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7 de mai. de 2016

Amor de mãe faz cérebro do filho se desenvolver mais, diz pesquisa

  • 28 abril 2016
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Image captionEstudo da Universidade de Washington descobriu relação entre crescimento do cérebro e afeto de mãe
Que o amor da mãe é importante, ninguém duvida. Mas um estudo americano acaba de ir um passo além ao mostrar que esse amor pode ajudar o cérebro de uma criança a se desenvolver mais.
A autora que liderou o estudo, a psiquiatra infantil Joan Luby, da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, descobriu que uma importante área do cérebro cresce duas vezes mais rápido em crianças cujas mães demonstravam afeto e apoio emocional, em comparação com as que eram mais distantes e frias.
Imagens do cérebro mostraram que esse tipo de criação era mais benéfica para crianças com menos de seis anos – e que mesmo que uma mãe se torne mais afetuosa quando a filha ou filho é um pouco mais velho, não é possível compensar os anos em que esse amor foi negligenciado.
Segundo Joan, o estudo sugere isso ocorre porque há um período crucial em que o cérebro responde mais ativamente ao apoio materno, provavelmente por conta da maior plasticidade do cérebro quando as crianças são mais novas. Ou seja, esse amor materno é ainda mais importante nos primeiro anos de vida.

Teste para mães e filhos

A pesquisa foi feita com 127 crianças, que faziam periodicamente exames de ressonância magnética no cérebro desde que começaram a frequentar a escola até a adolescência.
Para qualificar o tipo de mãe, os pesquisadores a gravavam em uma situação em que ela tinha de fazer alguma tarefa estressante na presença dos filhos.
Pediam às mães que concluíssem essas tarefas e, enquanto isso, davam aos filhos um presente em um pacote bem atrativo, que os filhos não podiam abrir imediatamente.
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Image captionRessonâncias mostraram impactos do comportamento materno no hipocampo das crianças
Situações similares ocorrem várias vezes ao dia em qualquer família, especialmente com crianças pequenas, que demandam atenção em momentos que, por um motivo ou outro, a mãe não pode dar. Seja porque está trabalhando em casa ou cuidando de outro filho.
Os pesquisadores explicaram que a razão por trás desse tipo de teste é que essas situações são enfrentadas diariamente por muitas mães e são verdadeiros desafios às habilidades maternas.
As mães que conseguiam manter o autocontrole e completar a tarefa, enquanto ofereciam algum tipo de apoio emocional ao filho, foram classificadas como mais afetuosas e mais acolhedoras.
Já as que desprezavam ou ignoravam as crianças ou as que agiam de maneira punitiva recebiam notas menores do quesito apoio emocional.

Pequenas mudanças

As ressonâncias mostraram o impacto dessa diferença de comportamento materno no hipocampo das crianças – uma área no cérebro localizada nos lobos temporais, que é responsável por habilidades como a memória, o aprendizado e o controle das emoções.
"Pequenas mudanças no apoio emocional geram grandes diferenças no resultado final. A relação entre uma criança e a mãe durante o período pré-escolar é vital, e ainda mais importante do que quando a criança é maior", disse a psiquiatra ao site especializado em ciência Science Daily.
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Image captionOferecer apoio nos primeiros anos da infância ajuda no desenvolvimento escolar, diz pesquisa
"Acreditamos que isso se deve a uma maior plasticidade cerebral quando a criança é menor, o que significa que o cérebro é afetado mais fortemente por experiências no começo da vida. Isso sugere que é vital que crianças recebam apoio emocional e afeto nesses primeiros anos."
A pesquisa mostrou ainda que a trajetória de crescimento do hipocampo estava associada com um desenvolvimento emocional mais saudável quando as crianças passavam para a adolescência.
De acordo com Joan, a pesquisa sugere que talvez seja possível ajudar as crianças a irem melhor na escola, a lidar melhor com a vida adulta e a se desenvolverem de maneira saudável ajudando os pais a aprenderem a oferecer mais apoio e afeto nos primeiros anos dos filhos.
"Também sabemos que fornecer esse apoio aos pais pode ter um impacto positivo em outras características do desenvolvimento infantil, sejam comportamentais ou de adaptação. Então, temos uma razão muito lógica para encorajar políticas que ajudem os pais a oferecer mais apoio emocional aos filhos", afirma a psiquiatra.
BBC BRASIL

Cientistas identificam 'segredo da juventude' em gene ruivo

  • 16
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Image captionGene tem muitas variantes – uma delas é frequentemente achada em pessoas claras e ruivas
Cientistas holandeses afirmam ter identificado pela primeira vez um gene que tem, em parte, o papel em fazer as pessoas parecerem mais jovens do que realmente são.
Pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Erasmus, na Holanda, em trabalho conjunto com cientistas da companhia Unilever, sugerem que as pessoas que têm uma variante em particular do gene MC1R aparentavam ser dois anos mais jovens, independente da idade cronológica, sexo e quantidade de rugas.
O MC1R tem instruções para a produção de um receptor chamado melanocortina 1. Esse receptor tem um papel na determinação da cor da pele, cabelo e olhos.
Este gene tem muitas formas diferentes, ou variantes. Uma certa variante do gene é frequentemente encontrada em pessoas com pele clara, cabelo ruivo e sardas, daí o apelido "gene ruivo".
A redução na função do gene MC1R está associada à alta sensibilidade ao sol e a alguns tipos de câncer de pele.
Também já se sabe que ele tem vários outros papéis, incluindo respostas a inflamações e reparo de DNA danificado. Essa pode ser a chave para compreender como essa variante do gene parece manter as pessoas com uma aparência mais jovem.
David Gunn, cientista da Unilever que participou da pesquisa, afirmou que a aparência de envelhecimento é algo que todos observam.
"Você encontra duas pessoas que você não viu durante dez anos. Aí você nota que uma parece que não envelheceu um dia sequer e, ao olhar para a outra pessoa, pensa: 'Uau, o que aconteceu com ela?'", disse Gunn à BBC.
A descoberta foi divulgada na revista especializada Current Biology.
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Image captionEstudo envolveu percepções sobre fotos de voluntários

O teste

Cientistas mostraram a pessoas fotos de 2.693 voluntários que não usavam maquiagem – as imagens também não tinham nenhum tipo de melhoramento (ou seja, zero Photoshop).
Elas tinham de adivinhar qual era a idade dos voluntários nas fotos, e os cientistas então comparavam o que essas pessoas disseram com a idade real de cada um.
O passo seguinte da pesquisa foi coletar o DNA das 2.693 pessoas das fotos para descobrir se havia diferenças ou mutações mais comuns entre aqueles que pareciam mais jovens do que realmente eram.
O resultado: todas as provas encontradas pelos pesquisadores apontavam para o MC1R.
O estudo sugeriu que algumas das variantes do gene levam as pessoas a parecerem, em média, dois anos mais jovens do que as pessoas que trazem em seu DNA outras formas do MC1R.
"A parte animadora é que nós encontramos o gene. E o fato de que fomos os primeiros a descobrir significa que poderemos saber muito mais", disse à BBC Manfred Kayser, professor da Universidade de Erasmus.
"E é animador, pois é um fenômeno conhecido que, até agora, não tinha explicação – por que algumas pessoas parecem tão mais jovens?"
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Image captionOutros pesquisadores alertam, porém, que essa não é a descoberta da "fonte da juventude"
Os cientistas não conseguiram, porém, esclarecer por que o MC1R tem este efeito. Eles tentaram testar a ideia de que as diferentes variantes do gene poderiam alterar o dano que o sol causa na pele, mas esse não parece ser o caso.
Como o estudo é relativamente pequeno, os autores esperam aumentar o número de pessoas testadas em pesquisas futuras para tentar revelar os efeitos da variante do gene em populações mais jovens e nas não europeias.

Sem fonte da juventude

O professor Ian Jackson, da Unidade de Genética Humana do Conselho de Pesquisa Médica da Grã-Bretanha, disse que a pesquisa holandesa é interessante, mas alerta que não é a descoberta da "fonte da juventude".
"O MC1R é o grande gene envolvido (em características) como cabelo vermelho e pele clara, e o que eles estão tentando dizer é que ele tem uma influência para fazer você parecer um pouco mais jovem. E isso não tem a ver com a pele clara, mas não tenho tanta certeza", afirmou.
David Gunn, cientista da Unilever, espera que as descobertas levem à criação de um produto que faça as pessoas parecerem mais jovens.
"Esse é o primeiro estudo genético a respeito da aparência da idade. Idealmente vamos querer algo que melhore (o funcionamento deste) gene para todo mundo", disse.
Mas ainda não está claro se, a partir desta descoberta, será possível diminuir a aparência de idade de uma pessoa.
"Essa descoberta é interessante e mostra como a genética pode influenciar o processo de envelhecimento independentemente do desenvolvimento de doenças", disse Tim Frayling, da Universidade de Exeter, no Reino Unido, ao comentar a pesquisa.
"Mas, mesmo sendo interessante, os autores admitem que precisam encontrar mais variações genéticas para ter alguma chance de prever a aparência de alguém a partir apenas do DNA dessa pessoa", afirmou.
BBC BRASIL

Para cientistas, riscos associados ao Zika são maiores do que se pensava

  •  maio 2016
(Foto: BBC)
Image captionPesquisas apontam que a microcefalia é apenas um dos danos causados pelo vírus da Zika
Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o Zika vírus pode ser mais perigoso do que o pensado anteriormente, afirmam cientistas brasileiros.
Segundo especialistas ouvidos pela BBC, o vírus pode estar por trás de ainda mais danos às funções neurológicas e afetar os bebês de até um quinto das mulheres infectadas.
Apesar de as taxas de avanço do contágio terem diminuído em algumas partes do país, graças a mais informações sobre prevenção, a busca por uma vacina está ainda no estágio inicial. Além disso, o Zika continua a se espalhar pelo continente.
A maioria dos médicos e pesquisadores (bem como o Ministério da Saúde brasileiro e a agência de prevenção a doenças dos EUA) concorda que há uma ligação entre o vírus e a microcefalia, condição que prejudica o desenvolvimento do cérebro e faz com que bebês nasçam com a cabeça menor que o normal

Embora estimativas (obtidas a partir de um estudo na Polinésia Francesa) apontem que 1% das mulheres infectadas durante a gravidez terão bebês com microcefalia, alguns dos principais cientistas envolvidos nas investigações sobre a doença no Brasil estimaram à BBC que até 20% das gestações afetadas podem resultar em vários dos outros tipos de danos ao cérebro.
Um estudo separado, publicado pelo periódico científico New England Journal of Medicine, aponta que “29% dos exames mostraram anormalidades em bebês no útero, incluindo restrições ao crescimento, em mulheres infectadas pelo Zika”.
“Nossas descobertas são preocupantes, pois 29% dos ultrassons mostraram anormalidades, incluindo restrições ao crescimento intrauterino e morte do feto, em mulheres com resultados positivos para infecção pelo Zika”, diz a pesquisa.
(Foto: BBC)
Image captionO obstetra Renato Sá lista uma série de problemas observados em bebês
Um dos problemas é que muitos dos males que médicos brasileiros têm notado em bebês de mães que tiveram Zika não são tão óbvios quanto a microcefalia. São más-formações que até podem não ter o mesmo impacto no desenvolvimento da criança, mas que estão ocorrendo com uma frequência alarmante.
“Há calcificações no cérebro, um aumento no número das dilatações nos ventrículos cerebrais e a destruição ou má-formação da parte posterior do cérebro”, afirma Renato Sá, obstetra que trabalha em hospitais públicos e privados do Rio de Janeiro.
Ele lista uma série de problemas que vem encontrando com uma crescente regularidade: ventriculomegalia (aumento dos ventrículos cerebrais), danos à fossa posterior do crânio, craniossinostose (fechamento prematuro das suturas craniais, fazendo com que a cabeça se desenvolva da maneira errada) e calcificação cerebral.
O médico inclui uma preocupação adicional: geralmente não há um vestígio óbvio ou sintoma do dano neurológico até as checagens mais tardias do desenvolvimento do bebê, apenas “talvez convulsões ou outros sinais indicadores”
(Foto: BBC)
Image captionPatricia Garcez diz estar impressionada com a "rapidez" com a qual o vírus mata células

'Atônitos'

Há uma necessidade urgente de se entender mais sobre a Zika e desenvolver uma vacina.
Os laboratórios do Instituto D'Or, no Rio, estão usando células-tronco para criar tecidos que se desenvolvem como o cérebro humano. Chamados de “minicérebros”, esses tecidos são depois infectados com Zika.
“O que nós observamos é que o Zika vírus é capaz de matar células e de afetar o crescimento delas”, diz o neurocientista Stevens Rehen, um dos responsáveis pela unidade.
O especialista também observou, assim como outros pesquisadores, que há algo particularmente violento na cepa do vírus que chegou ao Brasil e está se espalhando pelo continente.
“Há algo no Zika que o torna mais inclinado a matar células cerebrais em desenvolvimento. Agora nós precisamos pesquisar e entender o que faz esse vírus ser mais agressivo para o cérebro em desenvolvimento.”
(Foto: BBC)
Image captionCientistas do Instituto D'Or observam ataques do vírus a "minicérebros"
A equipe está espantada com o que já descobriu: uma grande redução do crescimento do córtex, a camada externa do cérebro.
“Os efeitos são muito impressionantes”, afirma a pesquisadora Patricia Garcez. “Estamos todos atônitos com a rapidez. Vimos células morrerem em três dias, um número grande delas. Em seis dias, as neuroesferas (conjunto de células-tronco cerebrais) haviam morrido completamente.”

Realidades

Diferentemente de meses atrás, as áreas com maior infecção pelo Zika estão agora mais ao sul do país, principalmente no Rio de Janeiro.
Entre alguns setores da sociedade, campanhas públicas sobre a necessidade de usar repelentes e tomar outras precauções aparentemente estão tendo um impacto positivo.
Segundo o obstetra Renato Sá, do Rio de Janeiro, o número de casos de Zika entre grávidas de classe média caiu bruscamente, assim como os de microcefalia e outras condições similares.
Exemplo de uma outra realidade, Fabiane Lopes, mãe de quatro filhos, conversou com a BBC em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Seu parceiro a abandonou quando ela descobriu que a mais nova nasceria com microcefalia.
(Foto: BBC)
Image captionMãe de Valentina, que tem microcefalia, Fabiane Lopes diz não ter visto campanhas sobre a Zika
Embora enfrente uma situação difícil – ela vive em uma casa de um quarto e depende de benefícios do governo –, Lopes demonstra calma. E ela precisa estar assim: hoje com quatro meses de idade, Valentina demanda muito amor, atenção e terapia.
“Nós não vimos campanhas contra o Zika por aqui”, conta, mostrando como as mensagens do governo sobre a doença não estão chegando a todos. Ela relata nunca ter usado repelentes e que não tomou outras precauções durante a gestação.
É uma mãe que claramente ama seu bebê; seus outros filhos a ajudam com as tarefas que caberiam ao pai ausente.
Sua casa é o retrato de uma família e de um país que ainda estão aprendendo o quão devastadores são o Zika vírus e suas consequências.
BBC BRASIL

Exercício pode anular efeito nocivo da poluição do ar, diz estudo

Um estudo da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, sugere que os benefícios para saúde de atividades ao ar livre, como andar de bicicleta ou caminhar, são maiores do que os danos causados pela eventual exposição à poluição durante o exercício.
Mais de 5,5 milhões de pessoas morrem de forma prematura no mundo todo ano como resultado da poluição do ar, segundo levantamento de uma outra pesquisa. Os dados foram reunidos como parte do projeto chamado Global Burden of Disease ("Peso Global das Doenças", em tradução livre).
Por outro lado, a prática regular de exercícios reduz o risco de doenças como diabetes, problemas cardíacos e vários tipos de câncer.
O estudo britânico mostrou que mesmo em cidades com altos níveis de poluição, o benefício dos exercícios ainda supera os riscos de se respirar o ar poluído.
Os pesquisadores usaram simulações em computador para comparar dados sobre tipos diferentes de atividades físicas e níveis diferentes de poluição do ar em lugares espalhados pelo mundo.
Eles descobriram que, pra a média de concentração de poluição em áreas urbanas, o ponto de virada - quando os riscos dos exercícios começam a superar os benefícios - acontece depois de 7 horas de ciclismo ou 16 horas de caminhada por dia.

Viagem ativa

Uma forma de as pessoas incorporarem a atividade física em seu dia a dia é por meio de "viagens ativas": caminhar ou andar de bicicleta ao transitar pela cidade.
Essas práticas também podem ajudar a reduzir as emissões causadas por carros e outros meios de transporte - principais fontes de poluição nas cidades.
O problema é que muitos dos "viajantes ativos" temem inalar poluentes durante a prática de exercício e prejudicar sua saúde - e é justamente isso o que é estudado pela pesquisa de Cambridge.
Já se sabia que as vantagens superam os malefícios em áreas de baixa poluição do ar, mas o cenário ainda é mais relativo em cidades extremamente poluídas.
"Nosso modelo indica que, em Londres, os benefícios para saúde da viagem ativa sempre superam os riscos da poluição. Mesmo em Nova Déli (na Índia), uma das cidades mais poluídas do mundo - com níveis de poluição dez vezes maiores que os de Londres -, as pessoas precisariam andar de bicicleta mais de cinco horas por semana antes de os riscos da poluição superarem dos benefícios para saúde", disse Marko Tanio, da Unidade de Epidemiologia da Universidade de Cambridge.
"Mas devemos lembrar que uma pequena minoria de trabalhadores nas cidades mais poluídas, como entregadores que usam bicicletas, podem estar expostos a níveis de poluição do ar altos o bastante para anular os benefícios à saúde da atividade física", acrescentou.

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Image captionCientista afirma que mesmo em cidades poluídas da Índia, as pessoas precisariam andar de bicicleta por mais de cinco horas para os riscos à saúde serem maiores do que os benefícios

Método

Os pesquisadores pertencem ao CEDAR, uma parceria entre as Universidades de Cambridge e East Anglia, ambas na Grã-Bretanha, e o Conselho de Pesquisa Médica britânico. Eles usaram simulações de computador para comparar os riscos e benefícios para diferentes níveis de intensidade e duração da viagem ativa e de poluição do ar em lugares diferentes no mundo todo, compilando estudos epidemiológicos e meta-análises.
A partir desses dados, os pesquisadores calcularam que, em termos práticos, os riscos representados pela poluição do ar não vão anular os benefícios para saúde de quem pratica viagens ativas na grande maioria das áreas urbanas do mundo todo.
Apenas 1% das cidades que estão no banco de dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre poluição atmosférica tinham níveis de poluição altos o bastante para começar a anular os benefícios das atividades físicas depois de meia hora de bicicleta por dia, todo dia.

Combate à poluição

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Image captionCientistas afirmam que a pesquisa não deve ser uma desculpa para não combater a poluiçao do ar
A média do nível de poluição para cidades no mundo inteiro é de 22 microgramas por metro cúbico, de acordo com a OMS.
"Ainda que esta pesquisa demonstre os benefícios da atividade física apesar da qualidade do ar, isso não pode justificar a inação no combate à poluição", ressaltou James Woodcock, membro do CEDAR e participante da pesquisa.
Para ele, a pesquisa reforça a necessidade de "investimento em infraestrutura para tirar as pessoas de dentro de seus carros e colocá-las para caminhar ou andar de bicicleta - o que já pode reduzir os níveis de poluição e, ao mesmo tempo, dar apoio à atividade física".
BBC BRASIL

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