada segmento

- corpo dividido em 2 regiões, cabeça e tronco.

Diplópodes: Principal exemplo: piolho-de-cobra (embuá).

Principais características:

- 2 pares de patas em cada segmento;

- corpo dividido em três regiões: cabeça, tórax e abdômen.

Os Quilópodes, os Diplópodes e a saúde humana: Os Quilópodes e os Diplópodes não têm interesse especial para saúde humana. A única agressão ao homem é praticada pelas centopéias, que possuem um par de pinças de veneno na cabeça, que podem provocar picadas dolorosas.

Cordasdos
Os cordados constituem um grupo zoológico que compreende animais adaptados para a vida aquática e terrestre.

Os cordados dividem-se em: protocordados e eucordados.

Os protocordados são destituídos de coluna vertebral e de caixa craniana. Já os eucordados ou vertebrados possuem coluna vertebral e têm crânio com encéfalo.

Embriologia

• Simetria bilateral.
• Celomados, com celoma bem desenvolvido.
• Deuterostômios.
• Triblásticos.

Sistemas

• Sistema Digestório → Sistema digestório completo.

• Sistema Nervoso → Sistema nervoso constituído por encéfalo, medula espinal e rede nervosa periférica.

• Sistema Excretor → Excreção realizada pelos rins formados de néfrons.

• Sistema Circulatório → Sistema circulatório fechado e coração com duas ou mais câmaras.

• Sistema Respiratório → Respiração pulmonar, branquial e cutânea complementar.

• Sistema Reprodutor → Os Cordados são dióicos (sexos separados) com poucas exceções.

• Peixes → podem ter fecundação externa ou interna e o desenvolvimento pode ser direto ou indireto.

• Anfíbios → têm fecundação externa e o desenvolvimento é indireto (as larvas são os girinos).

• Répteis → têm fecundação interna e desenvolvimento direto, no interior de ovos terrestres dotados de casca membranosa.

• Aves → têm fecundação interna e desenvolvimento direto, no interior de ovos terrestres com casca calcária.

• Mamíferos → têm fecundação interna, desenvolvimento direto. Poucas espécies de Mamíferos são opívaras; na maioria o desenvolvimento do embrião ocorre no interior do útero materno.

• Sistema Sensorial → Sistema Sensorial bem desenvolvido, com órgãos dos sentidos especializados em captar estímulos tácteis, olfativos, visuais e auditivos.

Qual a vantagem evolutiva?

Possuem Notocorda e Metameria, Deuterostômios e Enterocelomados.

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