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Publicidade - Os direitos dos animais.
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O dia 29 de fevereiro é o Dia da Doença Rara e, para marcar a data, a BBC entrevistou três famílias que convivem com casos assim.
Uma é a dos Torrances, na Grã-Bretanha.
O filho mais novo, Dylan, hoje com 12 anos, foi diagnosticado com uma mutação no 15º cromossomo, a trissomia parcial 15, doença que afeta apenas 19 pessoas em todo o mundo - mas ele é o único com esse defeito no cromossomo específico.
A mãe de Dylan, Janie Torrance, diz que ficou "feliz" de certa forma quando o filho finalmente foi diagnosticado pois "ninguém sabia o que era".
O problema é tão raro que sequer tem um nome. O diagnóstico dado à família foi apenas uma descrição do que aconteceu no cromossomo de Dylan.
"A primeira coisa que você tenta fazer é encontrar outra pessoa com isso – e quando falaram que ninguém mais tinha, foi um golpe", disse Janie.
Cada pessoa tem 23 pares de cromossomos. No 15º cromossomo de Dylan um dos componentes do par é mais longo.
Por causa disso, Dylan não consegue falar, tem epilepsia grave e usa cadeira de rodas.
Jaine disse que teve uma gravidez normal; mas que o bebê não demonstrava vontade de se alimentar e que seus movimentos eram descoordenados.
A mãe afirmou que foi preciso muita insistência da família para conseguir um exame genético que confirmasse a doença - o que só ocorreu quando o menino estava com três anos.
"Sou otimista em relação à vida. Olho para Dylan e penso 'como posso reclamar sobre minha situação quando meu filho passa por isso todo dia?' Ele é tão positivo."
"Por enquanto não há cura, mas espero que alguém muito inteligente consiga descobrir algo", acrescentou.
Apesar dos cuidados constantes com Dylan, a família tenta manter uma vida o mais normal possível. Jaine trabalha um dia por semana como cabeleireira e vai à academia, além de garantir que o filho mais velho, Callum, de 14 anos, possa ir a escola normalmente.
Dylan também tem a agenda cheia: recebe cuidados no centro para crianças Haven House, em Essex, e também frequenta uma escola especial quando sua saúde permite.
O Dia da Doença Rara é uma chance para aumentar a conscientização a respeito das 60 milhões de pessoas no mundo todo afetadas por cerca de 6 mil doenças consideradas raras.
Nick Meade, da organização britânica especializada nestas doenças, a Rare Disease UK, afirmou que ao menos uma em cada 2 mil pessoa sofre destas doenças no mundo.
O baixo número de pacientes pode ter um impacto no desenvolvimento de tratamentos e frequentemente não há nenhuma opção a não ser os cuidados paliativos.
"Se você tem apenas 50 pessoas com um problema, então a pesquisa sobre esta doença é muito mais difícil, pois você tem menos pessoas para pesquisar. A busca por um diagnóstico pode durar até 20 anos", afirmou.
Segundo a campanha Rare Disease Day uma doença rara é definida como um problema que afeta menos que uma a cada 2 mil pessoas.
Em 2008 a menina Husna Naee, então com cinco anos, foi levada ao hospital pelos pais que temiam ter "perdido a filha durante a noite".
"Ela ficou mal com uma infecção viral, foi ao hospital para ser tratada pelo que nós pensávamos ser desidratação e saiu de lá dez dias depois em uma cadeira de rodas e tendo esquecido até como segurar um lápis", disse Rahna Nabi, mãe de Husna.
A menina foi diagnosticada com a Ataxia de Friedreich, que causa dano progressivo ao sistema nervoso e ao coração, faz com que a pessoa perca a mobilidade, visão e audição. Husna também sofre de diabetes e Síndrome de Asperger.
"Não há nada pior do que alguém te falar que sua filha vai morrer lentamente, na sua frente", disse Rahna.
"Nos falaram que o estado de Husna se deteriorará gradualmente; ela não vai conseguir usar as pernas e braços, ficará cega, surda, perderá a habilidade de comer, engolir e falar - até ficar completamente incapacitada. Não havia nada que nós ou qualquer outra pessoa pudessem fazer, pois não há uma cura", acrescentou.
Rahna afirma que a filha é "muito determinada e animada", mas acrescenta que as tarefas mais simples são uma "luta" e Husna, hoje aos 16 anos, compreende o que está acontecendo com ela.
A situação, segundo Rahan, é como uma "nuvem escura em cima de nossas cabeças".
Um dos maiores problemas, de acordo com a mãe de Husna, é para os irmãos: um mais velho e outro mais jovem. Eles passaram por um período de "luto" pela irmã que conheceram e agora eles tentam criar memórias positivas dela.
"Houve muita tristeza pois uma doença rara significa que você perde a filha que pensou que iria ter. Literalmente não há nada que você possa fazer a não ser tentar deixá-la o mais feliz possível", afirmou Rahna.
A mãe afirma que a família agora tenta se concentrar nas coisas que Husna consegue fazer e não no que ela perdeu. E acrescenta que a fé muçulmana os ajudou muito.
Coma
Alea Begum, de Londres, teve a filha, Khadija, diagnosticada com acidúria argininosuccínica quanto tinha apenas um ano de idade.
A doença provoca o acúmulo de amônia no sangue, o que pode torná-lo tóxico e afetar o sistema nervoso.
Para os pais, Khadija parecia saudável até que completou um ano de idade e seu estado de saúde foi se deteriorando.
"Ela estava vomitando então a levei para o hospital onde a colocaram em coma por duas semanas quando descobriram que o cérebro dela começou a inchar", disse Alea.
"Quando ela voltou, eles falaram que a parte de trás do cérebro tinha sido danificada, e que ela tinha perdido a visão."
"Foi difícil, muito difícil, aceitar pois ela nasceu normal e então, um dia, tudo mudou", disse.
Além de perder a visão, Khadija teve danos permanentes no cérebro e epilepsia, além de ter atraso no desenvolvimento.
A doença teve impacto na saúde mental da mãe, que passou a receber acompanhamento psicológico.
"Eu estava deprimida, tomando remédios e tinha todas estas lembranças. Como mãe dela eu me culpava. Até hoje, todo dia 5 de março, quando ela foi internada, é como um aniversário e eu tenho uma recaída."
"Pensamos muito sobre o futuro dela - ela vai se casar, ter filhos? Ela é capaz de estudar ou ir para a universidade?", questionou.
Com cinco anos de idade Khadija é "feliz", estuda em uma escola comum onde aprende em braille. A mãe conseguiu se qualificar como conselheira psicológica e agora apoia outras famílias através da organização Scope.
"Quando aconteceu, eu não conhecia ninguém com este problema, então é bom estar na posição de ajudar. Vejo famílias devastadas e quero dizer a elas 'em dois anos vocês estarão de pé'. Pensei que fosse perder minha filha, mas vou lutar com todas as minhas forças", afirmou.
"Disseram que ela estava com microcefalia e eu não sabia o que era. Fiquei muito assustada", lembra ela na maternidade Cândida Vargas, em João Pessoa, na Paraíba. "Agora estou mais tranquila. Ela é sadia e sabida", diz, com a filha no colo.
Heloisy tem dois meses e até hoje a mãe não sabe o que causou a microcefalia. A condição a uniu a centenas de outros bebês nascidos com cabeças menores que o perímetro de 32 centímetros estabelecido como parâmetro pelo governo. Maria da Luz não acha que teve zika; só se lembra do que interpretou como uma gripe, por volta dos 5 meses de gravidez.
Agora espera ter uma resposta concreta em breve, fazendo parte de uma pesquisa que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) acaba de começar na Paraíba – o segundo Estado mais afetado pelo surto de microcefalia, com 59 casos confirmados e 440 ainda em investigação.
Especialistas em segurança epidemiológica do CDC começaram a ir a campo nesta semana em João Pessoa, dando início a uma pesquisa em parceria com o Ministério da Saúde para estudar a relação entre o vírus Zika e microcefalia.
Formadas por técnicos do CDC e agentes de saúde do ministério e das secretarias locais, as oito equipes estão indo de casa em casa e a hospitais. O trabalho seguirá por aproximadamente cinco semanas para coletar dados e material de cerca de cem mães que tiveram suspeita de zika e cujos filhos nasceram com microcefalia.
Para cada um desses casos, serão examinadas também duas a três mulheres cujos filhos nasceram saudáveis, os chamados casos de controle, para tentar entender a frequência com que o vírus Zika gera problemas neurológicos, como atua e se há outros fatores na equação.
Maria da Luz foi uma das primeiras entrevistadas, no segundo dia da pesquisa. Apareceu para o encontro marcado na maternidade com o marido, Juliano Silva, e a filha de 9 anos.
Carregava a recém-nascida Heloisy vestida em um macaquinho branco e rosa e com uma toalhinha sobre o ombro, bordada, também de rosa, com os dizeres "sou do papai" – orelha já furada com um brinquinho dourado, que parecia uma versão menor do brinco usado pela mãe.
Durante cerca de meia hora de entrevista, a agente do Ministério da Saúde fez uma série de perguntas para entender seu histórico de saúde, problemas que pode ter enfrentado na gravidez, se teve qualquer sintoma indicativo do zika vírus ou de outras doenças. Maria da Luz respondia cooperativa e sorridente; interrompeu a entrevista duas vezes para dar de mamar à filha.
Como será feito em todos os casos, a criança teve o perímetro cefálico e o corpo medidos, e mãe e filha tiveram sangue coletado – a menina aos urros enquanto a família tentava acalmá-la, com um macio cântico de "ôooooo, ôooooo...".
Parte do material coletado ficará no Brasil e outra parte será levado aos EUA para exames minuciosos no CDC – que indicarão se Maria da Luz teve, afinal, zika durante a gravidez e se o vírus foi transmitido para a sua filha. Diagnóstico ao qual Maria da Luz não teria acesso no Brasil.
"Realmente é importante fazer esse estudo para saber o que está provocando a microcefalia", diz o Juliano Silva, seu marido. "Quando a gente soube foi bem preocupante, a gente ficou triste, ela entrou numa depressão, chorava pelos cantos. Graças a Deus, nossa filha nasceu bem, e é uma criança muito amada."
A pesquisa ainda está no começo e, nos primeiros dias, esbarrou em problemas logísticos, com equipes passando mais tempo no carro tentando chegar aos endereços ou dando de cara com a porta para entrevistas que deveriam estar agendadas mas não estavam.
O trabalho de campo deve durar cerca de cinco semanas e em breve passará para cidades no interior do estado. Erin Staples, a epidemiologista que lidera o estudo, diz que os resultados devem ser divulgados perto do fim deste semestre.
"Estamos buscando responder algumas perguntas básicas e entender quantos desses casos de microcefalia poderiam ser relacionados ao vírus Zika, quantas crianças pegaram o vírus na barriga da mãe e se é só o vírus ou se há outros fatores envolvidos", explica ela.
"O tamanho e o escopo do que está acontecendo vai muito além de qualquer coisa que eu já tenha visto na minha carreira."
Os casos de "controle", examinando crianças saudáveis nascidas nas mesmas regiões que os bebês com microcefalia, são importantes para entender se eles também têm sinais do Zika. Se muitas tiverem, explica Staples, isso poderia reforçar a ideia de que outros fatores estariam relacionados à condição.
No Instituto Cândida Vargas, maternidade municipal com o maior número de leitos em João Pessoa, mais de 53 bebês já nasceram com microcefalia, e outros 96 são casos suspeitos, que ainda estão sendo investigados.
Coordenadora da unidade neonatal da Cândida Vargas, Juliana Soares diz que é um momento de muito aprendizado mas também de angústia para profissionais da área médica.
"O problema precisa ser captado e cortado na origem, mas isso a gente ainda não visualiza. Não tem nada que pare esse vírus hoje", diz.
"Por isso a angústia de todos os profissionais que trabalham neste ambiente. Não tem vacina, tratamento para a mãe, alguma medicação que bloqueie essa contaminação do bebê. Se a mãe for contaminada, a gente vai continuar com essa perspectiva de sequela no desenvolvimento do bebê."
Neste contexto, ela dá boas vindas aos pesquisadores estrangeiros, munidos de recursos em um patamar muito distante do brasileiro, ainda mais com a economia em recessão.
"Tínhamos que ter pedido ajuda mesmo. Quem puder dar essa resposta primeiro estará fazendo algo útil para o mundo. Isso não está mais só no Brasil. Temos que nos juntar, com responsabilidade e seriedade para conseguir chegar a uma resposta."
Maria da Luz hoje já tem muitas informações sobre a microcefalia, mas a pergunta sobre o que causou a condição na sua filha ainda é um vazio no ar. Ela só torce para que isso pare o mais rápido possível, antes de prejudicar outras crianças. Quanto à sua, não perde a esperança de ver Heloisy se desenvolver bem.
"Eu quero que ela cresça e se desenvolva como uma criança normal. Que possa andar, correr, brincar, estudar. Esse é meu maior sonho. Vê-la andar, falar."
A epidemia de zika e microcefalia provocou um aumento da apreensão de remessas de medicamentos abortivos enviados pelo correio para o Brasil.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de junho a novembro de 2015, mês em que foi declarada emergência nacional de saúde, foram confiscados 36 pacotes da pílula Misoprostol, conhecida no Brasil como Cytotec. Já de dezembro a fevereiro desde ano, foram 57 remessas.
Isso não significa, necessariamente, que mais comprimidos de Cytotec tenham sido retidos. Antes da zika, as remessas costumavam ter mais pílulas, o que, segundo a Anvisa, indica que o objetivo do receptor poderia ser a revenda.
Agora, os pacotes vêm com menos pílulas, o que sugere que os comprimidos seriam destinados a uso pessoal.
O vírus da zika vem sendo ligado a casos de microcefalia e outras malformações congênitas em bebês. O Brasil é o país mais atingido - segundo o Ministério da Saúde, 4.107 casos suspeitos estão sendo investigados. Já foram confirmados 583 casos e 950 notificações foram descartadas.
O aborto no Brasil só é permitido quando a gravidez é fruto de estupro ou há risco de morte para a mãe. Por determinação do STF, a interrupção da gravidez também é permitida em casos de fetos anencéfalos.
Mas medicamentos abortivos estão à venda na internet ou podem ser solicitados por meio de ONGs como a Women on Web, que oferece atendimento pela internet a mulheres que vivem em países onde o aborto é proibido ou restrito. Os remédios são então enviados gratuitamente pelos Correios para a gestante.
A criadora da ONG, Rebecca Gomperts, diz que o número de e-mails de mulheres brasileiras pedindo ajuda ou informações sobre aborto praticamente triplicou com a epidemia de microcefalia.
Segundo ela, a organização recebia, em média, cem e-mails de brasileiras por semana. Em fevereiro, foram 285 em apenas uma semana.
"Nos últimos dois anos, a alfândega brasileira começou a confiscar todos os pacotes. Por isso chegou uma hora em que desistimos e começamos apenas a informar às brasileiras onde elas poderiam fazer um aborto com segurança, como na Guiana ou em Cuba", afirma.
No início do mês, a ONG lançou um comunicado dizendo que, diante da epidemia de zika, iria retomar o envio de abortivos para o Brasil. Ela alertava que, em outras ocasiões, as autoridades alfandegárias do país haviam retido os medicamentos, mas pedia que, diante da epidemia de zika, elas se solidarizassem com as mulheres.
"Mas tudo indica que os medicamentos continuam sendo barrados", diz Gomperts, que não soube precisar quantos remédios foram enviados ao Brasil por causa da zika.
Segundo a Anvisa, os pacotes apreendidos não foram enviados por empresas, mas por pessoas físicas. Várias dessas encomendas vieram da Índia e da Europa. Como a ONG envia remédios da Índia, é provável que suas remessas estejam entre as apreendidas.
Segundo a ONG, que também atua em diversos países, toda a sua ação é legal.
A Women on Web diz que os medicamentos utilizados no procedimento, que eles chamam de aborto medicinal, são autorizados no Brasil. Eles afirmam que o Misoprostol - assim como Mifepristone, também enviado pela ONG - são utilizados em hospitais.
Diz também que os brasileiros têm direito de importar medicamentos para uso próprio e que o procedimento, feito com instruções de médicos, é seguro. Por isso, não vê sentido na retenção das encomendas.
Segundo a Anvisa, porém, as drogas são de uso controlado. O Misoprostol, por exemplo, é usado em hospitais para induzir partos. Por isso, a pessoa que faz a encomenda precisaria ter uma autorização especial para a importação e apresentar uma receita médica indicando que ela precisa daquele medicamento.
O problema é que aborto é crime no Brasil. Ou seja, ao apresentar este pedido, a pessoa estaria se incriminando.
Segundo a Anvisa, a Receita Federal é a primeira responsável por analisar, com raios-X, os pacotes que chegam do exterior. Remédios são então enviados para a Anvisa, que autoriza ou não a entrada no país.
As pílulas de Misoprostol são encaminhadas à Polícia Federal - o órgão responsável para eventuais investigações criminais.
De acordo com Gomperts, devido à dificuldade em obter abortivos, a maioria das brasileiras que procura a ONG tem optado por fazer o aborto em outros países.
"[Apreender os medicamentos] é outro exemplo de como o problema está recaindo apenas sobre as mulheres e como os direitos delas de acesso a serviços de saúde está sendo violado", afirma.
"Nós, a ONU e outras organizações achamos que as mulheres deveriam ter acesso ao aborto quando precisam, não apenas nos casos de zika. Mas no caso de zika isso é ainda mais cruel", completa Gomperts.
A ONG classifica o Brasil como um dos países mais difíceis de se obter pílulas abortivas. A organização, que começou suas ações fazendo abortos em navios e já usou até um drone para entregar medicamentos, viu aumentar também a procura de mulheres de outros países da América Latina, como Colômbia e Venezuela.
No Brasil, o Misoprostol chega a ser vendido no mercado negro, mas muitas vezes é falsificado e, de acordo com especialistas, pode provocar problemas graves para a mãe e para o feto.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, abortos ilegais provocam a morte de uma mulher a cada dois dias no Brasil.
Bióloga, apaixonada por ensino. Fascinada por ciências forenses, meio ambiente ,leis, design, psicologia e medicina legal. Cada dia aprendendo um pouco e compartilhando com você.
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