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A China vista dos Céus.
A China não cessa de nos surpreender; a fotografia aérea também, ao revelar-nos formas, cores e texturas improváveis que nos dão uma outra noção do espaço. Este conjunto de fotografias aéreas da China põe em evidência o contraste entre a dimensão humana e a vastidão do imenso território chinês...
O Natal, o Papai Noel e a Coca-Cola.
A lenda do Papai Noel (Pai Natal em Portugal) é inspirada no arcebispo São Nicolau Taumaturgo, que viveu na Turquia no século IV. Ele tinha o costume de ajudar os necessitados depositando um pequeno saco com moedas de ouro, entrando nas casas pela lareira...
Publicidade - Os direitos dos animais.
Criatividade e consciencialização são palavras de ordem na nova campanha publicitária realizada pela agência WCRS, que assina Born Free “Keep wildlife in the Wild”. Qualquer um de nós tem consciência da quantidade de pessoas, que por falta de recursos ou alternativas, vivem nas ruas. A última campanha da Born Free, pega nesta ideia e coloca animais selvagens, sem lar, em cenários urbanos...
26 de jan. de 2023
Conceitos Básicos em Genética!
25 de jan. de 2023
LISTA 1 - GENÉTICA - 2023
Por quê Mendel escolheu ervilhas??
16 de mar. de 2022
O QUE SÃO ESPONJAS?
Filo Porífera
O filo Porífera é constituído por animais pluricelulares que apresentam poros na parede do corpo. São conhecidas cerca de 5 mil espécies de poríferos, todos aquáticos. Eles são predominantemente marinhos (minoria em água doce), sendo encontrados desde o nível das praias até uma profundidade de 6 mil metros.
Os poríferos são animais sésseis, fixando-se sobre rochas, conchas, etc. Apresentam formas variadas, sendo assimétricos ou de simetria radial. As maiores esponjas medem 2 metros, mas há espécies minúsculas de l mm.
Embora pluricelulares, os poríferos têm uma estrutura corporal diferente dos demais metazoários. As suas células possuem um certo grau de independência e não se organizam em tecidos.
A parede do corpo é constituída por 2 camadas celulares. A camada externa é formada por células achatadas (pinócitos). Entre os pinócitos, há células maiores e alongadas que se estendem desde a parede externa até a parede interna. São os porócitos, células que possuem um canal em seu interior, que permite a entrada de água do exterior para a espongiocela, através da abertura chamada óstio.
A camada interna é formada por células flageladas providas de um colarinho, formação membranosa que envolve o flagelo. Essas células, chamadas coanócitos, revestem a esponjiocela ; o batimento de seus flagelos faz com que a água existente em seu interior da cavidade saia pelo ósculo.
Entre as camadas internas e externas há uma mesênquima gelatinosa, nas quais se encontram células e espículas. As células são dotadas de movimentos ameboides e por isso são denominadas amebócitos. As espículas são elementos esqueléticos que sustentam a parede do corpo e mantêm a esponja ereta.
Reconhecem-se três tipos estruturas de esponjas: ascon, sicon e lêucon, que diferem entre si pela complexidade da parede do corpo.
O tipo ascon é o mias simples. A parede é fina e possui poros inalantes que se abrem diretamente na espongiocela. Esta é revestida por coanócitos. As esponjas do gênero Leucosoleina pertecem aos ascons.
Nas esponjas do tipo sicon, a parede do corpo é formada por projeções em forma de dedos.
Identificam-se dois tipos de canais: os inalantes e os radiais. A água penetra pelas camadas radiais, indo para a espongiocela. Os canais radiais são revestidos internamente por coanócitos.
No tipo leucon, a parede do corpo é mais espessa e percorrida por um complicado sistema de canais. Há canais inalantes e exalantes e, entre eles, câmaras revestidas por coanócitos. A água penetra pelos canais inalantes, passa por câmaras vibráteis e vai à espongiocela pelos canais exalantes. As esponjas adultas não se locomovem. Os poros podem se abrir ou fechar.
A respiração é aeróbia
O Oxigênio penetra na esponja dissolvido na água. Cada célula efetua com o meio trocas gasosas. O gás carbônico produzido sai para o exterior também dissolvido na água.
As esponjas não possuem sistema nervoso e células sensoriais. Apesar disso, a maioria é capaz de contrair-se quando submetida a estímulos fortes. Nesse caso, os estímulos são transmitidos de célula para célula.
A reprodução das esponjas pode ser assexuada e sexuada.
No caso da assexuada, reconhecem-se três proceso:
Regeneração: Os poríferos possuem grande poder de regenerar partes perdidas do corpo. Qualquer parte cortada de uma esponja tem a capacidade de se tornar uma nova esponja completa.
Brotamento: Consiste na formação de um broto a partir da esponja-mãe. Os brotos podem se separar, constituindo novos animais.
Gemulação: É um processo realizado pelas espécies de água doce e alguns marinhos. Consiste na produção de gêmulos, um grupo de ameboides que são envolvidos por uma membrana grossa e resistente.
Quando a reprodução é sexuada, observa-se que a maioria das esponjas é hermafrodita, embora existam espécies com sexo separado, não há gônadas para a formação de gametas, sendo estes originados pelos asqueócitos. A fecundação (interna) e as primeiras fases do desenvolvimento embrionário ocorrem no interior do organismo materno. Nas esponjas do tipo sicon, do ovo origina-se uma larva denominada anifiblástula, que sai pelo ósculo e fixa-se ao substrato, originando uma nova esponja.
As três principais classes de esponjas são:
Calcárias: Possuem espículas de carbonato de cálcio. Nessa classe encontram-se esponjas dos tipos oscon, sicon e leucon. São esponjas pequenas e vivem em águas rasas.
Hexactinálidas: Possuem espículas silicosas. Na maioria das vezes essas espículas formam uma rede que se assemelha a vidro quando seca, por isso são conhecidas como esponjas-de-vidro.
Desmospôngias: Possuem espículas silicosas, fibras de espongina ou ambas. A esta classe pertence a maioria das esponjas. São todas do tipo leucon e apresentam formatos irregulares. Vivem em águas rasas e profundas, e entre elas estão as esponjas de banho.
Fonte: underpop.free.br
O QUE SÃO CNIDÁRIOS???
Filo Cnidaria – O que é
O filo Cnidaria inclui os animais aquáticos de que fazem parte as hidras de água doce, as medusas ou águas-vivas, que são normalmente oceânicas, e os corais e anémonas-do-mar.
O filo era também chamado Coelenterata (das palavas gregas “coela”, o mesmo que “cela” ou “espaço vazio” e “enteros”, “intestino”), que originalmente incluía os pentes-do-mar, atualmente considerado um filo separado, composto por animais também gelatinosos como as medusas, mas com algumas características próprias.
O corpo dos cnidários é basicamente um saco formado por duas camadas de células – a epiderme, no exterior, e a gastroderme no interior – com uma massa gelatinosa entre elas, chamada mesogleia e aberto para o exterior. Por esta razão, diz-se que os cnidários são diploblásticos.
Ao redor da abertura, chamada arquêntero, os celenterados ostentam uma coroa de tentáculos com células urticantes, os cnidócitos, capazes de ejetar um minúsculo espinho, o nematocisto que pode conter uma toxina ou material mucoso.
Estes “aparelhos” servem não só para se defenderem dos predadores, mas também para imobilizarem uma presa, como um pequeno peixe, para se alimentarem – os cnidários são tipicamente carnívoros.
Algumas células da gastroderme da cavidade central (o celêntero) segregam enzimas digestivas, enquanto que outras absorvem a matéria digerida.
Na mesogleia, encontram-se dispersas células nervosas e outras com função muscular que promovem o fluxo de água para dentro e fora do animal.
Cnidários
Filo: Cnidaria
Classe: Anthozoa
Ordem: Ceriantharia
Nome em inglês: tube-dwelling anemones
Os animais do filo Cnidaria possuem duas camadas de células, uma externa e outra interna, que são separadas pela mesogléia não-viva. O único espaço interno é a cavidade gastrovascular, central.
Distinguem-se das esponjas por apresentarem camadas de tecidos verdadeiros. Com os Ctenophora são os primeiros Metazoa.
O nome do filo deriva do grego: knide = urtiga
Apresentam cnidócitos que contêm nematocistos (organelas urticantes), empregados na captura do alimento e na defesa.
A classe Anthozoa é representada pelas anêmonas-do-mar e corais. São pólipos fixos. Todos marinhos.
Existem 6.100 espécies.
O que são cnidários?
Os cnidários são um filo relativamente simples de animais (um entre 38) que incluem águas-vivas, corais, amores-perfeitos do mar, penas do mar, geleias de caixa e vespas do mar. O filo recebe o nome de Cnidaria, do grego “cnidos”, que significa “picada de agulha”.
Todos os cnidários, incluindo os corais estacionários (os construtores dos famosos e belos recifes de coral) têm células urticantes chamadas cnidócitos, que obtêm seu ferrão de organelas chamadas nematocistos (também chamados cnidócitos ou cnidoblastos). Acredita-se que os cnidários estejam entre os animais mais básicos, exceto as esponjas e os fósseis que datam do período ediacarano, 580 milhões de anos atrás.
Os cnidários deixaram alguns dos primeiros fósseis de animais claramente identificáveis.
Existem mais de 10.000 espécies de cnidários, divididos em quatro classes principais: Anthozoa (anêmonas, corais), Scyphozoa (água-viva verdadeira), Cubozoa (geleia de caixa) e Hydrozoa (Obelia, Aequorea, Português Man o ‘War, outros.) grupos menores incluem Polypodium (cnidários parasitas estranhos, um dos poucos animais que vivem nas células de outros animais) e Myxozoa, minúsculos peixes/vermes parasitas.
A classificação dos últimos dois grupos dentro da Cnidaria é relativamente recente e foi possível pela análise genética.
Os cnidários têm a reputação de serem bonitos, mas dolorosos, ou mesmo mortais. A cada ano, milhares de pessoas são picadas por águas-vivas, resultando em dor extrema para muitos e até morte para alguns.
Os cnidários (corais) constituem o maior superorganismo do mundo, a Grande Barreira de Corais na Austrália, que cobre uma área de cerca de 344.400 km2 (132.974 mi2). Este recife, e muitos outros ao redor do mundo, cresceu pouco a pouco ao longo de milhares de anos, à medida que os pólipos de coral morrem, deixando para trás seus esqueletos, e então brotando para formar novos trechos de recife. Esses recifes são o lar de muitos animais marinhos, incluindo a majestosa tartaruga marinha verde.
Ciclo de vida
Os cnidários reproduzem-se sexual e assexualmente.
A reprodução sexual dá-se na fase medusa (com excepção dos antozoários, os corais e as anémonas-do-mar, e hidra e algumas outras espécies que não desenvolvem nunca a fase de medusa): os machos e fêmeas libertam os produtos sexuais na água e ali se conjugam, dando origem aos zigotos.
Hydra é um gênero de organismos multicelulares
pertencentes ao filo Cnidaria
Dos ovos saem larvas pelágicas chamadas plânulas, em forma de pêra e completamente ciliadas que, quando encontram um substrato apropriado, se fixam e se transformam em pólipos. Em alguns celenterados, como os corais, a fase de pólipo é a fase definitiva.
Os pólipos reproduzem-se assexualmente formando pequenas réplicas de si mesmos por evaginação da sua parede, chamados gomos. No caso dos corais, estes novos pólipos constroem o seu “esqueleto” e continuam fixos, contribuindo para o crescimento da colónia.
No entanto, em certos casos, os gomos começam a dividir-se em discos sobrepostos, num processo conhecido por estrobilação. Estes discos libertam-se, dando origem a pequenas medusas chamadas éfiras que eventualmente crescem e se podem reproduzir sexualmente.
Classificação científica
O filo Cnidaria está dividido em quatro classes de organismos atuais e mais uma de fósseis:
Anthozoa – as anêmonas-do-mar e corais verdadeiros.
Scyphozoa- as verdadeiras água-vivas.
Cubozoa – as medusas em forma de cubo.
Hydrozoa – as hidras, algumas medusas, a garrafa-azul e os corais-de-fogo.
Staurozoa – as medusas que habitam as profundezas do oceano e estão fixas pelos tentáculos.
Conulata – extinta.
Quais são os grupos principais de cnidários?
Cnidários, membros do filo Cnidaria, estão entre os animais mais simples e básicos, separando-se de outros filos antes mesmo das esponjas, como foi descoberto por estudos moleculares em 2008.
Eles estão entre os primeiros fósseis de animais com afinidade reconhecível por grupos modernos. Os quatro principais grupos (ou classes) de cnidários são Anthozoa (anêmonas, corais, etc.), Scyphozoa (água-viva), Staurozoa (água-viva com caule), Cubozoa (geleia de caixa), Hidrozoários (Obelia, Man o ‘War Português, Aequorea, etc.) e Polypodiozoa, que inclui uma única espécie, Polypodium hydriforme, um pequeno parasita.
Medusas são cnidários
Como os organismos do filo Ctenophora, os cnidários são diploblásticos, o que significa que seu plano corporal consiste em apenas duas camadas germinativas, em contraste com todos os outros filos animais, exceto esponjas. Isso significa que eles não têm órgãos verdadeiros e um celoma, ou cavidade corporal. Embora superficialmente simples, os membros modernos desse filos são, na verdade, geneticamente sofisticados e bioquimicamente complexos.
As anêmonas pertencem à classe Anthozoa dos cnidários
O filo recebe o nome da palavra grega para ferrão porque seus membros se alimentam e se defendem usando células especializadas chamadas cnidócitos, que contêm pequenos ferrões semelhantes a arpões.
A liberação desses “arpões” está entre os processos mais rápidos conhecidos na natureza, ocorrendo em apenas 600 nanossegundos e atingindo uma aceleração de cerca de cinco milhões de G’s.
Os cnidários são estacionários, como os Anthozoa, ou móveis, como todos os outros grupos. Os corais, entre os mais reconhecíveis dos anthozoários, são conhecidos pelas enormes estruturas de recife que criam, que podem ter 328 pés (100 m) de altura e cobrir áreas de até 133.000 milhas quadradas (344.400 km quadrados), como é o caso com a Grande Barreira de Corais na costa nordeste da Austrália.
Como outros membros desse filos, os corais podem se reproduzir assexuadamente, por brotamento, ou sexualmente, liberando esperma na água.
Coral é um membro da classe Anthozoa dos cnidários
Esses organismos têm duas formas corporais principais: o pólipo, que é um talo com cnidócitos em sua parte superior, ou a medusa, que é a forma icônica da água-viva.
Enquanto os anthozoários permanecem no estágio de pólipo por toda a vida, os hidrozoários geralmente têm estágios de vida que passam por ambos, enquanto entre as águas-vivas o plano corporal da medusa é dominante. Um pólipo pode se metamorfizar em uma medusa, destacando-se de seu substrato e desenvolvendo tecidos especializados em um processo denominado estrobilação, que permite uma alta produção de descendentes.
Em Biologia, o que é um Filo?
Em biologia, um filo é uma divisão de organismo (classificação taxonômica) abaixo do reino (como Animalia) e acima da classe (como Mammalia). Existem 38 filos animais, com nove filos – Mollusca, Porifera, Cnidaria, Platyhelminthes, Nematoda, Annelida, Arthropoda, Echinodermata e Chordata – constituindo a grande maioria de todos os animais. Os filos Arthropoda (artrópodes) e Nematoda (nematóides) são os mais bem-sucedidos, com o primeiro contendo entre 1 e 10 milhões de espécies, e o último contendo entre 80.000 e 1 milhão de espécies.
Os filos animais são amplamente classificados em dois grupos: deuterostômios e protostômios, distintos das diferenças no desenvolvimento embrionário.
Apenas três novos filos animais foram descobertos no século passado, embora mais de dez animais anteriormente colocados em outros filos foram reconhecidos como seus próprios filos.
Os diferentes filos têm diferenças fundamentais em seus planos corporais e cada um compõe um grupo monofilético, o que significa que o filo consiste em todos os descendentes de um ancestral comum, e nenhum que não seja. Os grupos biológicos que podem consistir em vários grupos filéticos, como vermes, são denominados polifiléticos.
A evolução da taxonomia biológica geralmente tem sido uma de definir estritamente um filo de outro com base em diferenças físicas claramente descritíveis, bem como semelhança genética.
Existem 12 filos de planta: hornworts, musgos, liverworts, clubmosses e spikemosses, fetos e cavalinhas, samambaias sementes, coníferas, cicadáceas, ginko e maidenhair, gnetófitas e plantas com flores. Entre elas, as plantas com flores são as mais bem-sucedidas nos dias de hoje, constituindo a maioria das plantas terrestres.
Em parte, isso se deve à ajuda humana: as plantas com flores são o único filo de plantas que produz frutos.
Antes da evolução dos humanos, as plantas com flores ainda eram extremamente bem-sucedidas, mas devido à cooperação com artrópodes. A coevolução entre as plantas com flores e os artrópodes é uma das grandes histórias de sucesso da história biológica.
Existem seis filos de fungos
Quitrídeos são fungos minúsculos primitivos com flagelos.
Fungos imperfeitos são fungos sem reprodução sexual; e zigomicetos, pequenos fungos com cápsulas de esporos esféricos, incluindo bolor de pão.
O filo glomeromycota inclui fungos encontrados nas raízes de quase todas as plantas; fungos sac e basidiomycota, ou “Fungos Superiores”, incluindo todos os cogumelos.
Fonte: ucmp.berkeley.edu/www.wisegeek.com/www.antares.com.br/animaldiversity.org/opentextbc.ca/comenius.susqu.edu
Brasil confirma dois casos da 'deltacron': o que se sabe sobre nova variante do coronavírus
Brasil confirma dois casos da 'deltacron': o que se sabe sobre nova variante do coronavírus
- André Biernath - @andre_biernath
- Da BBC News Brasil em Londres
O Ministério da Saúde do Brasil divulgou que está investigando os dois primeiros casos de covid-19 no país causados pela variante que está sendo chamada de "deltacron" — apesar de este não ser um nome oficial e de a OMS não recomendar o uso.
Numa conversa com jornalistas, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que essa nova versão do coronavírus teria sido detectada em um paciente do Pará e em outro do Amapá.
"Essa é uma variante de importância, que requer monitoramento. As variantes são classificadas como variantes de importância e de preocupação, e as autoridades sanitárias estão aqui para, diante dessas situações, tranquilizar a população brasileira", disse Queiroga.
Algumas horas depois, o ministro usou as redes sociais para esclarecer que os dois casos de deltacron "ainda estão em investigação e foram notificados ao ministério pelos Estados".
Fim do Talvez também te interesEmbOra seja utilizado em reportagens e postagens de redes sociais, o nome deltacron não é adotado oficialmente pelas instituições de saúde. Por ora, a designação utilizada em estudos e publicações especializadas para essa nova linhagem é AY.4/BA.1Origem e espalhamento
Fim do PodcaOs primeiros casos de uma variante do coronavírus que une alguns genes da delta com outros da ômicron foram confirmados na França em janeiro de 2022.
De lá para cá, ela também foi encontrada na Bélgica, na Alemanha, na Dinamarca e na Holanda, de acordo com informações do Gisaid, uma plataforma online onde cientistas do mundo todo compartilham sequências genéticas do coronavírus.
Mais recentemente, alguns casos de covid relacionados à deltacron também foram observados nos Estados Unidos e, agora, estão em investigação no Brasil.
A quantidade de sequências positivas desta linhagem ainda é bem baixa: até o momento, foram depositadas no Gisaid apenas 47 amostras da AY.4/BA.1, sendo que 36 delas vêm da França.
Embora não seja uma informação conclusiva, o fato de esse número não ter crescido de forma exponencial de janeiro para março pode ser interpretado como um sinal preliminar de que essa linhagem não possui uma capacidade de espalhamento superior à da ômicron.
Outro dado que corrobora essa perspectiva vem de um estudo ainda não publicado por pesquisadores da Helix, uma empresa privada que trabalha com sequenciamento genético nos Estados Unidos.
Os cientistas analisaram mais de 29 mil amostras positivas para covid-19 que foram colhidas entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022, período em que tanto a delta quanto a ômicron circularam com bastante intensidade por terras americanas.
De todos esses casos positivos, foram identificados apenas dois que traziam a tal da deltacron.
Os autores concluem que, por ora, esses episódios com as duas variantes são "raros" e "não existem evidências de que uma combinação delta-ômicron resulta num vírus mais transmissível em comparação com as linhagens da ômicron em circulação".
Como as variantes se misturam?
O virologista Felipe Naveca, que integra a Rede de Genômica da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), explica que a recombinação de variantes não é algo raro ou inesperado.
"É possível que isso já tenha acontecido várias vezes, com outras linhagens. Mas, como no início as variantes do coronavírus não eram tão diferentes umas das outras, ficava mais difícil detectar esses eventos."
"Os vírus estão em constante evolução e o surgimento de novas versões não é necessariamente uma coisa ruim. Precisamos agora avaliar e entender o impacto que isso pode ter na pandemia", complementa.
Mas como essa recombinação acontece na prática? Primeiro, é preciso ter em mente que os últimos meses foram marcados por uma intensa circulação de duas variantes do coronavírus: a delta e a ômicron.
Nesse contexto, um indivíduo pode se infectar simultaneamente com as duas versões do patógeno, ao ter contato com pessoas infectadas num bar, no transporte público ou em qualquer outro local onde ocorrem aglomerações.
As duas variantes podem, então, infectar uma célula ao mesmo tempo. O resultado desse processo é que as novas cópias de vírus que surgem dali trazem alguns genes característicos da ômicron e outros pedaços do código genético da delta.
No caso da deltacron, por exemplo, os cientistas observaram que ela carrega a espícula da ômicron e o "corpo" da delta.
Vale lembrar aqui que a espícula, ou a proteína S, é uma estrutura que fica na superfície do vírus. A função dela é se conectar aos receptores das células humanas para dar início à infecção.
Ainda não está claro se essa "mistura" de duas linhagens importantes do coronavírus pode causar um quadro mais grave, com risco maior de hospitalização ou morte.
Também não existem informações se ela consegue escapar da imunidade, conferida por uma infecção prévia ou pela vacinação.
Os cientistas estão fazendo pesquisas para responder a essas perguntas e os primeiros resultados devem ser divulgados nas próximas semanas.
Há razão para preocupar-se?
Autoridades em saúde pública nacionais e internacionais têm pedido ponderação e calma a respeito dessa nova variante.
Ao anunciar a investigação dos dois primeiros casos no país, o ministro Queiroga falou em "tranquilizar a população brasileira" e disse que a detecção da deltacron é "fruto do fortalecimento da capacidade de vigilância genômica no Brasil".
Em entrevistas recentes, Maria Van Kerkhove, líder técnica de covid-19 da Organização Mundial da Saúde (OMS), destacou que até agora "não foram observadas mudanças epidemiológicas ou na severidade da doença relacionadas a essa variante".
"Infelizmente, esperamos ver mais vírus recombinados, pois mudar com o passar do tempo é justamente o que esses patógenos fazem", explicou a especialista.
Naveca concorda com os prognósticos e as análises. "Da parte científica, a gente precisa aumentar a vigilância genômica e fazer cada vez mais sequenciamentos de amostras para entender se essa nova variante tem algum impacto", aponta.
"Já do ponto de vista individual, é muito importante completar o esquema vacinal com as doses recomendadas", recomenda.
"E os demais cuidados preventivos, como a lavagem das mãos e o uso de máscaras de boa qualidade, especialmente em ambientes fechados, continuam a funcionar para diminuir o risco de se infectar com qualquer variante do coronavírus", conclui o virologista.
FONTE: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-60757243