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17 de abr. de 2014

LINK DO CONCURSO DO IFRN

3 de abr. de 2014

Nova técnica pode melhorar taxa de sucesso de fertilização in vitro

Nova técnica pode melhorar taxa de sucesso de fertilização in vitro

Helen Briggs
Da BBC News

 
Fertilização in vitro. Foto: SPL
Fertilização in vitro é procurada por muitos casais que não conseguem ter filhos
Uma pesquisa feita por cientistas de universidades nos Estados Unidos e na China afirma que o mapeamento genético de óvulos fertilizados pode duplicar as chances de sucesso em fertilizações in vitro.
Os testes foram conduzidos por pesquisadores das universidades de Harvard, nos Estados Unidos, e Pequim, na China. Os resultados foram publicados nesta semana na revista científica Cell.

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A fertilização in vitro é uma técnica usada para ajudar casais que estão com problemas para ter filhos. O óvulo da mulher e o esperma do homem são fertilizados em laboratório, e posteriormente implantados no útero feminino.
O desafio é identificar quais óvulos fertilizados são os mais saudáveis, com maiores chances de levar a uma gravidez bem-sucedida.

Mapeamento genético

Em geral, os cientistas costumam tirar células do embrião – quando ele já está se desenvolvendo – e analisá-las. Mas muitas vezes estes exames não detectam problemas genéticos do embrião.
O novo método desenvolvido pelos cientistas nos Estados Unidos e na China analisa substâncias conhecidas como "glóbulos polares", que são fragmentos de células dos embriões. A partir deles, os cientistas fazem um mapeamento genético completo.
A técnica é capaz de ajudar a detectar casos de problemas genéticos do embrião e riscos de aborto natural.
"Teoricamente, se isso funcionar bem, nós conseguiremos dobrar o índice de sucesso da tecnologia de bebês de proveta – de 30% para 60%, ou até mais", diz Jie Qiao, cientista da universidade de Pequim que trabalhou no estudo.
A pesquisa foi feita com análises de 70 óvulos fertilizados "in vitro", todos de voluntárias no estudo.
O pesquisador Xiaoliang Sunney, da universidade de Harvard, disse à BBC que a técnica pode favorecer mulheres que já tiveram casos mal-sucedidos de gravidez e querem tentar novamente ter filhos.
No entanto, um cientista britânico - que não participou da pesquisa, mas analisou as suas conclusões - recomenda cautela sobre o assunto.
O especialista Yacoub Khalaf, do hospital Guy's Hospital, de Londres, disse à BBC que mapeamentos deste tipo podem ser animadores na teoria, mas que na prática ainda é preciso observar resultados mais conclusivos.
Problemas de fertilidade afetam cerca de 15% de casais em todo o mundo, levando muitos a buscar soluções como fertilização in vitro.

BBC

Uso excessivo de smartphone pode prejudicar a vista

Uso excessivo de smartphone pode prejudicar a vista

 
Testes mostraram que exposição excessiva à luz azul violeta pode causar danos aos olhos
Pessoas que passam muito tempo "vidradas" em seus smartphones podem estar aumentando os riscos de danos aos olhos, advertem oftalmologistas britânicos.
O alerta diz respeito também ao uso excessivo de outros dispositivos como computadores, tablets e TVs de tela plana, que pode provocar danos de longo prazo.

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A advertência deriva de uma pesquisa britânica feita com 2 mil participantes, que indica que pessoas com menos de 25 anos checam seus telefones 32 vezes por dia.
"A luz azul violeta que brilha na tela dos smartphones é potencialmente perigosa e tóxica à parte de trás de seus olhos", diz o oftalmologista Andy Hepworth. "Por isso, uma longa exposição pode, potencialmente, causar danos aos olhos."
Segundo ele, testes mostraram que exposição à luz azul violeta em excesso pode nos colocar em maior risco de degeneração macular, uma das principais causas de cegueira.

Olhos fixos na tela

Oftalmologistas afirmam também que, apesar da "boa" luz azul (azul turquesa) ser necessária para ajudar a regular o relógio biológico, acredita-se também que uma longa exposição à luz azul violeta pode afetar os padrões de sono e o humor.
"Embora não tenhamos certeza se há uma ligação direta entre essa exposição e problemas oculares, há fortes evidências de laboratório que podem, potencialmente, provar isso", acrescentou Hepworth.
"É a combinação de não piscar o suficiente e colocar o dispositivo a uma distância menor do que você normalmente colocaria outros objetos. Isso força a vista."
O levantamento, encomendado por um grupo de oftalmologistas independentes, descobriu que, em média, um adulto passa cerca de 7 horas por dia com os olhos fixos em uma tela, e quase metade deles se sente ansioso quando está longe de seu telefone.
Estatísticas também sugerem que 43% das pessoas com menos de 25 anos sentem uma verdadeira irritação, ou ansiedade, quando não podem checar seu telefone quando desejam.

Dores de cabeça

Alana Chinery, de 18 anos, nunca está longe de seu smartphone.
"Percebi que minha visão está ficando pior após longos períodos olhando para as telas do celular e do computador", disse. "Eu estou tendo mais dores de cabeça."
Amanda Saint, que também é oftalmologista, diz que o conselho é simples.
"Faça testes de vista regularmente, e faça pausas regulares quando estiver usando seu computador e dispositivos móveis."

Comer 7 em vez de 5 porções de frutas e vegetais por dia reduz risco de morte

Comer 7 em vez de 5 porções de frutas e vegetais por dia reduz risco de morte

Atualizado em  2 de abril, 2014 - 05:13 (Brasília) 08:13 GMT
Frutas e vegetais | Crédito: BBC
Entre os benefícios comprovados da ingestão de frutas e vegetais, está a redução de câncer e de doenças cardíacas
Comer sete ou mais porções de frutas, verduras e legumes por dia é mais saudável do que as cinco recomendadas pelos médicos e prolongaria a expectativa de vida, revela uma nova pesquisa.
Cada porção contém cerca de 80 gramas, equivalente a uma fruta grande ou um punhado de frutas ou verduras e legumes pequenos.

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O estudo, feito com cerca de 65 mil homens e mulheres, sugere que quanto mais alimentos desse tipo as pessoas ingerirem, menos chances têm de morrer – em qualquer idade.
Entre os benefícios comprovados, está a redução do risco de câncer e de doenças cardíacas.
Os cientistas, da Universidade College de Londres, analisaram dados do National Health Survey entre 2001 e 2008, uma espécie de Censo da Saúde do Reino Unido, que coleta informações sobre a saúde dos britânicos por meio de questionários e visitas médicas, além da análise da dieta alimentar e do estilo de vida dos pacientes.
Além disso, os estudiosos avaliaram a mortalidade geral, além das mortes causadas por câncer, doenças cardíacas e derrame.
Eles descobriram que o risco de morte precoce provocada por qualquer uma dessas doenças caiu, ao passo que a ingestão de frutas e vegetais aumentou.
Ao longo da pesquisa, os cientistas descobriram que o risco de morte foi reduzido em:
  • 14% se o indivíduo ingerir entre uma e três porções de frutas, verduras e legumes por dia
  • 29% entre três e cinco
  • 36% entre cinco e sete
  • 42% para sete ou mais
A pesquisa também constatou que vegetais frescos possuem um potencial maior de proteção, seguidos pelas saladas e depois pelas frutas.
Já o suco de frutas não oferece benefícios, enquanto que frutas enlatadas aumentam o risco de morte – possivelmente porque elas são armazenadas em uma calda de açúcar, dizem os pesquisadores.
Segundo Oyinlola Oyebode, responsável pela pesquisa, os benefícios para a saúde crescem à medida que mais porções de vegetais e frutas são ingeridas por dia.
Ela lembrou, no entanto, que mesmo pequenas frações são "melhor do que nada".
A proteção que frutas e vegetais conferem ao organismo contra doenças está ligada a presença de antioxidantes, que curam os danos às células, acrescentou Oyebode.
Oyebode também afirmou que esses tipos de alimentos contêm micronutrientes e fibra, que são benéficos para a saúde.

Desconfiança

Alguns especialistas, no entanto, demonstraram desconfiança em relação à pesquisa e alegaram que a queda na mortalidade do grupo analisado pode estar mais associada à mudança do estilo de vida, como deixar de fumar ou beber em excesso, do que ingerir frutas e vegetais com frequência.
Segundo o professor Tom Sander, da Escola de Medicina da King's College de Londres, "já era sabido" que as pessoas que ingerem mais frutas e vegetais são mais preocupadas com sua saúde, mais educadas e com mais renda, o que, eventualmente, pode reduzir os riscos de morte.
"Acho temerário fazer qualquer afirmação sobre o que as pessoas devem comer baseado apenas nas informações encontradas pelo estudo", disse.
Naveed Sattar, da Universidade de Glasgow, afirmou que comer sete porções de frutas e vegetais ao dia seria um "desafio".
"Esse hábito exigiria um apoio do governo como o subsídio do preço das frutas e dos vegetais, talvez a partir da sobretaxação dos alimentos ricos em açúcar, além de tornar disponíveis produtos de alta qualidade à toda sociedade", sugeriu.
Já Alison Tedstone, da Public Health England, órgão do governo britânico voltado para a saúde, diz ter achado o estudo "interessante", mas "prematuro" ao recomendar a ingestão diária de mais de sete porções de frutas e vegetais ao dia.
Ela lembrou que dois terços dos britânicos não chegam a comer nem cinco porções desses alimentos diariamente.
"Estamos trabalhando intensamente para aumentar a disponibilidade de frutas e vegetais", afirmou Tedstone.
BBC

EXERCÍCIOS SOBRE EVOLUÇÃO

01. (IFSP)    LEIA O TEXTO PARA RESPONDER À QUESTÃO A SEGUIR.
“(…) os indivíduos que, por causas particulares, são transportados a uma situação muito diferente daquela em que se encontram, e que experimentam constantemente outras influências nessa situação, tomam novas formas devido aos novos hábitos, e como consequência disso constituem uma nova espécie, formada pelo conjunto de indivíduos que estão na mesma circunstância”.
O trecho retirado do livro Recherches sur l’organisation des corps vivants, de Jean Baptiste Lamarck, demonstra:
a) A teoria fixista indicando que as situações às quais os indivíduos são expostos influenciam a formação de novas características que serão transmitidas aos descendentes.
b) O rompimento, em termos filosóficos, do fixismo com o modelo apresentado por Lamarck, propondo uma visão evolucionista sobre a formação de novas espécies.
c) A constituição de uma nova espécie baseada na seleção natural dos indivíduos mais aptos a sobreviver quando submetidos a diferentes condições de pressão.
d) A influência do conjunto de circunstâncias às quais os indivíduos são submetidos como fator determinante na constituição de novas espécies, baseadas nos conceitos de genética e seleção natural.
e) A importância das situações de pressão para a ocorrência de mutações e formação de variações dentro de uma espécie e até mesmo de novas espécies geradas pelo conjunto de indivíduos que sofreram as mesmas alterações genéticas.
02. (UEPG) A permutação é um processo que permite a recombinação entre os genes, aumentando a variabilidade genética nas populações. O aumento da variabilidade genética pode ocorrer por mudanças estruturais nos cromossomos, chamadas mutações cromossômicas estruturais. A respeito dessas mutações, assinale o que for correto.
I   II
0  0 – A deficiência ou deleção ocorre quando um cromossomo perde um segmento em função de quebras. Deficiências muito acentuadas podem ser letais, uma vez que a perda de muitos genes altera profundamente as condições do indivíduo.
1 1 – As mutações cromossômicas estruturais apresentam alteração no número de cromossomos, além da alteração estrutural.
2 2 – A translocação ocorre quando dois cromossomos homólogos quebram-se simultaneamente e trocam seus segmentos. Na meiose os dois pares de cromossomos homólogos emparelham-se lado a lado em função da translocação.
3  3 – A inversão ocorre quando um cromossomo sofre quebra em dois pontos e o segmento entre as quebras apresenta um giro de 180 graus, soldando-se invertido no cromossomo. A sequência de genes apresenta-se, assim, invertida em relação à anterior.
4  4 – A duplicação corresponde à ocorrência de um ou mais segmentos em dose dupla, em um mesmo cromossomo e nem sempre reduz a viabilidade do organismo. Naqueles que toleram duplicações, um dos trechos em duplicata pode sofrer mutação sem que isso interfira na adaptabilidade do organismo, pois o outro trecho não alterado pode continuar a atuar normalmente.
03. (UNICENTRO) Nos hospitais, superbactérias, criadas em uma dieta de antibióticos estão em toda parte. Nos Estados Unidos, infecções hospitalares vitimam um paciente em cada 10, causam 90 mil mortes anuais e custam mais de 11 bilhões de dólares por ano. No Brasil, segundo a ANVISA, não temos dados estatísticos atualizados. Mas sabemos que mortes por infecções adquiridas em hospitais ocorrem diariamente em nosso país. (PENA, 2009).
A situação apresentada no texto e na imagem retrata a crescente resistência das bactérias aos antibióticos, o que representa um grave problema de saúde pública em todo o mundo. Considerando argumentos neodarwinistas para explicar a resistência das bactérias aos antibióticos, identifique com V as proposições verdadeiras e com F, as falsas:
( ) Os mecanismos de mutação e recombinação gênica podem explicar a existência de variabilidade entre bactérias de uma espécie, com formas sensíveis e resistentes a antibióticos.
( ) Nos hospitais, determinado antibiótico pode atuar favorecendo a seleção natural, ao eliminar bactérias sensíveis e permitir que uma espécie geneticamente resistente a esse medicamento sobreviva no meio.
( ) A exposição excessiva de bactérias hospitalares sensíveis a antibióticos promove a sua adaptação ao contato com o medicamento, condição que é transmitida para as futuras gerações de bactérias.
( ) Bactérias resistentes a um antibiótico são mantidas no meio ambiente e proliferam, perpetuando essa condição.
A alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo, é a:
a) V V F V.
b) V F F V.
c) F F V F.
d) V F V V.
e) F V F V.
04. (UEL) Pesquisas recentes consideram que as asas dos insetos evoluíram a partir de apêndices branquiais, estruturas utilizadas como remos por espécies ancestrais aquáticas. Com base no enunciado e de acordo com a perspectiva neodarwinista, considere as afirmativas a seguir.
I. Os animais com apêndices branquiais mais desenvolvidos originaram uma descendência mais numerosa.
II. As diferenças genéticas acumuladas conduziram ao isolamento reprodutivo da população com apêndices branquiais mais desenvolvidos.
III. Em alguns indivíduos da população, ocorreram alterações nos genes responsáveis pelo desenvolvimento dos apêndices branquiais.
IV. Ao longo das gerações, foi aumentando a frequência dos alelos responsáveis pelo maior desenvolvimento dos apêndices branquiais.
V. A diversidade da população aumentou em relação ao desenvolvimento dos apêndices branquiais.
Assinale a alternativa que contém a ordem correta da sequência cronológica dos acontecimentos que explicam a origem das asas dos insetos atuais.
a) II, I, V, III e IV.
b) III, IV, V, II e I.
c) III, V, I, IV e II.
d) V, III, IV, II e I.
e) V, IV, II, I e III.
05. (UEPG) De acordo com os conceitos sobre relações evolutivas entre os seres vivos, assinale o que for correto.
I   II
0 0 – As primeiras células eucarióticas teriam surgido a partir das células procarióticas que passaram a desenvolver dobramentos da membrana plasmática, tornando-se ainda maiores e mais complexas. Esses dobramentos teriam originado as organelas citoplasmáticas e a carioteca.
1  1 – Os primeiros eucariontes eram anaeróbios e englobavam bactérias como alimento. Em algum momento da evolução desses organismos, algumas dessas bactérias, que já tinham a capacidade de realizar a respiração, foram mantidas no citoplasma dos eucariontes sem serem degradadas. Essas bactérias teriam sido mantidas por beneficiarem os eucariontes, uma vez que realizavam para eles a respiração. Para a bactéria essa relação simbiótica também era vantajosa, pois recebia proteção e nutrientes dos eucariontes e desta forma teria se perpetuado, e essas bactérias teriam originado as atuais mitocôndrias.
2 2 – Alguns eucariontes mantinham uma relação simbiótica com cianobactérias. Estas realizavam fotossíntese para o eucarionte e dele recebiam proteção e matéria prima. Essa relação mostrou-se tão vantajosa que se perpetuou, e essas cianobactérias teriam originado os atuais cloroplastos.
3  3 – Acredita-se que os primeiros seres vivos eram unicelulares, ou seja, formados por uma única célula e que esta era muito simples, formada por uma membrana plasmática delimitando o citoplasma, no qual estava presente uma molécula de ácido nucleico, em uma região denominada nucleoide. Tal organização corresponde às células procarióticas apresentadas nas bactérias e cianobactérias atuais.
4  4 – Poderia se imaginar que os vírus, por serem formas tão simples de vida, teriam sido os primeiros seres a viverem na Terra. Entretanto, considerando-se que as manifestações vitais dos vírus são totalmente dependentes de uma célula, a qual eles invadem e passam a controlar em seu próprio benefício, conclui-se que as células hospedeiras surgiram antes dos vírus.
06. (UDESC) Assinale a alternativa que apresenta um fator que explique o processo de especiação.
a) Isolamento reprodutivo.
b) Seleção natural.
c) Presença de fluxo gênico (troca de genes).
d) Migração.
e) Grande capacidade reprodutiva dos seres vivos.
07. (UFU) Observe a árvore filogenética abaixo.
Espera-se encontrar maior semelhança entre os genes de:
a) Baleia e pássaro.
b) Bactéria e protozoário.
c) Estrela-do-mar e ostra.
d) Ostra e coral.
08. (UFJF) O vírus HIV-1, responsável pela síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA), tem sido alvo de pesquisa desde a década de 80. Em 1996, Rong Liu e colaboradores descobriram que duas pessoas que tinham sido expostas ao vírus, não tinham sido infectadas e possuíam uma mutação no gene CC-CKR-5. Esse gene codifica uma proteína que pode atuar como correceptor do vírus HIV-1. As duas pessoas estudadas por Liu continham alelos mutantes do gene CC-CKR-5 (genótipo cc), codificando uma proteína não funcional. Considerando que somente 1% da população CC e Cc contrai HIV-1 e morre devido à SIDA, o principal fator evolutivo atuante na frequência do gene CC-CKR-5 nessa população seria:
a) A recombinação gênica, que é a única fonte de variabilidade genética capaz, portanto, de aumentar a frequência do alelo C na próxima geração.
b) A mutação que, quando ocorre em células somáticas, é capaz de diminuir a frequência do alelo C da próxima geração.
c) A migração, pois esse fator evolutivo não altera a frequência do alelo c de uma geração para outra.
d) A deriva gênica, que diminui somente a frequência do alelo c nas próximas gerações.
e) A seleção natural, que aumenta a frequência do alelo c na próxima geração.
09. (PUC-SP)
ANVISA OBRIGARÁ HOSPITAIS A COMUNICAR CASOS DE MICRORGANISMOS RESISTENTES NOS PACIENTES
Os hospitais brasileiros serão obrigados a comunicar às autoridades sanitárias a ocorrência de infecções por superbactérias entre seus pacientes. A medida integra o Plano Nacional de Microagentes Multirresistentes, um projeto que estava em desenvolvimento desde o início do ano e que foi apressado diante do avanço no País da KPC, uma superbactéria resistente à maior parte dos antibióticos do mercado que já provocou 14 mortes no Distrito Federal.
Jornal da Tarde, outubro/2010
A respeito das infecções hospitalares causadas por superbactérias foram feitas cinco afirmações. Assinale a incorreta.
a) Alterações no código genético das bactérias podem garantir resistência a antibióticos.
b) Bactérias sem mutações favoráveis não resistem a administrações de certos antibióticos.
c) Antibióticos selecionam linhagens resistentes de bactérias.
d) Antibióticos provocam alterações no DNA bacteriano, tornando as bactérias cada vez mais resistentes a essas drogas.
e) Bactérias resistentes podem transferir a outras bactérias a parte do DNA que as tornaram imunes aos antibióticos.
10. (UEPG) A noção de que os seres vivos mudam ao longo do tempo é, atualmente, tão natural quanto à ideia de que as células são as unidades da vida e de que o DNA é o material genético dos seres vivos. Essa forma de pensar caracteriza o transformismo,doutrina segundo a qual as espécies se transformam gradualmente no decorrer do tempo, sendo todas provenientes de ancestrais comuns, por evolução. A respeito desse tema, assinale o que for correto.
I   II
0  0 – O fixismo é a teoria que contraria o conceito da evolução. Essa teoria defende que cada espécie viva teria surgido por um ato de criação divina, tendo hoje exatamente as mesmas características que possuía na época primitiva. As espécies biológicas, assim, seriam fixas e imutáveis.
1  1 – As ideias fixistas perduraram desde a antiguidade até o século XIX, quando o naturalista Charles Darwin publicou “A Origem das Espécies”, obra que causou muita polêmica no mundo científico da época.
2  2 – Para o filósofo grego Aristóteles, cada espécie viva podia ser “arrumada” num dos degraus de uma escada, no sentido de uma complexidade cada vez maior. Cada degrau da escada teria, assim, seu ocupante definitivo, não podendo haver nenhuma mudança de lugar, já que as espécies biológicas eram perfeitas e não sofriam transformações no decorrer do tempo.
3  3 – Lineu, inventor do sistema de classificação usado até hoje, era fixista. Seu sistema taxonômico, porém, criado com base na maior ou menor semelhança entre os grupos biológicos, seria usado por Darwin cem anos depois para elaboração de sua teoria da seleção natural.
4  4 – O biólogo francês Jean Baptiste Lamarck, encarregado da coleção de invertebrados no Museu de História Natural de Paris, foi o primeiro cientista a propor uma idéia coerente, um mecanismo que explicava como os seres vivos evoluíam. Em vez de uma “escada” única com degraus fixos, Lamarck acreditava na existência de várias “escadas” e, o mais importante, na possibilidade de as espécies serem capazes de “mudar de degrau”, em outras palavras, de se transformar. Embora suas ideias sobre o mecanismo da evolução sejam hoje rejeitadas, ele teve o mérito de propor pela primeira vez uma ideia de evolução que foi levada a sério.
11. (UNIMONTES) A resistência bacteriana aos antibióticos tem causado grande problema de saúde pública. Abaixo estão relacionadas algumas explicações para essa resistência. Analise-as.
I. “Os antibióticos atuam na seleção de bactérias resistentes já previamente existentes em uma população bacteriana”.
II. “Em algumas espécies de bactérias, os antibióticos transformam bactérias sensíveis em resistentes”.
III. “Alguns genes podem ser ativados com o uso de determinados antibióticos”.
IV. “Algumas bactérias possuem genes responsáveis por diferentes mecanismos que impedem a ação dos antimicrobianos”.
Considerando as principais teorias evolucionistas, aproxima(m)-se da Teoria de Lamarck a(s)  explicação(ões):
a) I, apenas.
b) II e III, apenas.
c) IV, apenas.
d) I e II, apenas.
12. (UEPG) Um número muito grande de fatos acumulados mostram que a evolução realmente ocorreu e continua ocorrendo. A respeito das evidências da evolução, assinale o que for correto
I   II
0 0 – Observando esqueletos de membros anteriores de crocodilo, ave, baleia e homem percebe-se surpreendentemente a semelhança que evidencia uma origem comum, embora as especificidades funcionais devido à adaptação ao ambiente em que cada animal vive. Por terem a mesma origem evolutiva, embora suas funções sejam diferentes, esses órgãos são denominados homólogos e representam uma evidência evolutiva.
1  1 – Órgãos vestigiais são outra evidência anatômica da evolução humana como o apêndice no intestino grosso, os músculos que movimentam as orelhas e a vértebra caudal.
2  2 – Os embriões têm, em determinado período de seu desenvolvimento, certas estruturas que não estarão presentes no adulto. Em todos os embriões de cordados, aquáticos ou terrestres, há fendas ou sulcos na faringe. Nos peixes e anfíbios jovens elas originarão as brânquias, que não existem nos cordados terrestres. Trata-se de uma evidência do parentesco evolutivo entre os diferentes grupos de cordados.
3  3 – Nos embriões mamíferos o coração tem inicialmente duas câmaras, como o do peixe adulto. Mais tarde passa a ter três câmaras, como o dos anfíbios, e só numa terceira etapa chega à sua forma definitiva com quatro câmaras, sendo dois átrios e dois ventrículos.
4  4 – Quando se estudam as diversas camadas de rochas da crosta terrestre, os fósseis encontrados são bem diferentes. Quanto mais recente a rocha, maior a complexidade e diversidade dos fósseis; isso sugere modificação nas formas de vida ao longo do tempo.
13. (UNIMONTES) A obesidade já é considerada uma epidemia mundial, independentemente de condições econômicas e sociais. Está bem estabelecido que fatores genéticos têm influência no aumento dos casos de obesidade. No entanto, o aumento significativo nos últimos anos pode estar relacionado a vários fatores ambientais. As figuras a seguir relacionam-se ao assunto abordado. Analise-as.
Essas figuras podem ser associadas a alguns aspectos envolvidos no processo de “evolução” dos seres vivos. Analise as alternativas abaixo e assinale a que representa a teoria que melhor explica as transformações ocorridas nas figuras acima.
a) Lei da herança dos caracteres adquiridos.
b) Darwinismo.
c) Lei do uso e desuso.
d) Mutacionismo.
14. (UNICAMP) As mutações gênicas e as recombinações gênicas são os principais acontecimentos biológicos responsáveis pela variabilidade genética nas populações da maioria das espécies de seres vivos. As mutações gênicas responsáveis pela variabilidade genética são:
a) Alterações do código de bases nitrogenadas provocadas apenas por radiação.
b) Alterações causadas pela transformação de uma base nitrogenada em outra pois, sempre que isso ocorre, um aminoácido diferente vai fazer parte da proteína.
c) Alterações de bases nitrogenadas que são transmitidas por reprodução aos seus descendentes.
d) Alterações causadas principalmente por radiação, que afeta as pentoses ou as bases nitrogenadas da molécula de DNA.
15. (UEPA) As figuras abaixo ilustram pensamentos e teorias acerca da evolução. Faça uma análise e relacione-as com as alternativas seguir, assinalando a(s) correta(s).
I   II
0  0 – De acordo com a figura 1, o número de espécie é determinado no momento da criação por Deus e, segundo o fixismo, aumenta gradativamente com o processo de especiação.
1  1 – A figura 2, justamente com as semelhanças anatômicas, fisiológicas e bioquímicas entre as espécies, fornecem dados sobre as relações evolutivas dos seres vivos.
2 2 – A figura 2 representa uma evidência da evolução biológica a partir de vestígios conservados de seres que viveram no passado.
3  3 – A teoria de que as alterações nos organismos surgiram por transmissão de caracteres adquiridos foi criada pelo naturalista da figura 3.
4  4 – O conceito de seleção natural, apresentado pelo naturalista da figura 3, fundamenta-se na sobrevivência e seleção dos indivíduos mais aptos, que se reproduzem a cada geração.
16. (UEL) Atletas utilizam seus membros anteriores para a realização de lançamentos. As figuras abaixo representam membros anteriores de diferentes espécies animais.

De acordo com as figuras e os conhecimentos sobre características evolutivas dos animais, considere as afirmativas a seguir.
I. Por terem funções distintas, os membros anteriores de humanos e de aves apresentam esqueletos com estrutura diferente.
II. Os membros anteriores de morcegos e de humanos são estruturas que surgiram de forma independente, com origem embrionária diferente.
III. As estruturas ósseas das asas de morcegos e de aves são homólogas, pois são derivadas de um ancestral comum.
IV. No processo de adaptação para o voo, asas de aves e de morcegos evoluíram independentemente, fenômeno conhecido como evolução convergente.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.
17. (UFAC) As transformações sofridas pelos seres vivos ao longo do tempo são o foco dos estudos evolucionários. As alternativas abaixo podem ser consideradas evidências evolutivas, exceto:
a) Os fósseis, posto que são considerados testemunhas dos processos evolutivos que os seres vivos vêm passando ao longo de milhares ou milhões de anos.
b) A presença de órgãos vestigiais, já que pode ser um indicativo de uma origem ancestral comum.
c) A análise bioquímica, visto que pode revelar semelhanças entre espécies.
d) As homologias, pois indicam que estruturas têm origens embrionárias diferentes, mas que sempre desempenham a mesma função.
18. (UNICAMP) As mutações gênicas e recombinações gênicas são os principais acontecimentos biológicos responsáveis pela variabilidade genética nas populações da maioria das espécies de seres vivos. As recombinações gênicas ocorrem:
a) A partir da segregação independente dos cromossomos e da permutação (ou crossing-over).
b) Em divisões celulares, apenas em tecidos que tenham uma neoplasia ou um tumor se desenvolvendo.
c) Em animais que tenham reprodução sexuada, em gametófitos, mas não em esporófitos.
d) Na divisão II da meiose e são responsáveis pela diversidade de tipos de óvulos e espermatozoides.
19. (UESPI) No ano de 2010, o Brasil realizou uma grande campanha de vacinação contra o vírus Influenza H1N1. A figura abaixo mostra como, possivelmente, esse vírus se tornou tão perigoso e nos leva a concluir que:

a) Os vírus Influenza Suíno e o vírus humano Influenza H1N1 são, na verdade, o mesmo vírus causador da gripe pandêmica.
b) De maneira geral, as vacinas somente atenuam os sintomas das doenças virais; haja vista que muitas necessitam de novas dosagens ou vacinações anuais.
c) Mutações simultâneas e vantajosas devem ter ocorrido, de forma independente nos vírus humanos e animais, para que ocorresse uma pandemia.
d) Mutações nos genes que codificam as espículas virais dificultam o reconhecimento dos anticorpos; daí, a necessidade de vacinas.
e) Para ocorrer recombinação genética entre os diferentes tipos virais, estes devem infectar diferentes tipos celulares no mesmo organismo.
20. (UEPG) Uma população ou uma espécie que vive em certa área tende a dispersar-se, ocupando o maior número de habitats possível. Como as condições ambientais são diferentes em cada hábitat, a seleção natural faz com que esses grupos, ao longo do tempo, se diferenciem bastante um do outro, já que cada um deles se adapta a um ambiente diferente. A respeito desse fenômeno, assinale o que for correto.
I  II
0  0 – Essa diversificação de formas, originadas de uma espécie única, chama-se poliploidia.
1  1 – Na irradiação adaptativa observa-se que organismos de origens diferentes, que vivem no mesmo ambiente há muito tempo, sendo submetidos a pressões de seleções semelhantes, acabam por se parecer.
2  2 – O fenômeno apresentado é conhecido por irradiação adaptativa e permite que uma única espécie origine uma grande variedade de espécies, cada qual adaptada a certo conjunto de condições de vida.
3  3 – O melhor exemplo da irradiação adaptativa é o cão, animal associado à espécie humana há milhares de anos, e portanto o mais diversificado, já que é o mais submetido à seleção artificial. Cada uma das muitas raças de cães é adaptada a determinada função, como pastoreiro, guarda, guia, tração e caça. Dessa forma passam a pertencer a espécies diferentes, devido a sucessivas modificações e transformações que sofrem.
4  4 – As espécies na condição selvagem, na natureza, são notavelmente uniformes, enquanto aquelas domesticadas e criadas pelo ser humano mostram imensa diversificação de formas, cores, tamanhos, aptidões, resistência, agilidade, força e capacidade reprodutiva. Isso ocorre devido ao tipo de seleção distinta que elas sofrem.
21. (ASCES) Qual hipótese era defendida por Darwin para explicar a diversidade biológica ao longo do tempo evolutivo?
a) Criacionismo.
b) Gradualismo.
c) Catastrofismo.
d) Equilíbrio pontuado.
e) Mendelismo.
22. (FAVIP) Sobre as teorias evolutivas para explicar a diversidade biológica, analise as afirmativas abaixo.
1. Lamarck defendia que o uso constante de um órgão gera sua hipertrofia e a herança dessa característica aos descendentes.
2. Darwin defendia que os organismos eram selecionados naturalmente no ambiente de forma gradual, sendo os menos aptos extintos.
3. A Teoria Sintética da Evolução, de vários autores, defende que a população, não o indivíduo, constitui a unidade evolutiva.
Está(ão) correta(s) apenas:
a) 1 e 2.
b) 1, 2 e 3.
c) 2 e 3.
d) 1 e 3.
d) 2.
23. (UFRN) A produção agrícola teve um grande aumento ao longo dos últimos 50 anos. Uma parte significativa desse crescimento deveu-se à seleção de variedades de vegetais com características mais adequadas tanto à produtividade quanto à aceitação pelos consumidores. Uma alternativa que possibilita acelerar a obtenção de novas variedades do vegetal é expor os exemplares a uma fonte de radiação gama antes de se realizar a polinização. O aumento da ocorrência de novas variedades nessas amostras de vegetais expostas à radiação gama é decorrente:
a) Da eliminação de amostras mais fracas.
b) De alterações provocadas no material genético.
c) Da formação de vegetais transgênicos.
d) Do surgimento de sementes clonadas.
24. (FUVEST) Os resultados de uma pesquisa realizada na USP revelam que a araucária, o pinheiro brasileiro, produz substâncias antioxidantes e fotoprotetoras. Uma das autoras do estudo considera que, possivelmente, essa característica esteja relacionada ao ambiente com intensa radiação UV em que a espécie surgiu há cerca de 200 milhões de anos. Com base na Teoria Sintética da Evolução, é correto afirmar que:
a) Essas substâncias surgiram para evitar que as plantas sofressem a ação danosa da radiação UV.
b) A radiação UV provocou mutações nas folhas da araucária, que passaram a produzir tais substâncias.
c) A radiação UV atuou como fator de seleção, de maneira que plantas sem tais substâncias eram mais suscetíveis à morte.
d) A exposição constante à radiação UV induziu os indivíduos de araucária a produzirem substâncias de defesa contra tal radiação.
e) A araucária é um exemplo típico da finalidade da evolução, que é a produção de indivíduos mais fortes e adaptados a qualquer ambiente.
25. (UNICENTRO) Relacione as colunas e assinale a alternativa correta, nas associações propostas sobre Evolução.
A. Fixismo.
B. Estruturas análogas.
C. Estruturas homólogas.
D. Evolução convergente.
E. Evolução divergente.
F. Paleontologia.
G. Lamarck.
H. Neodarwinismo.
1. Evolução de dois ou mais grupos de seres vivos que não possui ancestral comum, apresentando mesmas adaptações.
2. Evolução de estruturas homólogas que não desempenham a mesma função.
3. Estudo dos vestígios e restos de organismos que viveram no passado.
4. Princípio no qual as espécies são imutáveis.
5. Criador das leis do uso ou desuso, e da transmissão dos caracteres adquiridos.
6. Semelhantes na função, mas não tem a mesma origem embrionária.
7. Conciliação das ideias da seleção natural e da genética.
8. Derivam de estruturas existentes em um mesmo ancestral comum exclusivo.
a) B6C7D2 – G8 – H5.
b) C8B5E2G3H7.
c) D1E7F4G5H8.
d) A1B2 C4 F3G8.
e) A4C8D1E2F3.
26. (UESPI) Charles Darwin e Gregor Mendel foram contemporâneos; mas o primeiro jamais conheceu as ideias do segundo. Considerando as ideias de um e de outro, pode-se afirmar que:
a) A teoria da seleção natural é inválida, uma vez que não explica os mecanismos genéticos que provocam a diversidade biológica.
b) Mendel lançou as bases da teoria sintética da evolução, uma vez que as mutações são as únicas causas que explicam a variedade genética entre os organismos.
c) Darwin defendia que características advindas no curso de vida do organismo, se vantajosas, poderiam ser herdadas pela prole.
d) Os experimentos de Mendel com ervilhas mostram que o cruzamento genético produz diversidade biológica e evita a extinção de espécies.
e) O neodarwinismo utiliza as ideias de Mendel para explicar que os genes são as unidades de evolução cujos mecanismos são dirigidos pela seleção natural defendida por Darwin.
27. (PUC-RIO) A ilustração a seguir apresenta alguns dos diferentes tipos de pombos originados do pombo selvagem:
Fonte: modificado de http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/evolucao-dos-seres-vivos/imagens/evolucao-dos-seresvivos16g.jpg. Acesso em 15.ago.2010
Sabendo-se que esses diferentes tipos podem cruzar entre si e produzir descendentes férteis, é correto afirmar que o grupo de pombos da ilustração pertence:
a) A espécies distintas e a gêneros diferentes.
b) A espécies diferentes e à mesma raça.
c) À mesma espécie e a diferentes raças.
d) A espécies diferentes e ao mesmo gênero.
e) A espécies distintas e a gêneros associados.
28. (UPE) Em relação à evolução dos seres vivos, assinale a alternativa correta.
a) Darwin se baseou nos fenômenos da seleção natural sobre as novas características genéticas, surgidas por mutações necessárias e direcionadas por mudanças bruscas no ambiente, para explicar a evolução.
b) O surgimento de bactérias resistentes a antibióticos representa um fenômeno evolutivo direcionado, por necessidades de sobrevivência, a condições adversas do ambiente, em que não há atuação da seleção natural.
c) Novas espécies são formadas a partir de populações isoladas, por barreiras geográficas que impedem o intercâmbio genético entre elas. Isso explica a razão de não haver especiação sem isolamento geográfico.
d) Evolução biológica é a adaptação a ambientes em mudanças contínuas. Em ambientes naturais, não há extinção de espécies, pois os organismos estão sempre evoluindo em direção ao aprimoramento, tornando-se, cada vez mais , complexos.
e) A irradiação adaptativa explica a evolução de grandes grupos de seres vivos a partir de um ancestral comum.
29. (UNIFAL) Duas populações diferentes de elefantes-marinhos (Mirounga angustirostris) apresentam diversidades genéticas bastante diferentes. A população do norte da Califórna é extremamente homogênea neste aspecto enquanto a população do sudeste, em um Parque Nacional marinho, é bastante heterogênea. Os ambientes ocupados por essas duas populações têm sofrido igualmente grandes alterações como aquecimento global, poluição e variação no nível do mar. Essa espécie também foi bastante caçada principalmente na primeira metade do século XX. A baixa variabilidade genética da população norte é decorrente de:
a) Efeito gargalo-de-garrafa, no qual uma redução populacional drástica, promovida pela caça intensa (proibida no Parque Nacional), exclui vários alelos dessa população.
b) Seleção natural promovida pelas mudanças ambientais, que favoreceu os indivíduos geneticamente mais homogêneos.
c) Sistema reprodutivo baseado em um único macho alfa que afasta os rivais e se reproduz com todas as fêmeas do harém.
d) Deriva genética, flutuação dirigida de freqüências alélicas que sempre direciona para a homogeneidade genética de uma população.
30. (UEM) Assinale a(s) alternativa(s) correta(s) sobre a teoria sintética e a especiação.
I   II
0  0 – A teoria sintética foi proposta por Darwin como aperfeiçoamento da teoria da evolução.
1  1 – A teoria sintética demonstra que a evolução é resultado da ação de vários fatores, como a seleção natural, a mutação e a migração. Esses fatores alteram a frequência relativa dos genes.
2  2 – A mutação pode ser explicada como uma mudança na sequência de bases nitrogenadas do DNA e pode ser provocada por um defeito no próprio mecanismo de duplicação do DNA ou por fatores ambientais.
3  3 – O processo pelo qual uma espécie se espalha por vários ambientes e origina um número grande de espécies diferentes é chamado de irradiação adaptativa.
4  4 – A especiação em populações de uma mesma espécie vivendo na mesma área é dita alopátrica, enquanto aquela que ocorre entre populações da mesma espécie isoladas geograficamente é chamada simpátrica.
31. (UESPI) Uma série de notícias sobre o aparecimento de uma “superbactéria” resistente a antibióticos tem assustado a população brasileira, mais particularmente, pacientes hospitalizados. Dentre as explicações abaixo para o fenômeno, qual não é adequada?
a) A automedicação sem prescrição médica provoca mutações nas bactérias.
b) Bactérias de diferentes espécies podem conjugar-se entre si transferindo genes de resistência.
c) Vírus bacteriófagos podem incluir genes de resistência a antibióticos provenientes de uma bactéria em outras infectadas.
d) A ingestão indiscriminada de antibióticos seleciona bactérias naturalmente resistentes a antibióticos.
e) A descontinuidade do tratamento antibioticoterápico dá a chance de que bactérias resistentes prevaleçam numericamente na população.
32. (UFMG) Desenvolvida, há 150 anos, por Charles Darwin e Alfred Wallace, a ideia da seleção natural pode ser sustentada por observações científicas atuais. Assinale a alternativa que contém uma informação que não é sustentada pela Teoria Evolutiva por Seleção Natural.
a) A reposição do fator de coagulação mediante transfusão de sangue aumenta a adaptabilidade dos hemofílicos.
b) Certas bactérias, em face de mudanças no ambiente, adquirem a capacidade de produzir novas substâncias.
c) O vírus HIV pode sofrer mutações, o que dificulta o tratamento de indivíduos soropositivos.
d) Os peixes cegos apresentam menor chance de sobrevivência em ambientes iluminados.
33. (UFPR) Sabendo que filogenia pode ser entendida como o conjunto de relações evolutivas que se dão entre os organismos, do mesmo ou de diferentes grupos taxonômicos, as algas podem ser consideradas como um grupo não-natural polifilético. Com base nisso, identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F).
( ) São classificadas como polifiléticas, pois podem estar associadas a outros organismos em processos de simbioses, como no caso das algas verdes, que fazem simbiose com liquens e zooxantelas com os corais.
( ) São chamados de grupo não natural, pois várias das espécies existentes hoje foram desenvolvidas através de ferramentas de engenharia genética.
( ) São consideradas como um grupo não natural polifilético, pois não apresentam um único ancestral comum de todos os organismos.
( ) Apresentam organismos representativos de diferentes reinos, como o monera, o protista e o plantae.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) FFVV.
b) VFFV.
c) FF FV.
d) VVVF.
e) VVFF.
34. (UEL) A fauna de vertebrados do fundo de cavernas é representada por peixes, salamandras e morcegos, são animais geralmente despigmentados e, no caso dos peixes, cegos. Sobre a condição de cegueira dos peixes da caverna, atribua verdadeiro (V) ou falso (F) para as afirmativas a seguir, que explicam a razão pela qual encontramos maior incidência de peixes cegos dentro das cavernas do que fora delas, quando comparada com a população de peixes não cegos.
(  ) Dentro das cavernas, os peixes não cegos são presas fáceis dos peixes cegos.
(  ) Fora das cavernas, os peixes cegos são presas fáceis de predadores.
(  ) Fora das cavernas, os peixes não cegos levam vantagem sobre os peixes cegos.
(  ) Dentro das cavernas, os peixes cegos levam vantagem sobre os peixes não cegos.
Assinale a alternativa que apresenta, de cima para baixo, a sequência correta.
a) F, V, V e V.
b) F, V, V e F.
c) V, F, V e F.
d) V, F, F e V.
e) V, V, F e F.
35. (UNICENTRO) A evolução dos vertebrados contribuiu para a conquista do ambiente terrestre por esse grupo de animais. Algumas características foram necessárias, tais como a respiração pulmonar, o ovo amniótico (protegido por uma casca membranosa ou calcária) e a endotermia. Essas três características surgiram, respectivamente, em:
a) Larvas de anfíbios, aves e mamíferos.
b) Larvas de anfíbios, répteis e aves.
c) Adultos de anfíbios, répteis e aves.
d) Adultos de anfíbios, aves e mamíferos.
36. (UFG) As asas dos insetos e das aves evoluíram como estruturas eficientes para a sobrevivência desses animais no ambiente aéreo. Do ponto de vista evolutivo, esses órgãos evidenciam:
a) Homologia.
b) Convergência evolutiva.
c) Origem embrionária comum.
d) Irradiação adaptativa.
e) Existência de ancestral comum.
37. (PUC-CAMPINAS) Para responder esta questão considere o texto abaixo.
ABELHAS
As abelhas são insetos sociais. Os indivíduos que vivem nas colmeias se dividem em três castas: rainha, operárias e zangões.
A maioria das abelhas de uma colmeia é formada por fêmeas:
1 rainha e cerca de 5.000 a 100.000 operárias. Os machos − os zangões − são encontrados em um número máximo de 400 indivíduos.
A rainha é quase duas vezes maior que as operárias e é a única fêmea fértil da colmeia, com um sistema reprodutivo bastante desenvolvido. Ela coloca cerca de 2.500 ovos por dia! Os ovos fertilizados produzem operárias e rainhas. Ovos não fertilizados se desenvolvem em zangões.
O que determina se o ovo formará uma rainha ou uma operária é o alimento oferecido à larva originada do próprio ovo. As larvas que se alimentam exclusivamente de geleia real se desenvolvem em rainhas. As que se alimentam de geleia de operária, contendo menos açúcar do que a geleia real, mais mel e pólen, transformam-se em operárias.
A rainha mantém a ordem social por meio da liberação de substâncias químicas, os feromônios, que informam os outros membros da colônia que ela está ativa e presente, além de inibir a produção de novas rainhas.
(http://educacao.uol.com.br/ciencias/abelhas2.jhtm)
A variabilidade genética nas abelhas é:
a) Muito baixa, pois os filhotes machos são idênticos, sem variabilidade alguma.
b) Exclusivamente dependente das mutações que podem ocorrer no DNA das células germinativas da rainha.
c) Exclusivamente dependente das mutações que podem ocorrer no DNA das células germinativas do zangão.
d) Dependente dos processos de segregação independente e permutação que ocorrem na meiose das fêmeas.
e) Dependente dos processos de segregação independente e permutação que ocorrem na meiose dos machos e das fêmeas.
38. (FUVEST) Recomenda-se que apenas os casos graves de gripe (influenza) causada pelo vírus A (H1N1) sejam medicados com antiviral. Essa precaução leva em conta as altas taxas de mutação a que os vírus de influenza estão sujeitos, pois:
a) Os medicamentos antivirais só são efetivos contra as formas altamente mutantes dos vírus, que causam os casos mais graves da doença, estes os únicos que podem beneficiar-se do tratamento.
b) As mutações produzem diversidade genética e os vírus resistentes ao medicamento, que venham a surgir, podem se tornar predominantes, pois não são eliminados pelo tratamento.
c) As mutações tendem a originar indivíduos mais adaptados ao meio e, portanto, os vírus reagem ao medicamento, tornando-se progressivamente resistentes ao tratamento.
d) Os medicamentos antivirais têm como efeito colateral aumentar a taxa de mutação dos vírus que passam a se multiplicar mais rapidamente e, assim, se tornam resistentes ao tratamento.
e) As mutações induzidas por medicamentos provocam especificamente aumento de resistência, e o tratamento contra um vírus, que possui taxa de mutação elevada, tem alta probabilidade de originar linhagens virais resistentes.
39. (UNICENTRO) Na natureza sabemos que os recursos não são ilimitados, portanto as populações crescem de acordo com a disponibilidade destes. O crescimento exponencial das populações é um aspecto chave na teoria de Charles Darwin (1809-1882). Darwin leu os escritos de Malthus e compreendeu que o excedente de descendentes que resulta do crescimento exponencial permite a transformação evolutiva. Sobre a mtransformação evolutiva proposta por Darwin, assinale a alternativa correta.
a) O principal agente de modificações é a ação da seleção natural sobre as variações individuais.
b) O agente de modificação é a mutação nos genes, que ocorre durante a mitose e meiose nas células germinativas.
c) A deriva genética é o principal selecionador dos indivíduos mais adaptados.
d) A imigração transforma as populações ilimitadas, já que há excedente de recursos.
e) As modificações adquiridas são transmitidas aos descendentes.
40. (FUVEST) Considere os filos de animais viventes e as seguintes características relacionadas à conquista do ambiente terrestre:
I. Transporte de gases feito exclusivamente pelo sistema respiratório, independente do sistema circulatório.
II. Respiração cutânea e pulmonar no mesmo indivíduo.
III. Ovos com casca calcárea resistente e porosa.
A sequência que reproduz corretamente a ordem evolutiva de surgimento de tais características é:
a) I, II e III.
b) II, I e III.
c) II, III e I.
d) III, I e II.
e) III, II e I.

GABARITO


01
0203040506070809
10
B
VFFVVACVVVVVAAED
VVVVV
11
1213141516171819
20
B
VVVVVCCFVVFVCDAD
FFVFV
21
2223242526272829
30
B
BBCEECEA
FVVVF
31
3233343536373839
40
A
BABCBDBA
A

ESPECIAÇÃO

Especiação é o processo evolutivo pelo qual novas espécies são formadas. Assim sendo, ao longo dos tempos novas espécies têm surgido e outras têm se extinguido. As populações, por seu turno, são caracterizadas pela sua carga genética e pela frequência de alelos que a compõe, sendo essa frequência variável entre populações da mesma espécie. A interrupção de intercâmbio livre entre as várias populações de uma espécie leva ao acúmulo de diferenças genéticas entre elas. Essas diferenças decorrem, basicamente, de mutações, recombinação genética e seleção, podendo levar a uma situação que não permite o cruzamento entre as populações. Este isolamento reprodutivo caracteriza a formação de espécies diferentes. A divergência genética entre elas e a espécie ancestral é, via de regra, irreversível e tende a aumentar. Considera-se a existência de dois processos básicos de especiação: anagênese e cladogênese ou especiação por diversificação (esquema abaixo).
I. Anagênese
Na anagênese, a população vai se modificando gradativamente ao longo do tempo, podendo resultar em um grupo tão diferente do ancestral a ponto de se constituir uma espécie nova. Neste processo não há isolamento geográfico, como ocorre na cladogênese. A anagênese é, em última análise, uma evolução continua que gera uma nova espécie, como mostra o esquema anterior. A mutação, a recombinação gênica e a seleção natural são exemplos de eventos anagênicos. A evolução resultante da anagênese é frequentemente denominada de microevolução.
II. Cladogênese
Na especiação por cladogênese (esquema anterior), as novas espécies se formam a partir de grupos que se isolam, graças a uma barreira geográfica natural ou artificial. Essa barreira, evidentemente, impede a troca de genes entre os referidos grupos. Após longo tempo de isolamento, as populações separadas podem originar novas espécies, por acúmulo de mutações e adaptações às condições ambientais diferentes. As duas populações ou linhagens filogenéticas, que inicialmente pertenciam a uma mesma espécie, são chamadas de clados, daí a denominação de cladogênese, atribuída a esse mecanismo de especiação. Admite-se que a maioria das espécies surgiu por cladogênese, sendo, portanto a forma mais comum de especiação.
A especiação por cladogênese pressupõe a ocorrência de, pelo menos, três etapas sequenciais: isolamento geográfico, diversificação gênica (pressão de seleção diferente) e isolamento reprodutivo.
1. Isolamento geográfico: consiste na formação de barreiras que separam uma população em subpopulações (figura a seguir). As barreiras, denominadas geográficas ou ecológicas, que promovem esse isolamento podem ser representadas por um rio que corta uma planície, um vale que separa dois planaltos ou um braço de mar que separa ilhas e continentes. Impedindo a passagem de indivíduos, elas interrompem também o fluxo gênico entre os dois grupos, que passam então a ser submetidos à ação da seleção natural em ambos os lados. Dessa forma, o isolamento geográfico faz com que variabilidades genéticas novas, surgidas em uma das subpopulações, não sejam transmitidas para a outra.
2. Diversificação gênica: é a progressiva diferenciação do conjunto gênico de subpopulações isoladas, que é causada, basicamente, por dois fatores: mutações e seleção natural. As mutações respondem pela introdução de alelos diferentes em cada um dos grupos isolados, que passarão a integrar o pool gênico (conjunto gênico). A seleção natural, atuando em ambientes distintos, tende a preservar certos genes em uma das subpopulações, que são transferidos aos descendentes, por meio da reprodução, e a eliminar genes similares em outra subpopulação, acentuando, como consequência, a diversidade gênica e adaptando os grupos a diferentes nichos ecológicos. Dessa forma, essas subpopulações, assim separadas, acumulam diferenças ao longo do tempo, podendo chegar a desenvolver mecanismos de isolamento reprodutivo, que caracteriza a formação de novas espécies.
3. Isolamento reprodutivo: é a incapacidade, total ou parcial, de membros de duas populações se cruzarem. Ele atua impedindo a mistura de genes das populações quando elas entram em contato. Via de regra, após um longo período de isolamento geográfico, as populações isoladas se tornam tão diferentes que não mais conseguem cruzar ou não formam descendentes férteis, mesmo depois do desaparecimento da barreira geográfica. Quando isso ocorre, elas são consideradas espécies distintas. O isolamento reprodutivo evolui, portanto como subproduto da divergência entre populações geograficamente afastadas.
Os mecanismos de isolamento reprodutivos podem ser classificados em dois grupos: pré-zigóticos e pós-zigóticos.
I. Mecanismos pré-zigóticos: são aqueles que impedem a fecundação entre indivíduos de espécies diferentes e, consequentemente, a formação do zigoto. Relacionamos a seguir os principais tipos:
Ia. Isolamento estacional ou sazonal: decorre de diferenças nas épocas de reprodução. Neste caso, indivíduos de dois grupos tornam-se aptos ao acasalamento em diferentes épocas ou estações do ano. Como exemplo, citamos grupos diferentes de rãs que vivem em uma mesma lagoa, mas não se reproduzem na mesma época.
Ib. Isolamento de hábitat ou ecológico: resulta da ocupação de diferentes hábitats, mesmo vivendo em uma mesma região. Dessa forma, essas populações estão isoladas e não trocam genes entre si. Em condições naturais, leões e tigres, por exemplo, podem se cruzar em cativeiro, produzindo descendentes férteis. Na natureza, entretanto, não se cruzam por viverem em hábitats diferentes.
Ic. Isolamento etológico ou comportamental: decorre de diferentes padrões de comportamento de corte, antes do acasalamento ou diferenças na produção e recepção de estímulos que levam machos e fêmeas a se reproduzirem. Ele representa um fator de fundamental importância na reprodução de diversas espécies animais e ocorre principalmente nos vertebrados, particularmente entre as aves, embora também se verifique entre os insetos. O comportamento de um dos sexos não é, em última análise, compreendido pelo outro sexo. Via de regra, as fêmeas só aceitam o macho depois que ele realiza um complexo ritual de corte, típico para cada espécie. Como exemplo, citamos os sinais luminosos emitidos por vaga-lumes machos que, dependendo das espécies, variam na frequência, na duração da emissão e na cor, levando a que a fêmea só responda ao sinal emitido pelo macho da sua própria espécie. Outro exemplo é representado pelo canto das aves. Sendo esse canto específico, as fêmeas são atraídas para o território dos machos de sua espécie.
Id. Isolamento mecânico ou incompatibilidade anatômica: resulta da incompatibilidade estrutural dos órgãos reprodutores de diferentes espécies, não as adequando, fisicamente, a ocorrência do ato sexual. Isso pode ocorrer tanto em animais quanto em vegetais, em que a diferença de tamanho ou forma dos órgãos genitais impede a cópula. Nas plantas, por exemplo, há casos em que o tubo polínico não consegue germinar no estigma de uma flor de outra espécie. No que concerne aos animais, ele representa um mecanismo importante em artrópodes, com genitálias rígidas e exoesqueleto, embora também ocorra em gastrópodes e em anelídeos.
Ie. Mortalidade gamética: resulta de fenômenos fisiológicos que impedem a sobrevivência dos gametas masculinos de uma espécie no sistema reprodutor feminino de outra. É evidente que esse mecanismo só ocorre em espécies que apresentam fecundação interna. Esse processo ocorre em moscas do gênero Drosophila.
II. Mecanismos pós-zigóticos: são aqueles que inviabilizam a sobrevivência do híbrido ou a sua fertilidade. Mesmo ocorrendo a cópula, esses mecanismos impedem ou reduzem seu sucesso. Neste caso, o desenvolvimento do zigoto é inviável, ou se ocorrer, a progênie pode ser frágil e morrer rapidamente ou ainda ser infértil. O insucesso na reprodução configura uma alteração na carga gênica dos seres envolvidos, a ponto de ocasionar a falta de estabilidade necessária na(s) formação(ões) do(s) novo(s) organismo(s) gerado(s). Nesse grupo, relacionamos:
IIa. Mortalidade do zigoto: a fecundação entre gametas de espécies diferentes pode levar à formação de zigoto pouco viável, que não se desenvolve após a fecundação, morrendo em face da ocorrência de desenvolvimento embrionário irregular. Esse processo é muito comum entre os peixes dotados de fecundação externa. Neles, embora possa haver facilidade de união dos gametas, a incompatibilidade genética impede o desenvolvimento do zigoto.
IIb. Inviabilidade do híbrido: neste caso, os membros de duas espécies podem copular, o zigoto se forma, mas o embrião morre prematuramente, devido à incompatibilidade que ocorre entre os genes maternos e paternos. Como exemplo citamos o caso de algumas espécies de rãs que, embora habitem uma mesma lagoa e possam, eventualmente, cruzar-se, geram híbridos interespecíficos que não se desenvolvem.
IIc. Esterilidade do híbrido: neste caso, há formação do híbrido interespecífico que, por vezes, é até mais vigoroso que os membros das espécies parentais (fenômeno conhecido como vigor do híbrido ou heterose), sendo, entretanto, estéril. A esterilidade pode ser decorrente da presença de gônadas anormais ou da dificuldade de emparelhamento cromossômico na meiose. Como exemplo clássico, citamos o caso do burro ou da mula (muares), que é um híbrido estéril, resultante do cruzamento entre o jumento (Equus asinus) e a égua (Equus cabalus). Os cromossomos dos genitores do burro apresentam diferenças na homologia e no número. Enquanto o jumento tem 2n = 62, a égua tem 2n = 64. Nas células germinativas do burro, os cromossomos não se emparelham corretamente, impedindo a ocorrência de meiose normal e, consequentemente, a formação de gametas viáveis. A mula e o burro (figura abaixo) são considerados híbridos interespecíficos. Eles não constituem uma terceira espécie.
Lembramos que o pintagol (ou arlequim), que resulta do cruzamento entre um pintassilgo macho e uma canária; o tigão (ou ligre), produto do cruzamento de uma leoa com um tigre e o lepórido, gerado a partir do cruzamento entre uma lebre e um coelho, são também considerados híbridos interespecíficos.
IId. Deterioração da geração F2: neste caso, a primeira geração de híbridos interespecíficos (F1) é normal e fértil, seus filhos, entretanto, que representam a geração F2, são fracos ou estéreis. Isso se deve à recombinação gênica incompatível, que ocorre na formação dos gametas que dão origem à geração F2.
Em face de envolver grande desperdício de tempo e de energia, sem que haja a perpetuação de seus genes através da reprodução, o isolamento pós-zigótico é, evolutivamente, desvantajoso para as espécies que se entrecruzam.
Considerando o fator tempo, em termos geológicos, fala-se em dois tipos de especiação (figura a seguir): gradualismo filético e equilíbrio pontuado (saltacionismo, pontualismo ou teoria dos equilíbrios intermitentes).
I. Gradualismo filético: teoria evolutiva proposta por Charles Darwin no seu livro “A Origem das Espécies”, publicado em 1859. Segundo o gradualismo filético, a evolução ocorre através do acúmulo de pequenas modificações sucessivas ao longo de várias gerações e não por grandes saltos, sendo, portanto, um processo anagênico. As novas adaptações evoluem em pequenos passos, a partir de órgãos, padrões de comportamento, células ou moléculas preexistentes. Dessa forma, as diferenças entre os organismos, mesmo naqueles dotados de diferenças radicais, envolvem o incremento de pequenos passos através de formas intermediárias, como mostra a figura anterior. O gradualismo resulta, portanto, do acúmulo de pequenas diferenças genéticas ao longo de várias gerações, sob a influência da seleção natural.
II. Equilíbrio pontuado: teoria evolutiva proposta pelos paleontólogos norte-americanos Stephen Jay Goulde Niles Eldredge, em 1972. O equilíbrio pontuado, ao contrário do gradualismo darwiniano, supõe que as espécies se formam a partir de um ancestral comum por mudanças rápidas, pouco se modificando, depois, ao longo de sua existência. Nele há, portanto, longos períodos de “estase”, no qual ocorre acúmulo de mutações genéticas, “pontuados” por “boons” de especiação. Desse modo, a especiação não ocorre de forma constante, mas alternada em período de escassas mudanças, com súbitos saltos que caracterizam alterações estruturais ou orgânicas adaptadas e selecionadas. Não sendo graduais, como propõe o gradualismo (ver figura anterior), as mudanças levam a eventos que pontuam ou interrompem um longo período de estabilidade evolutiva (figura abaixo).
A principal diferença do equilíbrio pontuado para o gradualismo filético é que, no primeiro, a maior parte da evolução se concentra nos eventos de cladogênese, diferentemente do que ocorre com o gradualismo, em que as mudanças estão associadas a processos anagênico, como vimos acima. O equilíbrio pontuado objetiva explicar a dificuldade em encontrar formas intermediárias de fósseis que registrem as mudanças graduais dos organismos ao longo do tempo, lacunas que as ideias tradicionais atribuem ao fato de os registros fósseis serem incompletos e falhos. A ideia do equilíbrio pontuado tem provocado grande polêmica nos meios científicos e vem, nos últimos tempos, ganhando alguns adeptos, sendo apontada hoje como uma teoria muito original.
Trabalhos desenvolvidos por Doug Erwin e Robert Anstey, em 1995, revisando vários estudos que visavam testar a teoria do equilíbrio pontuado, levaram a conclusão que a especiação às vezes é gradual e às vezes é pontual.Não há, portanto, segundo eles, um único modo que seja típico do complicado processo de especiação.
ESPECIAÇÃO POR POLIPLOIDIA
Os mecanismos de especiação são, via de regra, graduais e podem levar milhões de anos para se completar. Pode ocorrer, entretanto, o surgimento “brusco” de novas espécies por poliploidia, fenômeno raro nos animais e relativamente frequente nos vegetais, nos quais tem sido um mecanismo importante para a diversificação e especiação. Dessa forma, duas espécies simpátricas (vivendo na mesma região) podem originar, “instantaneamente”, uma nova espécie por poliploidia. Acidentes cromossômicos ocorridos durante a divisão celular podem gerar gametas diploides, em vez de haploides, como acontece normalmente. Esse fenômeno ocorre, geralmente, quando não há citocinese o que leva à formação de uma célula como o número anormal de cromossomos.
Lembramos que indivíduos poliploides são aqueles que apresentam um número múltiplo exato do genoma típico da espécie. Eles são denominados triploides (3n), tetraploides (4n), pentaploides (5n), etc., conforme possuam três, quatro, cinco ou mais genomas, respectivamente. Há dois tipos de organismos poliploides: autopoliploide e alopoliploide. Os autopoliploides são indivíduos cujos progenitores são da mesma espécie e a poliploidia resulta de um erro na divisão do zigoto. Os alopoliploides, por seu turno, resultam de progenitores de espécies diferentes e surgem em decorrência de uma duplicação cromossômica no híbrido. Os organismos poliploides são, via de rega, mais fortes, maiores e dotados de maior capacidade de adaptação a novas condições que os diploides. Devido à redundância genética, eles costumam apresentar uma grande resistência a doenças genéticas e mutações, provavelmente em função de eles poderem combinar as melhores características das espécies progenitoras. Em consequência disto, eles “fogem” um pouco às pressões seletivas.
A junção de gametas diploides pode levar à formação de zigotos tetraploides, que podem se desenvolver e originar indivíduos com o número de cromossomos duplicado em relação à espécie ancestral. Dois indivíduos tetraploides podem cruzar produzindo descendência fértil. Do cruzamento entre um tetraploide, que nem sempre é isolado reprodutivamente das espécies parentais, e um diploide, entretanto, surgem indivíduos triploides que são estéreis. A duplicação do número de cromossomos não leva, necessariamente, ao cessar de fluxo gênico entre os recém-criados poliploides e os seus parentais diploides. Essa especiação (especiação por mutação) ocorre, portanto, na ausência de barreira geográfica, sendo dessa forma, um processo anagênico.
Como exemplo de especiação poliploide, entre os vegetais, citamos o trigo atual (Triticum sativum), dotado de 42 cromossomos (2n = 42). Ao que tudo indica ele surgiu, há cerca de 8.000 anos, por hibridização de um trigo possuidor de 2n = 28 cromossomos (Triticum turgidum) com um trigo dotado de 2n = 14 cromossomos (Triticum tauchii), sendo, portanto, um alopoliploide. Nessa especiação, ocorreu no Triticum sativum (híbrido tetraploide) uma duplicação total dos seus cromossomos (figura a seguir). Assim sendo, ele passou a ter os dois conjuntos de cromossomos, herdados dos progenitores, em pares homólogos, com consequente produção de gametas diploides viáveis, através de meioses normais. O Triticum sativum possui, portanto, um patrimônio genético próprio, isolando-o reprodutivamente dos seus antecessores (Triticum turgidum e Triticum tauchii). Supõe-se que outras espécies de plantas poliploides, como o algodão, a batata e o tabaco, tiveram sua origem a partir de hibridização entre espécies diferentes, sendo, a exemplo do Triticum sativum, alopoliploides.
No que diz respeito aos animais, a poliploidia ocorre com certa frequência em vertebrados inferiores.  Como exemplo, citamos a espécie tetraploide da rã Hyla versicolor (2n = 48), que resultou de mutações por poliploidia em populações da rã Hyla shrysocelis (2n = 24). Essas duas espécies se distinguem, no campo, pelas vocalizações e, no laboratório, pelos cariótipos. Estudos diversos têm mostrado que a poliploidia ocorre atualmente em lagartos Cnemidophorus tesselatus, peixes Poecilia formosa (parentes dos peixes de aquário mollys e guppies), rãs Rana esculenta e parece ter ocorrido em peixes da família dos ciprinídeos, dentre outras espécies.
No Brasil, Maria Luiza Beçak e Willy Beçak, pesquisadores do Instituto Butantan de São Paulo, desenvolveram estudos envolvendo o sapo Odontophrynus americanus, que apresenta uma forma tetraploide com 2n = 44 cromossomos e outra diploide com 2n = 22 cromossomos. Embora não se cruzem na natureza, as duas formas são, na prática, indistinguíveis morfologicamente. Trabalhos experimentais, principalmente em níveis moleculares e fisiológicos, desenvolvidos ultimamente, reforçam a proposição de uma nova nomenclatura científica para Odontophrynus americanus 2n e 4n, classificando-os como espécies distintas ou pelo menos em curso de especiação.
ESPECIAÇÃO SIMPÁTRICA
A especiação se diz simpátrica quando duas espécies podem surgir sem que tenha havido isolamento geográfico, divergindo quando ainda ocupam a mesma área geográfica, sendo, dessa forma um processo anagênico. Nessa especiação, fatores intrínsecos à população, como a poliploidia, conduzem ao isolamento genético. Espécies simpátricas (que vivem em uma mesma área geográfica), portanto, são aquelas que coexistem lado a lado, explorando o meio de forma diferente. Admite-se que a seleção disruptiva [ver “seleção natural (sobrevivência dos mais aptos), matéria publicada neste blog em 14/10/2011], possa levar à especiação simpátrica pelo favorecimento dos indivíduos com fenótipos extremos de uma população. Neste caso, a seleção força a diferenciação de conjuntos gênicos distintos, o que eventualmente pode levar ao isolamento reprodutivo.
A especiação simpátrica é muito comum em plantas, em face de elas poderem desenvolver, como mencionamos acima, conjunto múltiplo de cromossomos homólogos, resultando em organismos poliploides. Dessa forma, a especiação por poliploidia, em que os descendentes poliploides, embora reprodutivamente isolados, ocupam o mesmo ambiente das plantas parentais, constitui, também, um exemplo de especiação simpátrica.
ESPECIAÇÃO ALOPÁTRICA
A especiação se diz alopátrica ou geográfica quando a população inicial se divide em dois grupos geograficamente isolados, devido, por exemplo, a fragmentação do seu habitat (isolamento geográfico), levando a um impedimento do fluxo gênico entre eles. A barreira geográfica pode surgir por mudanças geológicas e geomorfológicas (cursos d’água, rios, cadeias de montanhas, deriva continental, vulcões, etc.), bem como por eventos de dispersão (deslocamento de populações para regiões distantes, dispersão causada pelas correntes marinhas, etc.). Esses grupos vão sofrendo diferenciações por estarem sujeitas a mutações diferentes, pressões seletivas diferentes ou fatores aleatórios, como a deriva genética. Decorrido certo intervalo de tempo, mesmo que a barreira que os isolou desapareça, levando a que os indivíduos que faziam parte da população original voltem a se encontrar, é possível que eles não mais possam trocar genes entre si (isolamento reprodutivo). Dessa forma, mesmo que eles voltem a viver em simpatria, não serão mais compatíveis reprodutivamente. Quando isto ocorre dizemos que novas espécies foram formadas. As espécies alopátricas se formam, portanto, em regiões diferentes. O isolamento geográfico é, dessa forma, o ponto de partida para a diversificação dessas populações, como vimos na especiação cladogênica.
Um exemplo clássico de especiação alopátrica ocorreu com os pássaros da família dos fringilídeos, conhecidos como Tentilhões de Darwin, que este pesquisador estudou em Galápagos, durante sua viagem a bordo do navio Beagle. Darwin (1809-1882) constatou a existência de aproximadamente 14 espécies de tentilhões vivendo nas diferentes ilhas do arquipélago de Galápagos. Analisando-as, constatou que apesar da forte semelhança entre as várias espécies, elas apresentavam diferentes adaptações, principalmente em relação à forma do bico (figura abaixo) e ao tipo de alimento utilizado. O isolamento nas diferentes ilhas impede a migração e consequentemente o fluxo gênico entre elas, favorecendo a estabilização de características genéticas particulares.
Como outro exemplo de especiação alopátrica citamos uma situação que ocorreu na ilha do Porto Santo, para onde foram transferidos, no século XV, ratos que habitavam o continente europeu. Em função da ausência de predadores ou competidores eles proliferaram rapidamente na nova região. As diferenças entre os ratos europeus e os seus ancestrais de Porto Santo, já eram bastante evidentes no século XIX. Posto em contato novamente, eles não mais se cruzaram, caracterizando a formação de uma nova espécie de ratos. A divergência no pool gênico (conjunto gênico) foi de tal ordem que impossibilitou o intercruzamento entre as duas populações.
Caso o tempo de separação não tivesse sido suficientemente longo, as diferenças genéticas permitiriam, ainda, o cruzamento entre eles, restabelecendo o fluxo genético e caracterizando a formação de subespécies, etapa intermediaria no percurso da especiação. As regiões em que as populações, embora difiram em várias características, ainda se intercruzam em maior ou menor extensão são conhecidas como zonas híbridas.
Um caso em que o isolamento não foi suficientemente longo para a formação de novas espécies, ocorreu com os corvos (Corvus corone). Neste caso, a separação se verificou durante a última glaciação, ao fim da qual, os dois grupos voltaram a manter contato numa área limitada (zona híbrida), onde se verificou a ocorrência de fluxo gênico. O isolamento geográfico, portanto, não foi suficiente para ocasionar o isolamento reprodutivo. As duas populações se fundiram em um único pool gênico. Dessa forma, não foi alcançado o status pleno de espécie e os dois grupos de corvos continuaram pertencendo à mesma espécie (Corvus corone).
VICARIÂNCIA (EFEITO VICARIANTE) E EFEITO FUNDADOR
Na especiação por vicariância ou dicopatria, modelo clássico de especiação alopátrica, a espécie se subdivide em duas populações grandes que se tornam isoladas graças ao surgimento de uma barreira física efetiva entre elas (figura a seguir). A falta de fluxo gênico entre os dois grupos, agora formados, fará com que eles fiquem cada vez mais diferentes. A manutenção dessa barreira por determinado tempo, levará à especiação. Em face de a seleção natural ser uma poderosa força evolutiva nas grandes populações, a evolução adaptativa causa, provavelmente, as mudanças que resultam no isolamento reprodutivo nessa especiação.
Na especiação por efeito fundador ou especiação peripátrica – situação frequente na colonização de ilhas, a partir do continente – um pequeno contingente de indivíduos coloniza um novo habitat na periferia da área geográfica da espécie (figura abaixo), levando a que ocorra um isolamento reprodutivo, após várias gerações. Uma nova população se forma, portanto, a partir desses fundadores, que transportam uma parte restrita do fundo genético da população original. Estudos em populações humanas mostraram esse efeito resultante da migração de um grupo religioso da Alemanha para os Estados Unidos, onde se mantiveram isolados da população restante.
Por haver poucos fundadores, existe uma quebra acentuada na variabilidade genética da nova população em relação à população originária. Como consequência, a população nova pode ser muito diferente, quer no genótipo, quer no fenótipo, da população original. Há também uma elevada probabilidade de ocorrer endogamia (acasalamento entre indivíduos aparentados), resultando num nível anormal de defeitos relacionados com a expressão de genes recessivos, fenômeno conhecido como depressão endogâmica.
O efeito fundador é um tipo especiação alopátrica que ocorre por eventos de dispersão (figura anterior), sendo, via de regra, consideravelmente mais rápido do que os eventos vicariantes. Em face do pequeno tamanho da população, a deriva genética constitui uma força mais poderosa que a seleção natural nessa população, permitindo a criação de combinações genéticas novas.
Como o grupo recém-fundado é apenas uma pequena parte da população  total da espécie, todas as diferenças genéticas que tornam a espécie robusta podem estar ausentes. Isso constitui o que os biologistas evolucionários denominam efeito gargalo (“gargalo de garrafa”) ou efeito bottleneck. A figura a seguir mostra o efeito gargalo e sua relação com o efeito fundador. Dessa forma, alguns dos genes que fluem dentro de uma espécie foram eliminados e separados do conjunto gênico. 


Os genes presentes nessa pequena população ficarão fortes, pois o fluxo genético é muito mais intenso do que seria em uma população maior, na qual as diferenças genéticas, incluindo anormalidades, estão disseminadas. Os genes dos membros fundadores do que acabam se tornando uma grande população ficam, portanto, muito mais frequentes do que em populações maiores semelhantes. Dessa forma, no efeito gargalo uma pequena população consegue produzir gerações subsequentes.
Diversos exemplos de efeitos gargalo têm sido deduzidos a partir de informações genéticas. Um exemplo clássico é o do elefante marinho do norte que tem variação genética reduzida devido a um gargalo populacional que os humanos infligiram a eles nos anos 1890. A caça reduziu drasticamente o tamanho da população para cerca de 30 indivíduos no final do século 19. Conquanto ela tenha agora um efetivo de dezenas de milhares, seus genes ainda carregam as marcas do efeito gargalo: eles possuem muito menos variação genética do que populações de elefantes marinhos do sul, que foram menos intensamente caçados. Igualmente, esse efeito ocorreu várias vezes na historia da humanidade. A maioria dos europeus, por exemplo, descendem de apenas algumas centenas de ancestrais, que viviam em um local onde se processou esse efeito.
ESPECIAÇÃO PARAPÁTRICA
Na especiação parapátrica (semi-geográfica), uma espécie se espalha em áreas grandes com ambientes diversificados. Não há, portanto, uma separação geográfica completa entre as duas populações isoladas, mas sim uma diferença na condição ambiental. Ela é, em última análise, um caso intermediário entre as especiações simpátrica e alopátrica. Na especiação parapátrica, o fluxo genético entre as subpopulações é parcial, fazendo com que elas divirjam por adaptações a ambientes diferentes dentro de uma região geográfica contínua, tornando-se, gradualmente, espécies distintas. Dessa forma, a seleção natural atua mais fortemente que o fluxo gênico e a adaptação que ocorre ao longo da grande faixa de dispersão da espécie ancestral é a mais importante etapa nessa especiação. Muitas vezes, surge uma zona híbrida (figura abaixo) entre as duas espécies “incipientes” derivadas, cujos híbridos podem possuir diferentes graus de viabilidade ou fertilidade. Essa zona pode atuar, portanto, como uma barreira ao fluxo gênico entre as duas espécies que estão em processo de diferenciação.
ESPECIAÇÃO ARTIFICIAL
Através de experiências laboratoriais, usando Drosophila pseudoobscura (moscas de frutas), Diane Dodd demonstrou como o isolamento de populações em diferentes ambientes pode induzir ao início de um isolamento reprodutivo. Em seus trabalhos, publicados na revista Evolution em 1989, ele alimentou, em gaiolas diferentes, para simular um isolamento geográfico, um grupo de Drosophila pseudoobscura com amido e outro grupo com maltose (figura a seguir). Após várias gerações isoladas e alimentadas diferentemente, as moscas foram testadas para saber sua preferência de acasalamento. Os resultados mostraram a ocorrência de certo isolamento reprodutivo. As moscas alimentadas com maltose preferiram outras igualmente alimentadas com maltose e as alimentadas com amido preferiram as alimentadas com amido, como mostra a figura a seguir.
Esse trabalho mostra que populações isoladas em diferentes ambientes (representados, no caso, por diferentes fontes alimentícias), podem levar ao inicio de um isolamento reprodutivo, corroborando com a ideia cladogênica de que o isolamento geográfico é um importante passo para alguns eventos de especiação. Essa experiência tem sido facilmente reproduzida por diversos pesquisadores, utilizando, inclusive, outras espécies de moscas e outros tipos de alimentos.

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