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27 de ago. de 2017

LISTA DE EXERCÍCIOS GENÉTICA - CEI ZONA SUL

01. (UPE) Em cães da raça labrador, a cor dos pelos pode ser preta, marrom ou dourada, sendo determinada por dois pares de alelos. O alelo C permite a formação de pigmentos, e essa característica é dominante em relação à falta de pigmento condicionada pelo alelo c. No entanto, quando o par cc está presente no genótipo, ele exerce efeito epistático sobre os alelos M e m. O alelo M determina a formação de pelos pretos em relação à característica recessiva, pelos marrons, determinado pelo alelo m. Do cruzamento de cães labradores pretos heterozigóticos para os dois pares de alelos, que prole é possível se obter?
a) 15 pretos (9 C- M-, 3 C- mm e 3 ccMm) para 1 dourado (ccmm).
b) 12 pretos (9 C-M- e 3 C-mm) para 4 marrons (3 ccM- e 1 ccmm).
c) 12 pretos (9 C-M- e 3 C-mm) para 3 marrons (ccM-) para 1dourado (ccmm).
d) 9 pretos (C-M-) para 7 marrons (3 C-mm , 3 ccMm e 1 ccmm).
e) 9 pretos (C-M-) para 3 marrons (C-mm) para 4 dourados (3 ccM- e 1 ccmm).
02. (UNISC) No heredograma abaixo, a característica representada em negrito é dominante ou recessiva e qual o genótipo do indivíduo número 6, respectivamente?
a) Dominante – homozigótico.
b) Recessiva – homozigótico.
c) Dominante – heterozigótico.
d) Recessiva – heterozigótico.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
03. (UFV) Quantos gametas diferentes produzem os genótipos:
a) AA,  b) Aa,  c) AaBb,  d) AABB,  e) AABBccDDeeffgg e  f) AabbccDdee.
a) 1;2;4;1;1;4.
b) 2;2;4;5;5;5.
c) 1;1;2;2;7;5.
d) 1;2;4;1;2;4.
04. (UDESC) Relacione os conceitos dos verbetes, utilizados na genética, da primeira coluna com o significado da segunda coluna.
PRIMEIRA COLUNA
1. Genótipo.
2. Fenótipo
3. Alelo dominante
4. Alelo recessivo
5. Cromossomos homólogos
6. Locus gênico
SEGUNDA COLUNA
(   ) Expressa-se mesmo em heterozigose.
(   ) Pareiam-se durante a meiose.
(   ) Conjunto de características morfológicas ou funcionais do indivíduo.
(   ) Local ocupado pelos genes nos cromossomos.
(   ) Constituição genética dos indivíduos.
(   ) Expressa-se apenas em homozigose.
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo.
a) 4 – 6 – 5 – 2 – 1 – 3.
b) 3 – 5 – 6 – 2 – 1 – 4.
c) 3 – 5 – 1 – 6 – 2 – 4.
d) 3 – 5 – 2 – 6 – 1 – 4.
e) 4 – 3 – 1 – 5 – 6 – 2.
05. (UECE) Analise as seguintes afirmações:
I. Na codominância, os alelos se expressam igualmente, não havendo dominantes ou recessivos.
II. No poliibridismo, está em jogo a expressão de um único par de alelos, constituindo-se na Lei da disjunção dos fatores, ou 1a Lei de Mendel.
III. A síndrome de Down se dá, via de regra, pela trissomia de cromossomo 21.
Está correto o que se afirma em:
a) II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.
06. (UNCISAL) “Durante a formação das células reprodutivas, ou gametas, cada par de “fatores” se segrega, ou seja, se separa. Cada gameta recebe apenas um fator de cada par, sendo sempre puro.”
Gregor Mendel.
Um homem é heterozigoto Aa para um gene autossômico, e ele tem um alelo recessivo (b) ligado ao X. Que proporções de seus espermatozoides serão Ab?
a) 1/1.
b) 1/4.
c) 1/8.
d) 1/16.
e) 1/32.
07. (UEPG) Mendel fez cruzamentos com ervilhas para estabelecer algumas leis da hereditariedade. Assim, em um dos seus experimentos, cruzou ervilhas amarelas e lisas com ervilhas verdes e rugosas. Na geração F1 observou que todos os descendentes possuíam ervilhas amarelas e lisas. Mendel então intercruzou os descendentes da geração F1 e observou na F2 uma proporção de 9/16 amarelas e lisas, 3/16 amarelas e rugosas, 3/16 verdes e lisas, 1/16 verdes e rugosas. Diante do exposto e sobre as leis de Mendel, assinale o que for correto.
01. Esse é um exemplo da segunda lei de Mendel com dominância completa do fenótipo amarelo sobre o fenótipo verde e também do fenótipo liso sobre o fenótipo rugoso.
02. As duas características analisadas nesse exemplo, cor da ervilha e forma da ervilha, correspondem cada uma delas ao controle de um gene.
04. Esses dois genes analisados no exemplo, gene que controla a cor da ervilha e gene que controla a forma da ervilha, obrigatoriamente estão em cromossomos diferentes, fato que define a lei da segregação independente.
08. A proporção observada na F2 de 9:3:3:1 é decorrente da segregação de um gene com dominância incompleta.
16. Esse exercício mostra claramente que os genes para cor da ervilha e formato da ervilha estão no mesmo cromossomo; por isso é chamado de ligação gênica.
Soma das alternativas corretas:
08. (UNIFACS) Para resolver esta questão utilize as informações a seguir:
O diagrama ilustra um experimento realizado por Cuénot logo após o reconhecimento do trabalho de Mendel e, posteriormente, ampliado por outros pesquisadores.
A proporção fenotípica de 2 camundongos amarelos: 1 aguti, em repetidos cruzamentos dessa natureza, tem como explicação:
a) O princípio da segregação é inaplicável aos animais.
b) O gene A se comporta como recessivo na determinação da cor da pelagem.
c) O alelo A, em homozigose, determina a morte dos camundongos.
d) A ocorrência de uma mutação nova gerou um alelo letal para os camundongos.
e) O efeito pleiotrópico do gene a ocorre em qualquer genótipo.
09. (UNIFESP) A síndrome de Gaucher é autossômica e recessiva. Ela consiste na deficiência de uma enzima dos lisossomos, responsável pela digestão de gorduras das células. No caso de pacientes com a síndrome de Gaucher, pode-se afirmar corretamente que:
a) A deficiência da enzima levará ao acúmulo de lipídios no fígado do portador da síndrome.
b) A introdução de cópias do gene normal nas células do fígado evitará a síndrome nos descendentes.
c) A deficiência enzimática e a mutação estão presentes apenas nas células do fígado.
d) Por ser uma anomalia de enzima dos lisossomos, ela não é hereditária.
e) O cruzamento de um homem heterozigótico com uma mulher afetada resulta em 25% de probabilidade de filhos afetados.
10. (UEPG) Com relação à genética, assinale o que for correto.
01. A molécula de DNA é uma dupla cadeia de aminoácidos, onde a base nitrogenada adenina pareia-se com metionina e guanina e faz ligação com citosina.
02. O sistema sanguíneo ABO humano é um exemplo de polialelismo.
04. De acordo com a primeira lei de Mendel, se for realizado um experimento com cobaias, no qual a cor de pelagem preta (B) é dominante sobre a pelagem branca (b), a geração F1 será toda constituída de animais heterozigotos para a cor preta (Bb), se a mãe for homozigota para a cor preta e o pai homozigoto para a cor branca.
08. As mulheres com Síndrome de Turner possuem 3 cromossomos X.
Soma das alternativas corretas:
11. (UFG) Após seu retorno à Inglaterra, Darwin casou-se com sua prima Emma, com quem teve dez filhos, dos quais três morreram. Suponha que uma dessas mortes tenha sido causada por uma doença autossômica recessiva. Nesse   caso, qual   seria   o genótipo do casal para essa doença?
a) aa e aa.
b) AA e aa.
c) AA e Aa.
d) AA e AA.
e) Aa e Aa.
12. (COPERVE) No heredograma abaixo, os símbolos preenchidos (pretos) são de pessoas com uma doença genética em comum, causada pela ação de um gene recessivo, e os não preenchidos (brancos), de indivíduos normais.
Sobre o heredograma acima e de acordo com a 1ª Lei de Mendel, é correto afirmar que:
a) O casal 10 e 11 possui 50% de chance de ter um filho do sexo feminino com a doença em questão.
b) Os indivíduos 01, 04, 05, 07, 08 e 10 possuem genótipo heterozigoto.
c) A doença pode ser considerada uma herança ligada ao sexo.
d) Os indivíduos 01 e 07 são homozigotos dominantes.
e) Não é possível definir o genótipo dos indivíduos 04, 05, 08 e 10.
13. (UFV) Um casal normal tem cinco filhos. Dois deles sofrem de um distúrbio genético raro que tem aparecido esporadicamente nessa família. Qual é o tipo de relação entre os alelos desse gene?
a) Codominância.
b) Dominância completa.
c) Dominância parcial.
d) Ausência de dominância.
14. (IFMG) Considere o heredograma abaixo, no qual as figuras em negro representam indivíduos portadores de uma determinada característica:
Julgue as afirmativas a seguir e identifique a incorreta:
a) Um exemplo de característica que segue esse padrão de transmissão é a polidactilia.
b) Os indivíduos 1 e 2 têm o mesmo genótipo.
c) Pelos dados apresentados é impossível determinar precisamente o genótipo do indivíduo 6.
d) Se 3 se casar com um homem que tenha o mesmo genótipo que seu pai, todos os seus descendentes apresentarão essa característica.
15. O vigor híbrido, muito explorado nos programas de melhoramento, é a medida da superioridade do F1 em relação a seus pais. Vigor híbrido é também conhecido por:
a) Heterose.
b) Seleção.
c) Herdabilidade.
d) Variabilidade.
16. (UFC) Um homem albino com sangue tipo AB casou-se com uma mulher normal também com sangue tipo AB. O casal pretende ter filhos. Qual a probabilidade de nascer uma criança albina do sexo masculino e com tipo sanguíneo AB, sabendo-se que a mãe é normal heterozigótica para albinismo?
a) 1/8.
b) 1/4.
c) 1/2.
d) 1/12.
e) 1/16.
17. (UEPG) O polialelismo, a interação gênica e as heranças ligadas ao sexo são importantes tipos de herança genética. Com relação a esses sistemas de herança genética, assinale o que for correto.
01. Para a herança do grupo sanguíneo ABO, um homem tipo sanguíneo AB (genótipo IAIB) casado com uma mulher homozigota para sangue O (ii) só podem ter descendentes do tipo sanguíneo A ou B.
02. A cor da pelagem dos coelhos é condicionada por 4 alelos, a seguir, em ordem de dominância: C, que determina pelagem selvagem; cch determina chinchila; ch determina himalaio; c determina albino. O cruzamento entre um coelho macho selvagem (genótipo Cc) e uma fêmea chincilha (genótipo cchc) resulta em uma probabilidade fenotípica da prole de 50% selvagem, 25% chinchila e 25% albino.
04. Quando dois ou mais genes (não alelos) determinam uma mesma característica, ocorre a denominada interação gênica.
08. Uma mulher com visão normal, porém portadora do alelo para daltonismo (genótipo XDXd), é casada com homem normal (genótipo XDY). Esse casal terá todos os filhos (meninos) apresentando daltonismo.
16. Um homem hemofílico (genótipo XhY) casado com uma mulher normal (XHXH) terá todos os filhos normais.
Soma das alternativas corretas:
18. (UNIFOR) O albinismo é condicionado por um alelo recessivo e o sistema ABO de grupos sanguíneos por uma série de três alelos. Os genes para essas características são autossômicos e segregam-se independentemente. Um homem com pigmentação normal e do grupo A é casado com uma mulher albina e do grupo B. Esse casal, que já tem um filho albino e do grupo O, quer saber a probabilidade de vir a ter uma criança com pigmentação normal e do grupo AB. Essa probabilidade é:
a) 1/16.
b) 1/8.
c) 3/16.
d) 1/4.
e) 3/4.
19. (PUC-MG) O esquema abaixo representa a reprodução em abelhas.
Sobre ele é correto afirmar, exceto:
a) A formação de gametas pode ocorrer com meiose ou mitose.
b) A probabilidade de maior variabilidade genética pode ocorrer em operárias e rainhas.
c) No esquema apresentado, a partenogênese ocorre apenas nos zangões.
d) Os zangões, por serem Haplóides, não apresentam variabilidade genética.
20. (UEM) Sobre os conceitos utilizados em genética, é correto afirmar que:
01. Na polialelia um caráter é condicionado por três ou mais genes alelos, que surgem por mutação de um gene original; entretanto, cada indivíduo só pode ter dois alelos de cada vez.
02. Codominância é o fenômeno em que os alelos de um gene impedem a expressão dos alelos de outro par, que pode ou não estar no mesmo cromossomo.
04. Penetrância gênica é definida como a porcentagem de indivíduos com determinado genótipo que expressa o fenótipo correspondente.
08. Um único gene que exerce efeito simultâneo sobre várias características do organismo é denominado de pleiotrópico. Um exemplo para o organismo humano é a fenilcetonúria.
16. Herança quantitativa é o termo utilizado para descrever situações em que o fenótipo dos indivíduos heterozigóticos é intermediário, em termos quantitativos, entre os fenótipos dos dois homozigóticos.
Soma das alternativas corretas:
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Cientistas criam bactéria 'ciborgue' que gera combustível verde a partir da luz do sol

verde a partir da luz do sol

Bactéria 'ciborgue'
Cientistas criaram micro-organismos cobertos por semicondutores que, assim como as plantas, podem gerar energia a partir da luz do sol, dióxido de carbono e água, mas de forma muito mais eficiente.
As bactérias "ciborgues" produzem ácido acético, que pode ser transformado em combustível e em plástico.
Durante testes realizados em laboratório, a bactéria se provou muito mais eficiente em absorver energia do sol do que as plantas.
O estudo foi apresentado em um encontro da Sociedade Americana de Química (ACS, na sigla em inglês) em Washington, nos Estados Unidos.
Há muitos anos cientistas vinham tentando replicar artificialmente a fotossíntese.

Ciborgues

Na natureza, a clorofila é a chave para esse processo, ajudando as plantas a converter gás carbônico e água, usando a energia solar, em oxigênio e glicose.
Mas cientistas dizem que esse processo, embora funcione, é relativamente ineficiente.
Isso tem representado um grande problema para a maioria dos sistemas artificiais desenvolvidos até agora. O experimento busca aprimorar essa eficiência ao equipar a bactéria com "painéis solares".
Depois de estudarem a antiga literatura sobre a microbiologia, pesquisadores perceberam que algumas bactérias têm uma defesa natural contra cádmio, mercúrio ou chumbo, o que permite a esses micro-organismos transformar metais pesados em um sulfureto, caracterizado por um minúsculo semicondutor cristalino em suas superfícies.
"É ridiculamente simples, aproveitamos uma habilidade natural dessas bactérias que nunca foi examinada através das lentes dos microscópios", diz Kelsey Sakimoto, da Universidade de Harvard, em Massachusetts, nos Estados Unidos.
"Nós as cultivamos e introduzimos uma pequena quantidade de cádmio, e organicamente essas bactérias produzem cristais de sulfeto de cádmio que então se aglomeram no topo de seus corpos", acrescenta.
"Você as cultiva em um líquido e adiciona pequenas gotas de solução de cádmio. Após alguns dias, aparecem esses organismos fotossintéticos", explica Sakimoto.
"É tudo muito simples, é como uma alquimia."
Essas bactérias "encorpadas" produzem ácido acético, essencialmente vinagre, a partir do gás carbônico, água e luz. A eficiência do processo é de 80%, quatro vezes maior do que o nível de painéis solares comerciais e mais do que seis vezes o nível da clorofila.
Direito de imagem Kelsey Sakimoto
Image caption Micro-organismo é capaz de fazer fotossíntese de forma muito mais eficiente do que plantas

Luz solar

Sakimoto diz acreditar que essas bactérias podem ser mais eficientes do que outras iniciativas de gerar combustível verde a partir de fontes biológicas.
Atualmente, outras técnicas de fotossíntese artificial exigem eletrodos sólidos e caros.
Já o processo que usa a bactéria "ciborgue" só exige vasos grandes cheios de líquido expostos ao sol - a partir daí, as bactérias se autorreplicam e se autorregeneram.
Trata-se, portanto, de uma tecnologia de baixo resíduo e que deve gerar mais resultados em áreas rurais ou em países em desenvolvimento.
As pesquisas foram realizadas na Universidade da Califórnia em Berkeley, no laboratório de Peidong Yang.
"O objetivo da pesquisa no meu laboratório é essencialmente 'superalimentar' bactérias não fotossintéticas ao fornecer a elas energia na forma de elétrons de semicondutores, como sulfureto de cádmio, que absorvem a luz de forma mais eficiente", diz Yang.
"Agora estamos buscando absorvedores de luz mais benignos do que o sulfureto de cádmio para fornecer à bactéria a energia que vem da luz", acrescenta.
Os pesquisadores dizem acreditar que o processo, embora constitua um passo novo e importante, pode não ser a tecnologia que prevalecerá.
"Há tantos sistemas surgindo e realmente só começamos a explorar as diferentes formas de combinar química e biologia", explica Sakimoto.
"Há uma possibilidade real de que há alguma tecnologia que vai surgir e melhorar nosso sistema", conclui.
 http://www.bbc.com/portuguese/geral-41017577

Os peixes que ficam 'bêbados' para sobreviver ao inverno

Peixe dourado
Direito de imagem Getty Images
Image caption Nível de álcool no sangue das espécies de peixe estudadas era mais elevado do que o permitido para humanos dirigirem em alguns países da Europa
Para a maioria dos animais - inclusive os seres humanos -, a falta de oxigênio é fatal em questão de minutos.
Embora possamos metabolizar carboidratos sem oxigênio, esse processo produz o ácido lático, que se acumula rapidamente no corpo.
Já o peixinho dourado - um dos peixes de aquário mais comuns - e a carpa são capazes de sobreviver por até cinco meses sem oxigênio em lagoas e lagos gelados do norte da Europa. E agora, os pesquisadores descobriram como eles conseguem.
Na maioria dos animais, há um tipo de proteína que leva os carboidratos para a mitocôndria, que gera energia para as células. Na ausência de oxigênio, o consumo de carboidratos gera ácido lático, do qual os peixes não conseguem se livrar e que pode matá-los rapidamente.
Mas, egundo uma equipe de cientistas europeus, carpas e peixinhos dourados têm um segundo conjunto de enzimas que, no momento em que os níveis de oxigênio caem, transformam os carboidratos em álcool, que pode ser liberado facilmente por meio de suas brânquias, os órgãos de respiração dos peixes.
"Essa segunda via só é ativada na falta de oxigênio", explica à BBC Michael Berenbrink, cientista da Universidade de Liverpool, no Reino Unido, e membro da equipe de pesquisa.
"A camada de gelo (na superfície dos lagos) os separa do ar. Por isso, quando o lago está coberto de gelo, o peixe consome todo o oxigênio e depois passa a produzir álcool."
'Bêbados'
Quanto mais tempo estes peixes ficam sob o gelo e sem ar, maiores são os níveis de álcool em seu corpo.
Direito de imagem Science Photo Library
Image caption Pesquisadores esperam que o estudo ajude a entender o impacto do álcool no organismo dos seres humanos
"Se você mede esses níveis quando eles estão no lago, o álcool no sangue dos peixes supera 50 mg por 100 mililitros, acima do nível que é permitido para dirigir na Escócia e em outros países do norte da Europa", afirma Berenbrink.
"Assim, podemos dizer que eles estão realmente sob efeito de álcool", diz.
Mas, e os peixes estejam repletos de álcoool, não é isso que provoca sua morte.
Se o inverno for muito prolongado, eles consomem toda a energia que têm acumulada no fígado e morrem.

Reposição

Segundo os pesquisadores, é possível tirar algumas lições importantes da adaptação evolutiva que produz esse conjunto duplicado de genes, que permitiu a estas duas espécies manter o funcionamento original do organismo, mas também ter um "plano B" para conseguir energia.
"A produção de etanol (álcool) permite que a carpa, por exemplo, a seja a única espécie que sobrevive e explora ambientes hostis. Isso evita também a competição e a ameaça de outras espécies de peixes que normalmente interagem com ela em águas com melhor oxigenação", diz Cathrine Elisabeth Fagemes, da Universidade de Oslo, na Noruega, principal autora do estudo.
"Por isso, não é estranho que o primo da carpa, o peixinho dourado, seja um dos animais de estimação mais resilientes que os humanos podem ter."
Os cientistas calcularam ainda - embora apenas por diversão - quanto tempo seria necessário para produzir uma bebida alcoólica a partir das secreções de um desse peixes.
"Se você colocá-lo em um copo de cerveja e tapá-lo, levaria 200 dias para atingir um nível de álcool de 4%", conta Berenbrink.

 http://www.bbc.com/portuguese/geral-41049687

21 de ago. de 2017

ROTEIRO DE ESTUDOS - PRIMEIRO ANO - CEI MIRASSOL

ROTEIRO DE ESTUDOS PARA A RECUPERAÇÃO – PRIMEIRO ANO

1.      A teoria endossimbiótica, proposta pela bióloga Lynn Margulis, indica que os primeiros eucariontes eram organismos anaeróbios, heterotróficos e que se alimentavam fagocitando bactérias aeróbicas e fotossintetizantes. Essas bactérias fagocitadas pelos eucariontes simples teriam mantido com eles relação simbiótica harmônica e, com o tempo, passaram a constituir um só organismo.

Quais as características da mitocôndrias e cloroplastos relacionadas com essa teoria?
      2.Explique as funções de cada uma das organelas e suas respectivas funções.
      3. Há cerca de quatro décadas, observou-se que algumas células que não possuíam mitocôndrias apresentavam outra organela até então desconhecida. Um dos primeiros relatos científicos sobre essa nova organela eucariota citoplasmática foi apresentado por Lindmark e Müller, em 1973, no Journal of Biological Chemistry. Naquele momento, a nova estrutura recebeu o nome de microcorpos e, a princípio, foi considerada um peroxissomo, dada sua semelhança com este. No entanto, para surpresa dos pesquisadores, estudos bioquímicos não demonstraram a presença de catalase ou de outras oxidases características de peroxissomos. Estudos mais recentes e precisos descreveram detalhadamente esses microcorpos, agora denominados hidrogenossomos, mas identificaram-nos apenas em algumas variedades de organismos protistas de vida livre. Observou-se sobretudo que, dada a ausência de mitocôndrias, os hidrogenossomos são os principais responsáveis pelo desempenho da função dessas organelas, realizando, portanto:

Explique a função dos hidrogenossomos? Sintesese de ATP, assim como mitocôndrias e cloroplastos.

4.Quais as funções do retículo endoplasmático rugoso?Qual organela seria responsável pela síntese de colágeno?
5.Quais as organelas que são responsáveis pela síntese e secreção de hormônios, como a insulina por exemplo?
6. Qual a função do DNA mitocondrial e qual sua origem?
7. A célula animal é desprovida de uma membrana celulósica rígida, como acontece com as células vegetais. Desse modo, no hialoplasma da célula animal, existem vários tipos de fibras proteicas em diversas direções, que lhe conferem consistência e firmeza, compondo o citoesqueleto.
a) A associação de proteínas motoras aos microfilamentos constituídos por tubulina permite que organelas sejam deslocadas pelo interior das células. As proteínas motoras ligam-se, de um lado, aos microfilamentos e do outro, à organela, que será transportada, permitindo seu deslocamento. Sobre os elementos deste e os movimentos de que eles participam, assinale a alternativa correta.

b) Os filamentos intermediários, mais delicados e menos duráveis, encontram-se no citoplasma de células eucarióticas animais, como, por exemplo, nas células que revestem a camada mais externa da pele, conhecidos como filamento intermediário de queratina, cuja função é impedir que essas células se rompam ou se separem, quando submetidas a um esticamento.
c) Os microfilamentos são encontrados apenas no citoplasma periférico de células eucarióticas animais; são constituídos de proteína tubulina, são finos e flexíveis, envolvendo-se, por exemplo, na movimentação das células brancas do sangue e na fagocitose de corpos estranhos, que essas células executam.
d) Os microtúbulos, filamentos grossos, tubulares, rígidos e constituídos de moléculas da proteína contrátil, actina, estão envolvidos na formação do fuso de divisão celular ou c durante a divisão celular.
e) Nas células musculares, os microfilamentos de actina associam-se a filamentos mais grossos e também contráteis de miosina. A interação da actina com a miosina possibilita a contração suave, lenta e rítmica do intestino, denominada de peristaltismo, que possibilita o deslocamento do “bolo alimentar” nele contido.

8. O desenho representa origem e ação de organela celular presente em muitos seres vivos.
26
Qual organela realiza o processo acima e qual sua função?
9. As figuras representam algumas células do nosso corpo. Analise-as e escolha a alternativa que descreve corretamente o tipo de célula, suas características e função.
07
a) A figura A representa um linfócito, célula agranulocítica do sangue, responsável pela produção de anticorpos.
b) A figura B representa um neutrófilo, célula de núcleo geralmente trilobulado e citoplasma rico em granulações finas, cuja principal função é fagocitar microrganismos que eventualmente invadam nosso corpo.
c) A figura C representa um fibroblasto, célula abundante no tecido epitelial, responsável pela produção de fibras proteicas e da substância fundamental amorfa.
d) A figura D representa um neurônio, célula nervosa, rica em prolongamentos citoplasmáticos, que participa do processo de cicatrização do tecido nervoso.
e) A figura E representa o mastócito, célula conjuntiva, com grande capacidade de fagocitose, importante no mecanismo de defesa, combatendo elementos estranhos ao nosso corpo.
10. Estudar as células sanguíneas e suas funções.
11. O tecido conjuntivo possui três fibras colágenas, reticulares e elásticas. Sobre elas, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta.
a) As fibras colágenas são constituídas da proteína colágeno, polimerizada fora das células, a partir do tropocolágeno sintetizado pelos macrófagos.
b) Quanto maior a quantidade de colágeno nos tecidos, maior a elasticidade, como por exemplo, nos tendões, o colágeno distribui-se em uma só direção, enquanto, no cordão umbilical, formam uma malha difusa entre as células do tecido.
c) Os pulmões são órgãos facilmente sujeitos a expansões de volume, pois são ricos em fibras elásticas, constituídas por elastina, proteína cuja principal função é dar elasticidade aos locais onde se encontram.
d) As células de certos órgãos como o baço e os rins são envolvidas por uma trama de sustentação constituída de fibras reticulares cujo principal componente é a elastina, uma escleroproteína.
e) As fibras colágenas assim como as elásticas são constituídas de microfibrilas de colágeno que se unem formando as fibrilas de colágeno, e estas se unem, formando as fibras de colágeno.
12. Em uma aula de microscopia, um aluno recebeu cinco lâminas para descrição e identificação do tecido correspondente a cada material. Posteriormente, fez suas anotações em cinco fichas que são transcritas abaixo.
09
Analise a alternativa que descreve corretamente o tecido da lâmina.
a) I – Camada única de células achatadas e delgadas, revestindo o interior dos vasos sanguíneos: endotélio.
b) II – Fibras de colágeno orientadas em uma direção (derme) ou em várias direções (tendões e ligamentos): tecido conjuntivo denso.
c) III – Quantidade abundante de fibras colágenas, presentes nos discos intervertebrais: cartilagem elástica.
d) IV – Uma única camada de células, apresentando alturas diferentes, revestindo a bexiga urinária: músculo liso.
e) V – Células com vários núcleos periféricos e com estrias transversais: tecido muscular estriado cardíaco.
13. Os tecidos epiteliais são classificados, tomando-se como base a estrutura e a organização celular e suas funções. Sobre isso, analise o quadro a seguir:
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Assinale a alternativa que contém a classificação correta dos tecidos.
a) I – Epitélio cúbico simples; II – Epitélio estratificado de transição; III – Epitélio pseudoestratificado; IV – Epitélio simples prismático; V – Epitélio simples pavimentoso; VI – Epitélio estratificado pavimentoso.
b) I – Epitélio cúbico simples; II – Epitélio pseudoestratificado; III – Epitélio estratificado pavimentoso; IV – Epitélio simples pavimentoso; V – Epitélio simples prismático; VI – Epitélio estratificado de transição.
c) I – Epitélio simples pavimentoso; II – Epitélio estratificado pavimentoso; III – Epitélio estratificado de transição; IV – Epitélio simples prismático; V – Epitélio cúbico simples; VI – Epitélio pseudoestratificado.
d) I – Epitélio cúbico simples; II – Epitélio estratificado pavimentoso; III – Epitélio pseudoestratificado; IV – Epitélio simples prismático; V – Epitélio simples pavimentoso; VI – Epitélio estratificado de transição.
e) I – Epitélio simples pavimentoso; II – Epitélio estratificado pavimentoso; III – Epitélio pseudoestratificado; IV – Epitélio cúbico simples; V – Epitélio simples prismático; VI – Epitélio estratificado de transição.
14.Estudar os tipos de epitélios.
15.Estudar as células sanguíneas e suas funções

16.No citoplasma das células são encontradas diversas organelas, cada uma com funções específicas, mas interagindo e dependendo das outras para o funcionamento celular completo. Assim, por exemplo, os lisossomos estão relacionados ao complexo de Golgi e ao retículo endoplasmático rugoso, e todos às mitocôndrias.
 a) Explique que relação existe entre lisossomos e complexo de Golgi.




 b) Qual a função dos lisossomos?


17.Explique o modelo do mosaico fluido e os tipos de transporte de membrana.




15 de jul. de 2017

5 ideias sobre como conversar com seu filho pequeno para 'construir' seu cérebro Paula Adamo Idoeta - @paulaidoeta Da BBC Brasil em São Paulo 14 julho 2017 Estes são links externos e abrirão numa nova janela Compartilhe este post com Facebook Compartilhe este post com Twitter Compartilhe este post com Messenger Compartilhe este post com Email Compartilhar Pai e filhoDireito de imagemGETTY IMAGES Image caption Crianças com mais acesso a linguagem chegam a ouvir 30 milhões de palavras a mais até os 4 anos do que crianças em situação desfavorável Como o acesso à linguagem afeta o desenvolvimento e o aprendizado de bebês e crianças pequenas? A cirurgiã pediátrica americana Dana Suskind passou a investigar a fundo essa questão ao operar bebês com problemas auditivos. Ela percebeu que, entre os bebês que recebiam implantes cocleares (implantes para casos de surdez profunda), os que melhor desenvolviam a habilidade de se comunicar eram os que moravam em lares onde havia mais diálogo, mais interação e mais variedade de vocabulário. Suas percepções foram reforçadas por um estudo de 1995 que havia identificado que crianças com menos acesso à linguagem (muitas delas em situações de pobreza) chegavam a ouvir 30 milhões a menos de palavras acumuladas até os quatro anos de idade em comparação a outras em situação mais favorável - e essas últimas se mostravam mais preparadas ao entrar na escola, tinham vocabulário mais rico, mais fluência na leitura e, por consequência, conseguiam notas mais altas. Como uma grande parte do crescimento do cérebro é concluída justamente aos quatro anos, "as crianças que largavam na frente (em termos de linguagem) continuavam à frente; as que começavam com defasagens ficavam para trás", apontou o estudo. 'Despacito' não sai da sua cabeça? Ciência explica o sucesso das músicas-chiclete 'As crianças estão vivendo como ratos': a dramática situação dos sobreviventes de Mossul após a expulsão do Estado Islâmico Para diminuir essas disparidades de linguagem em crianças de famílias carentes, Suskind criou em Chicago, nos Estados Unidos, a Iniciativa Trinta Milhões de Palavras, programa que, desde a maternidade e nas visitas pediátricas, ensina pais e mães a respeito da importância de conversar e interagir com os bebês desde seu primeiro dia de vida, para estimular a construção de novas conexões neurais no pequeno cérebro que se forma. "Temos aprendido que os cérebros podem ser construídos - ele se alimenta de linguagem e de um ambiente enriquecedor provido pelos adultos nos primeiros anos de vida", explica Suskind à BBC Brasil. "Mesmo que o bebê não entenda o que está sendo falado, a linguagem estará formando a arquitetura do cérebro para o pensamento e a aprendizagem. Pais e cuidadores são a força mais poderosa em construir o cérebro das crianças e prepará-las para a escola", acrescenta. Mãe e filho brincandoDireito de imagemGETTY IMAGES Image caption Uma das sugestões da especialista é sintonizar-se com o que seu filho está fazendo e aproveitar isso para conversar O programa agora tem sido expandido para outras áreas dos Estados Unidos, e Suskind - que também é professora da Universidade de Chicago - escreveu um livro com base na experiência: Thirty Million Words - Building a Child's Brain (Trinta milhões de palavras - construindo o cérebro infantil, em tradução livre). Em entrevista à BBC Brasil, ela ensina ideias sobre como usar a linguagem de forma produtiva para estimular o cérebro infantil. 1. Ter seu filho como um 'parceiro de conversas' Uma das primeiras lições do Trinta Milhões de Palavras é algo já intuitivo para os pais: reagir aos sons, olhares e gestos do bebê desde o nascimento, de forma natural e integrada ao cotidiano. "Se você estiver trocando a fralda dele ou pegando um ônibus, explique isso ao bebê. É uma oportunidade de enriquecer o vocabulário dele e de mostrar a relação entre um determinado som e o ato a que ele pertence." Suskind cita pesquisas que mostram que ir além da conversa básica - "vem cá", "coloque seus sapatos", "coma sua comida" - é um ponto crucial para desenvolver a linguagem das crianças. É o que ela chama de "conversa extra", ou seja, dialogar com a criança e o ambiente ao seu redor e estimular as conversas: "que árvore grande!"; "quem é o menino que está com a fralda suja?"; "qual é o gosto dessa comida?"; "o que você acha que aconteceu com o personagem daquele livro?" "A quantidade (de palavras) é apenas uma parte da equação. A qualidade da conversa é tão ou mais importante - a riqueza do vocabulário, as idas e vindas da conversa, a forma como você fala", enumera ela à BBC Brasil. "É importante enxergar o seu bebê como um parceiro de conversas desde seu primeiro dia de vida", completa. 2. Ajudar a desenvolver habilidades matemáticas Pais podem ajudar a desenvolver o senso espacial dos filhos e suas habilidades matemáticas simplesmente ao falarem a respeito disso. "Se você usar conceitos matemáticos e espaciais - ao, por exemplo, contar os dedos dos pés e mãos, comparar o tamanho de um triângulo, usar palavras que se refiram aos diferentes formatos dos objetos - ajudará a preparar as crianças para aprender matemática", explica Suskind. Mãe trocando fralda de bebêDireito de imagemGETTY IMAGES Image caption Atividades cotidianas, como trocas de fralda, contribuem para enriquecer o vocabulário infantil Senado aprova reforma trabalhista: saiba o que pode mudar para os trabalhadores Um estudo da Universidade de Chicago pediu a crianças de quatro anos que pegassem cartões com pontos desenhados neles de forma a corresponder a um número (por exemplo: ao ouvir o número cinco, pegar o cartão com cinco pontos desenhados). E descobriu que as crianças que haviam sido expostas a mais vocabulário matemático e a noções espaciais conseguiram fazer mais correspondências corretas. Além disso, argumenta Suskind, é justamente nas "conversas matemáticas" que uma importante disparidade de gênero ocorre. "Um estudo com mães de classe média e alta mostrou que filhas de até dois anos ouviam a metade das conversas matemáticas do que os filhos", escreve a cirurgiã. "Isso pode afastar as meninas de campos que podem interessá-las. (...) Meninas que escutam que a matemática 'não é seu forte' muitas vezes não vão bem em matemática." 3. Falar positivamente, mas elogiar mais o esforço do que a criança Segundo Suskind, crianças em famílias carentes chegam a ouvir mais do dobro de comentários negativos - "você está sendo malcriado"; "você está errado" - por hora do que crianças em famílias em melhor situação socioeconômica. Também ouvem menos elogios. E, como essas crianças já tendem a escutar menos palavras em geral, essas expressões negativas acabam tendo um peso maior no desenvolvimento cognitivo delas. "Como será escutar, repetidamente, que você nunca faz nada certo? É um ambiente infantil difícil de ser superado", diz Suskind. "É grande a diferença entre palavras de proibição ('não faça isso', 'pare') e de encorajamento ("muito bem'). Causa estresse no cérebro ouvi-las repetidamente. É importante tentar mudar ordens para uma conversa mais produtiva." Mas se a linguagem negativa e proibitiva pode ser uma barreira ao desenvolvimento e ao aprendizado, será que a resposta é elogiar sempre - e dizer constantemente que seu filho é incrível e inteligente? "Não", explica Suskind. Em seu livro, a médica cita pesquisas mostrando que esse tipo de elogio pode, em vez de fortalecer futuros adultos, apenas deixá-los passivos e dependentes da opinião alheia. "O que buscamos não são os olhos (das crianças) voltados para si, felizes de autossatisfação, mas sim crianças que vejam uma tarefa e, independentemente de quão desafiadora ela seja, consigam quase imediatamente pensar em como ela pode ser cumprida", diz a autora. "É o que os pais desejam: adultos estáveis, construtivos, motivados", acrescenta. O caminho para isso, segundo os estudos analisados por Suskind, é reconhecer e elogiar não só a criança, mas o esforço e o empenho dela em suas atividades diárias. Ou seja, em vez de apenas dizer "você é muito esperta" a uma menina que completou um quebra-cabeça difícil, vá além: "vi que você se esforçou para terminar, e conseguiu. Muito bem!" Suskind sugere buscar no dia a dia momentos em que a criança tenha se destacado. "A criança ainda está aprendendo o que é se comportar bem. Apontar esses momentos a ela reforça a ideia de o que isso significa", explica. Pai com filho bebêDireito de imagemGETTY IMAGES Image caption Criança deve ser 'parceiro de conversa desde o primeiro dia de vida' 4. Estimular a autonomia, em vez de apenas a obediência Suskind cita duas frases que podem ser ditas a uma criança em um mesmo contexto: "Agora guarde seus brinquedos." "O que devemos fazer com os brinquedos depois que terminamos de brincar?" "A primeira frase é uma ordem que deve ser cumprida, sem ser questionada. A segunda frase, no entanto, apoia a autonomia da criança. (...) Bebês de um ano cujas mães calmamente sugerem, em vez de ordenarem, regras de comportamento ganharam, aos quatro anos, mais funções executivas e autorregulação" - que são nossa capacidade de nos mantermos centrados diante de um problema, em vez de reagir de forma explosiva e violenta. "Pais que usam a pressão e a autoridade para restringir o comportamento do filho podem obter a obediência no curto prazo, mas, no longo, estão criando condições para baixa autorregulação (da criança), produzindo adultos que podem ter sérios problemas de autocontrole", diz a médica. Além disso, ordens diretas e curtas como "sente", "fique quieto" e "não faça isso" são, segundo Suskind, "o método menos eficiente de construir conexões cerebrais, porque exigem nenhuma ou pouca resposta de linguagem". Talvez seja mais eficiente, em vez de dizer apenas "coloque seus sapatos", explicar o que está por trás do pedido e a relação entre causa e efeito das coisas: "É hora de ir à escola, então é bom colocar os sapatos para manter os pés secos e quentinhos. Por favor, vá buscá-los". 5. Sintonizar-se com a criança - e entregar-se à "vozinha de bebê" Suskind recomenda prestar atenção ao que está despertando o interesse da criança - uma brincadeira, um objeto - e transformar isso em tema de conversa. Mais um exemplo: O pai ou a mãe, com as melhores das intenções, senta no chão ao lado da criança com um livro infantil nas mãos. Mas a criança não presta atenção e continua a brincar com seu brinquedo, esnobando o adulto. Pai e filhaDireito de imagemGETTY IMAGES Image caption Ordens diretas e curtas como "sente", "fique quieto" e "não faça isso" são "o método menos eficiente de construir conexões cerebrais, porque exigem nenhuma ou pouca resposta de linguagem", diz Suskind Que tal então, em vez de impor a leitura do livro, entrar na brincadeira da criança e conversar a respeito dela? "Os pais aprendem a tomar consciência do que o que os filhos estão fazendo e se tornam parte disso, ajudando a desenvolver a habilidade praticada na brincadeira e, por meio da interação verbal, o cérebro infantil", escreve a médica. Entrar em sintonia também envolve, segundo ela, aproveitar todas as oportunidades para ler e cantar com a criança - ou mesmo falar com aquela voz infantilizada que muitos de nós usamos com bebês. "Aquela voz em tom cantado é um rico nutriente para o cérebro do bebê, porque ajuda-o a entender os sons das palavras", explica Suskind. Aqui, mais um alerta: um jeito fácil de perder essa sintonia com crianças e bebês é deixar-se distrair pelo celular durante a brincadeira. "Smartphones estão tomando o lugar da interação pessoal com os bebês e as crianças", critica a médica. "Só quando a criança é o foco principal dos pais que ocorrerá a atenção necessária para o desenvolvimento cerebral ideal", conclui Tópicos relacionados EducaçãoSaúde Compartilhar Sobre compartilhar Email Facebook Messenger Twitter Google+ LinkedIn Voltar ao topo Notícias relacionadas O país onde os professores podem se transformar em celebridades milionárias 29 janeiro 2017 Pisa: Brasil aumenta investimento em educação mas continua no grupo dos 'lanternas' 6 dezembro 2016 Principais notícias Estudo aponta que clientelismo pode melhorar certas políticas públicas - e piorar outras Pesquisa analisou impacto de troca de favores por votos no bem-estar dos brasileiros, e encontrou tendências que ajudam a explicar problemas persistentes da democracia. 15 julho 2017 Parte da aliança que afastou Dilma quer derrubar Temer, diz ex-ministro 14 julho 2017 Voo JJ 3054: as lições da maior tragédia da aviação brasileira 14 julho 2017 Destaques e Análises Cobra Os animais que conseguem escapar vivos após serem devorados Rose Flower VÍDEO Mãe britânica luta pelo direito da filha de morrer Relógio do Apocalipse O que é o Relógio do Apocalipse, e por que ele indica que desde 1953 nunca estivemos tão perto de uma catástrofe global Horse - Muybridge Cientistas transformam DNA de bactérias em 'HD natural' para armazenar informações Jupiter As imagens de 'close' inédito da Grande Mancha Vermelha de Júpiter enviadas pela sonda Juno Iceberg Para onde está indo o iceberg gigante que acaba de se separar da Antártida? 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5 ideias sobre como conversar com seu filho pequeno para 'construir' seu cérebro

Pai e filhoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionCrianças com mais acesso a linguagem chegam a ouvir 30 milhões de palavras a mais até os 4 anos do que crianças em situação desfavorável
Como o acesso à linguagem afeta o desenvolvimento e o aprendizado de bebês e crianças pequenas? A cirurgiã pediátrica americana Dana Suskind passou a investigar a fundo essa questão ao operar bebês com problemas auditivos.
Ela percebeu que, entre os bebês que recebiam implantes cocleares (implantes para casos de surdez profunda), os que melhor desenvolviam a habilidade de se comunicar eram os que moravam em lares onde havia mais diálogo, mais interação e mais variedade de vocabulário.
Suas percepções foram reforçadas por um estudo de 1995 que havia identificado que crianças com menos acesso à linguagem (muitas delas em situações de pobreza) chegavam a ouvir 30 milhões a menos de palavras acumuladas até os quatro anos de idade em comparação a outras em situação mais favorável - e essas últimas se mostravam mais preparadas ao entrar na escola, tinham vocabulário mais rico, mais fluência na leitura e, por consequência, conseguiam notas mais altas.
Como uma grande parte do crescimento do cérebro é concluída justamente aos quatro anos, "as crianças que largavam na frente (em termos de linguagem) continuavam à frente; as que começavam com defasagens ficavam para trás", apontou o estudo.
Para diminuir essas disparidades de linguagem em crianças de famílias carentes, Suskind criou em Chicago, nos Estados Unidos, a Iniciativa Trinta Milhões de Palavras, programa que, desde a maternidade e nas visitas pediátricas, ensina pais e mães a respeito da importância de conversar e interagir com os bebês desde seu primeiro dia de vida, para estimular a construção de novas conexões neurais no pequeno cérebro que se forma.
"Temos aprendido que os cérebros podem ser construídos - ele se alimenta de linguagem e de um ambiente enriquecedor provido pelos adultos nos primeiros anos de vida", explica Suskind à BBC Brasil.
"Mesmo que o bebê não entenda o que está sendo falado, a linguagem estará formando a arquitetura do cérebro para o pensamento e a aprendizagem. Pais e cuidadores são a força mais poderosa em construir o cérebro das crianças e prepará-las para a escola", acrescenta.
Mãe e filho brincandoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionUma das sugestões da especialista é sintonizar-se com o que seu filho está fazendo e aproveitar isso para conversar
O programa agora tem sido expandido para outras áreas dos Estados Unidos, e Suskind - que também é professora da Universidade de Chicago - escreveu um livro com base na experiência: Thirty Million Words - Building a Child's Brain (Trinta milhões de palavras - construindo o cérebro infantil, em tradução livre).
Em entrevista à BBC Brasil, ela ensina ideias sobre como usar a linguagem de forma produtiva para estimular o cérebro infantil.

1. Ter seu filho como um 'parceiro de conversas'

Uma das primeiras lições do Trinta Milhões de Palavras é algo já intuitivo para os pais: reagir aos sons, olhares e gestos do bebê desde o nascimento, de forma natural e integrada ao cotidiano.
"Se você estiver trocando a fralda dele ou pegando um ônibus, explique isso ao bebê. É uma oportunidade de enriquecer o vocabulário dele e de mostrar a relação entre um determinado som e o ato a que ele pertence."
Suskind cita pesquisas que mostram que ir além da conversa básica - "vem cá", "coloque seus sapatos", "coma sua comida" - é um ponto crucial para desenvolver a linguagem das crianças.
É o que ela chama de "conversa extra", ou seja, dialogar com a criança e o ambiente ao seu redor e estimular as conversas: "que árvore grande!"; "quem é o menino que está com a fralda suja?"; "qual é o gosto dessa comida?"; "o que você acha que aconteceu com o personagem daquele livro?"
"A quantidade (de palavras) é apenas uma parte da equação. A qualidade da conversa é tão ou mais importante - a riqueza do vocabulário, as idas e vindas da conversa, a forma como você fala", enumera ela à BBC Brasil.
"É importante enxergar o seu bebê como um parceiro de conversas desde seu primeiro dia de vida", completa.

2. Ajudar a desenvolver habilidades matemáticas

Pais podem ajudar a desenvolver o senso espacial dos filhos e suas habilidades matemáticas simplesmente ao falarem a respeito disso.
"Se você usar conceitos matemáticos e espaciais - ao, por exemplo, contar os dedos dos pés e mãos, comparar o tamanho de um triângulo, usar palavras que se refiram aos diferentes formatos dos objetos - ajudará a preparar as crianças para aprender matemática", explica Suskind.
Mãe trocando fralda de bebêDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAtividades cotidianas, como trocas de fralda, contribuem para enriquecer o vocabulário infantil
Um estudo da Universidade de Chicago pediu a crianças de quatro anos que pegassem cartões com pontos desenhados neles de forma a corresponder a um número (por exemplo: ao ouvir o número cinco, pegar o cartão com cinco pontos desenhados). E descobriu que as crianças que haviam sido expostas a mais vocabulário matemático e a noções espaciais conseguiram fazer mais correspondências corretas.
Além disso, argumenta Suskind, é justamente nas "conversas matemáticas" que uma importante disparidade de gênero ocorre.
"Um estudo com mães de classe média e alta mostrou que filhas de até dois anos ouviam a metade das conversas matemáticas do que os filhos", escreve a cirurgiã. "Isso pode afastar as meninas de campos que podem interessá-las. (...) Meninas que escutam que a matemática 'não é seu forte' muitas vezes não vão bem em matemática."

3. Falar positivamente, mas elogiar mais o esforço do que a criança

Segundo Suskind, crianças em famílias carentes chegam a ouvir mais do dobro de comentários negativos - "você está sendo malcriado"; "você está errado" - por hora do que crianças em famílias em melhor situação socioeconômica.
Também ouvem menos elogios. E, como essas crianças já tendem a escutar menos palavras em geral, essas expressões negativas acabam tendo um peso maior no desenvolvimento cognitivo delas.
"Como será escutar, repetidamente, que você nunca faz nada certo? É um ambiente infantil difícil de ser superado", diz Suskind.
"É grande a diferença entre palavras de proibição ('não faça isso', 'pare') e de encorajamento ("muito bem'). Causa estresse no cérebro ouvi-las repetidamente. É importante tentar mudar ordens para uma conversa mais produtiva."
Mas se a linguagem negativa e proibitiva pode ser uma barreira ao desenvolvimento e ao aprendizado, será que a resposta é elogiar sempre - e dizer constantemente que seu filho é incrível e inteligente?
"Não", explica Suskind.
Em seu livro, a médica cita pesquisas mostrando que esse tipo de elogio pode, em vez de fortalecer futuros adultos, apenas deixá-los passivos e dependentes da opinião alheia.
"O que buscamos não são os olhos (das crianças) voltados para si, felizes de autossatisfação, mas sim crianças que vejam uma tarefa e, independentemente de quão desafiadora ela seja, consigam quase imediatamente pensar em como ela pode ser cumprida", diz a autora.
"É o que os pais desejam: adultos estáveis, construtivos, motivados", acrescenta.
O caminho para isso, segundo os estudos analisados por Suskind, é reconhecer e elogiar não só a criança, mas o esforço e o empenho dela em suas atividades diárias.
Ou seja, em vez de apenas dizer "você é muito esperta" a uma menina que completou um quebra-cabeça difícil, vá além: "vi que você se esforçou para terminar, e conseguiu. Muito bem!"
Suskind sugere buscar no dia a dia momentos em que a criança tenha se destacado.
"A criança ainda está aprendendo o que é se comportar bem. Apontar esses momentos a ela reforça a ideia de o que isso significa", explica.
Pai com filho bebêDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionCriança deve ser 'parceiro de conversa desde o primeiro dia de vida'

4. Estimular a autonomia, em vez de apenas a obediência

Suskind cita duas frases que podem ser ditas a uma criança em um mesmo contexto:
"Agora guarde seus brinquedos."
"O que devemos fazer com os brinquedos depois que terminamos de brincar?"
"A primeira frase é uma ordem que deve ser cumprida, sem ser questionada. A segunda frase, no entanto, apoia a autonomia da criança. (...) Bebês de um ano cujas mães calmamente sugerem, em vez de ordenarem, regras de comportamento ganharam, aos quatro anos, mais funções executivas e autorregulação" - que são nossa capacidade de nos mantermos centrados diante de um problema, em vez de reagir de forma explosiva e violenta.
"Pais que usam a pressão e a autoridade para restringir o comportamento do filho podem obter a obediência no curto prazo, mas, no longo, estão criando condições para baixa autorregulação (da criança), produzindo adultos que podem ter sérios problemas de autocontrole", diz a médica.
Além disso, ordens diretas e curtas como "sente", "fique quieto" e "não faça isso" são, segundo Suskind, "o método menos eficiente de construir conexões cerebrais, porque exigem nenhuma ou pouca resposta de linguagem".
Talvez seja mais eficiente, em vez de dizer apenas "coloque seus sapatos", explicar o que está por trás do pedido e a relação entre causa e efeito das coisas: "É hora de ir à escola, então é bom colocar os sapatos para manter os pés secos e quentinhos. Por favor, vá buscá-los".

5. Sintonizar-se com a criança - e entregar-se à "vozinha de bebê"

Suskind recomenda prestar atenção ao que está despertando o interesse da criança - uma brincadeira, um objeto - e transformar isso em tema de conversa.
Mais um exemplo: O pai ou a mãe, com as melhores das intenções, senta no chão ao lado da criança com um livro infantil nas mãos. Mas a criança não presta atenção e continua a brincar com seu brinquedo, esnobando o adulto.
Pai e filhaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionOrdens diretas e curtas como "sente", "fique quieto" e "não faça isso" são "o método menos eficiente de construir conexões cerebrais, porque exigem nenhuma ou pouca resposta de linguagem", diz Suskind
Que tal então, em vez de impor a leitura do livro, entrar na brincadeira da criança e conversar a respeito dela?
"Os pais aprendem a tomar consciência do que o que os filhos estão fazendo e se tornam parte disso, ajudando a desenvolver a habilidade praticada na brincadeira e, por meio da interação verbal, o cérebro infantil", escreve a médica.
Entrar em sintonia também envolve, segundo ela, aproveitar todas as oportunidades para ler e cantar com a criança - ou mesmo falar com aquela voz infantilizada que muitos de nós usamos com bebês.
"Aquela voz em tom cantado é um rico nutriente para o cérebro do bebê, porque ajuda-o a entender os sons das palavras", explica Suskind.
Aqui, mais um alerta: um jeito fácil de perder essa sintonia com crianças e bebês é deixar-se distrair pelo celular durante a brincadeira.
"Smartphones estão tomando o lugar da interação pessoal com os bebês e as crianças", critica a médica.
"Só quando a criança é o foco principal dos pais que ocorrerá a atenção necessária para o desenvolvimento cerebral ideal", conclui

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